Kawasaki ZX-6R para as pistas

Ninja 2007 traz um motor inédito, além de quadro compacto e uma ciclística impecável.

Por Leandro Alvares

Arthur Caldeira

Há alguns anos, a Kawasaki oferecia duas opções de sua superesportiva de média cilindrada: a ZX-6R, com 636 cm³, mais orientada para as ruas; e uma moto diferente com 599 cm³, chamada de ZX-6RR, voltada para as competições de motovelocidade na categoria Supersport.

Para 2007, a casa de Akashi abandonou as duas versões e decidiu criar uma Ninja 600cc voltada para a pista. Nasceu assim um modelo completamente novo “dos pés a cabeça”, mas ainda batizado de Ninja ZX-6R.

Como não poderia ser diferente, a grande mudança começou no coração da motocicleta: o motor. Apesar de trazer 67 mm de diâmetro e 42,5 mm de curso idênticos ao propulsor anterior de 599 cm³, o atualizado quatro cilindros em linha é cerca de 4 cm mais curto e estreito.

Mas o novo motor não é apenas uma versão reduzida do predecessor. Longe disso, na verdade. A nova usina de força alcança excelente torque em médias rotações, sem perder a aceleração nas altas, e também permite ao piloto manter o giro na “faixa vermelha” da pista. Para isso, pela primeira vez em dez anos, a Kawasaki redesenhou o propulsor desde o virabrequim ao cabeçote.

Com 16 válvulas, sendo quatro por cilindro, e comando duplo (DOHC), a Ninja “grita” alto na tocada, chegando a 16.500 rpm. Essa rotação faz da ZX-6R uma verdadeira moto de pista. Os pistões forjados e os cilindros com tratamento anti-atrito, combinados com os novos corpos injetores mais curtos, ajudam no bom desempenho em altas rotações do motor.

Além de mais curto, cada corpo traz dois bicos injetores que providenciam a “comida” necessária para que esse quatro em linha produza 125 cv de potência máxima a 14.000 rpm. O torque máximo é de 6,7 kgf.m a 11.700 rpm.

Ciclística

Como potência não é nada sem controle, os engenheiros japoneses tiveram que trabalhar bastante na ciclística dessa moto. O objetivo era conceber uma 600cc que fizesse curvas como uma 250cc do Mundial de Motovelocidade. Com o motor menor, projetou-se um quadro mais “magro” e compacto.

Bastante leve, o novo quadro de dupla trave superior perimetral é fabricado em alumínio. Em conjunto com a nova suspensão invertida telescópica na dianteira e a nova geração do sistema Uni-Trak da Kawasaki (balança monoamortecida) na traseira, a ciclística da ZX-6R permite contornar curvas em velocidades mais altas, ao menos na teoria.

Na dianteira o garfo telescópico de 41 mm de diâmetro e 120 mm de curso é totalmente ajustável. Completam o conjunto dois discos de freio flutuantes no formato “margarida”, marca registrada da Kawa, mordidos por pinças com fixação radial. Atrás, o conjunto mola-amortecedor, também regulável, tem 133 mm de curso e o freio é disco simples com pinça de um pistão.

Design

Com tantas mudanças no coração e na alma dessa nova Ninja 600, não poderia faltar um novo “corpo”. Aclamado como o design mais eficiente no quesito aerodinâmico de uma superesportiva da linha Ninja, a carenagem ficou menor e mais arredondada, com faróis menores e em forma de gota.

No meio dela, nota-se uma entrada que leva o ar direto para a caixa de ar em altas velocidades, melhorando assim a alimentação do motor. Na traseira, foi mantido o escape sob a rabeta, mas ele está menor e mais leve. Tudo em nome da aerodinâmica e da centralização de massa.
 
A posição de pilotagem foi pensada para que o piloto aproveitasse tudo que essa ZX-6R pode oferecer nas pistas. É possível “abraçar” com as pernas o tanque de desenho mais estreito. À sua frente, o condutor tem o painel de instrumentos, dominado pelo conta-giros de fundo branco com uma agulha vermelha e uma escala de rotações que chega a 20 mil rpm. Capaz de empolgar o mais comportado dos motociclistas.

Há ainda no painel um velocímetro digital, cronômetro e contador de voltas. Sem falar no mostrador que indica a marcha engatada. Tão útil para quem quer ser rápido nas pistas que fica a pergunta: como nenhuma outra fábrica pensou nisso? Pois a Kawasaki pensou nisso e em muito mais nessa nova Ninja ZX-6R. Tudo para que ela seja a mais rápida nas pistas.

Ficha Técnica

Motor: 4 tempos, quatro cilindros em linha, 16 válvulas (4 por cilindro), DOHC, refrigeração líquida
Capacidade: 599 cm³
Câmbio: 6 marchas
Transmissão final: por corrente
Alimentação: Injeção eletrônica com 4 corpos injetores Keihin de 38 mm e dois bicos injetores por corpo
Ignição: Eletrônica digital
Partida: Elétrica
Comprimento total: 2.105 mm
Largura total: 720 mm
Distância entre eixos: 1.405 mm
Altura do assento: 820 mm
Peso a seco: 167 kg
Suspensão dianteira: Telescópica invertida com 41 mm de diâmetro e totalmente ajustável
Suspensão traseira: Balança monoamortecida com amortecedor a gás, totalmente ajustável
Freio dianteiro: Disco duplo flutuante de 300 mm de diâmetro, em formato “margarida” com pinças de quatro pistões fixadas radialmente
Freio traseiro: Disco simples de 210 mm de diâmetro, em formato “margarida” com pinça de um pistão
Pneu dianteiro: 120/65-ZR17
Pneu traseiro: 180/55-ZR17
Tanque de combustível: 17 litros
Potência máxima: 125 CV a 14.000 RPM
Torque máximo: 6,7 kgf.m a 11.700 RPM
Cores: Verde, Preta e Laranja (mercado europeu)

Fonte:
Agência Infomoto

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