Conheça a Daytona Cafe 1300 Target Race

A primeira cafe racer construída pela oficina paulistana Target Race foi inspirada em uma moto de competição da década de 1970

Por Alexandre Ciszewski

Em um projeto de customização passado e presente caminham lado a lado. Dos dias atuais estão suspensões ajustáveis, painel digital e farol de LED. Mas foi lá na década de 1970 que o primeiro projeto da oficina paulistana Target Race ganhou força, já que a inspiração veio de uma Honda Daytona. Para recriar uma lenda das pistas foi necessário ressuscitar um outro modelo da marca nipônica, desta vez um CB 1300 Super Four 2008.

Recuperada em um leilão, a big naked foi totalmente desmontada e passou por uma completa análise. O chassi, por exemplo, foi “gabaritado” para verificar se não havia nenhuma anomalia que comprometesse a segurança. Carlos Alberto Martinez, experiente mecânico que trabalhou até no Mundial de SuperBike, recebeu “carta branca” do dono da moto, um empresário da construção civil, para criar uma moto única, uma joia sobre rodas. “Deixei claro que focaria todos meus esforços e conhecimentos técnicos na construção desta cafe racer. Tudo foi pensado e executado como se a moto estivesse sendo feita para mim. Ao meu gosto”, explicou o mecânico de 40 anos, conhecido carinhosamente por “Kabello”.

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Step by step
O primeiro passo foi a substituição da parte dianteira da moto, totalmente danificada. O seja, bengalas tortas, radiador e painel destruídos, além da roda amassada. Para melhor desempenho nas ruas e estradas, a Honda ganhou suspensão invertida (upside-down), com múltiplas regulagens.
Inspirada na Honda Dayton de 1970, Kabello e sua equipe desenvolveram um ‘body kit’ para dar nova silhueta à moto. Rabeta, semicarenagens, laterais e cobertura do tanque foram construídos em fibra. Porém sob o tanque falso há um depósito de 13 litros feito em alumínio.

Tanque e rabeta formam uma peça única fixada por apenas dois parafusos. Em função de sua construção, o piloto fica em uma posição de pilotagem bem racing. Com o corpo projetado para frente e mãos apoiadas em semiguidões.

Outro trabalho que gastou horas de desenvolvimento foi o de criação e produção de dezenas de peças em alumínio feitas no torno e seguindo padrões estéticos, funcionais e de segurança. Por exemplo, a moto ganhou um subquadro, mais resistente, e um completo conjunto ótico, que adotou iluminação de LED. O aro do farol – também em alumínio – é fixado apenas do lado esquerdo.

O refinamento do acabamento das peças não para por aí. Para dar um charme especial, a equipe da Target Race fez cornetas (alumínio anodizado vermelho) para decorar o corpo da injeção eletrônica (simulando as ‘bocas’ do carburador).

Falando nisso, o motor de quatro cilindros em linha, DOHC (Double Over Head Camshaft), de 1.284 cm3, não foi “customizado”. Oferece originais 111 cv de potência máxima. O propulsor apenas precisou de um ajuste fino. O vigoroso som médio grave que ecoa pelas quatro ponteiras, duas de cada lado, harmoniza com o resultado estético do modelo.  Detalhe: as ponteiras também foram fabricadas artesanalmente.



Roda usinada
A Cafe Daytona da Target Race ganhou ainda suporte avançado para as pedaleiras e moldura em alumínio para o miolo da chave. O punho esquerdo usa ‘botoeira’ que segue o mesmo padrão usado nas motos de competição. Até piscas e o botão de acionamento do motor está do lado esquerdo.

Transformar as rodas de liga leve em rodas raiadas exigiu um trabalho de pura engenharia, tudo para unir aro ao cubo por meio de 32 raios de aço em cada roda. “Foram muitas horas de paciência e usinagem. A roda dianteira 3,5 polegadas, traseira 6 polegadas e aros 100% alinhados. Estão calçadas com pneus de perfil esportivo”, explica o mecânico que, nesta fase do projeto – que no total durou 18 meses – ficou literalmente de cabelo em pé.     
 
Ciclística e freios calibrados
Em função da substituição das bengalas também foi possível diminuir o ângulo de cáster. Com esta alteração na geometria, a moto ficou mais ágil nas mudanças de direção, como as motos de competição. Já na parte traseira todo o conjunto foi desmontado e passou por uma completa revisão, com a troca de óleo e verificação das molas, que ganharam acabamento em cromo. Já os depósitos de hidrogênio foram pintados de vermelho para combinar com outros detalhes da moto. 

A Cafe Daytona da Target Race ganhou piças de freio com fixação radial, de quatro pistões que mordem grandes discos de 300 mm. “Que venham outros projetos de motos únicas e de personalidade forte!”, vibra Carlos Kabello.

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Produção de Conteúdo – MinutoMotor
Fotos/Vídeo - Denis Armelini / MinutoMotor


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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