Flat Track: a modalidade de competição oval está com tudo no Brasil
Há quatro anos no Brasil, estilo está cada vez mais presente nas pistas brasileiras e ganhando mais adeptos.
Por Marcel Ahless
Por Marcel Ahless
Alguns dizem ser uma forma de “jovens começarem a gostar de Harley-Davidson”. Outros dizem ser o "estilo que trouxe de volta os tempos áureos da Harley". Talvez por essa e outras atrai olhares.
Mas, não é nas ruas que veremos o estilo Flat Track rodar; pelo menos não agora. A não ser que um customizador tenha a criatividade de desenvolver uma moto para a cidade. Mas, olhando para as características, é imposível.
O que podemos observar é que, de fato, há um movimento sério acontecendo no Brasil referente ao estilo: é uma modalidade de competição profissional.
Dificilmente conseguiríamos pensar que veríamos motos grandes, como Harley-Davidson e Indian tornarem-se motos de competição. Mas é o que acontece com a modalidade Flat Track.
Aqui pode ser muito recente, mas nos Estados Unidos as primeiras competições surgiram a partir da década de 1920.
Para saber o que realmente é o estilo Flat Track, conversamos com o especialista e piloto da modalidade, Chrys Miranda, da @garagemetallica.
Chrys é nosso parceiro, e gravamos com ele um vídeo no qual explica o conceito do estilo.
As características básicas das motos de hoje estão presentes desde as décadas de 1950 a 1970. Umas delas é a retirada de tudo o que é usado nas ruas da cidade.
Ou seja, todos os acessórios obrigatórios para o uso urbano, na corrida não são necessários a não ser o básico para rodar.
Comecemos por um item incomum do qual não imaginamos não tê-lo: o sistema de freio dianteiro.
Para o estilo Flat Track, é necessária a retirada do freio dianteiro como regra e por não é usual.
A dianteira da moto é imprescindível para a forma de pilotagem, pois deve trabalhar de maneira que a traseira ganhe estabilidade. Os freios não ajudam nisso.
Outras peças desnecessárias, são:
É comum alterar o banco da moto, modificar suspensão e melhoria no motor.
As motos Harley-Davidson e Indian são comumente de altas cilindradas, sem muita necessidade de alterações nos motores. Mesmo assim, algumas atualizações ajudam na melhora do torque.
As mudanças acontecem nas rodas. Vemos que a modalidade Flat Track ganha características no Brasil. Uma delas é a escolha pelos pneus e, consequentemente, diâmetros das rodas.
Nos Estados Unidos os pilotos usam, na dianteira e traseira, rodas aro 19, no Brasil usamos aro 16 ou 17. Essa é a grande diferença entre nós e os norte-americanos. Chrys Miranda acredita que em breve usaremos os pneus aro 19, mas os custos ainda complicam o feito.
Outro detalhe é a alteração do kit de relação, onde cada pista tem necessidade de modificação do sistema de correntes.
Uma pista curta, por exemplo, exige que a moto tenha mais torque. Os pilotos costumam utilizar apenas a primeira marcha em pistas assim.
A principal característica da modalidade Flat Track é ser uma corrida oval, sempre à esquerda. Acontece dessa forma porque o freio traseiro (único da moto) está no lado direito, e o pé esquerdo precisa estar o tempo todo no chão para manter o equilíbrio.
Uma curiosidade é o ‘slider’: sola da bota esquerda revestida de aço, alumínio ou ferro, para escorregar na pista.
A posição é totalmente diferente do motocross. Muitas pessoas confundem, mas é bem peculiar. O piloto mantém-se de pé nas curvas. A perna esquerda não tem função de pêndulo, como acontece com o off-road, ela é para apoio.
No Brasil ainda é quase embrionário. Nos Estados Unidos tem tradição: as fábricas mostravam nas competições a força dos motores, e acabou transformando-se uma modalidade de competição profissional.
Chrys Miranda acredita que no Brasil a modalidade ganhará mais força e tem potencial de crescimento no mercado nos próximos anos.
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