Arthur Caldeira
Referência quando se fala em segurança ativa ou passiva para carros e motocicletas, a alemã BMW inovou mais uma vez: traz ao país o primeiro sistema de controle de tração para motocicletas de série.
Conhecido pela sigla ASC (Automatic Stability Control, Controle Automático de Estabilidade), o sistema foi lançado em meados de 2006 como equipamento da naked R 1200R, modelo que não é importado para o Brasil. Mas, na época, a montadora bávara anunciou que já havia desenvolvido um programa especial para a linha off-road da marca.
Passado menos de um ano, o ASC chega ao território nacional na R 1200GS Adventure, versão mais aventureira da famosa big-trail. Para poder adotar o recurso, a 1200 Adventure traz a última geração do sistema de freios ABS da BMW, uma vez que o controle de tração compartilha dos mesmos sensores e da mesma central eletrônica.
Como funciona
O princípio de funcionamento é simples: o ASC limita e controla a derrapagem da roda traseira na aceleração. Previne, assim, a derrapagem excessiva e a perda de controle ao se acelerar excessivamente ou ao se rodar por superfícies muito lisas, como piso molhado ou com areia. Dessa forma evita a perda de estabilidade lateral, a famosa expressão “a moto saiu de baixo de mim”.
Entretanto, a BMW faz questão de ressaltar que o sistema não foi projetado da mesma forma que os controles de tração usados em motos de competição, que permitem aceleração total nas saídas enquanto a moto ainda está inclinada. O ASC da fábrica alemã foca seu desempenho em superfícies com baixo coeficiente de atrito.
O Controle Automático de Estabilidade utiliza-se dos mesmos sensores dos freios ABS para monitorar a velocidade em que as duas rodas (dianteira e traseira) estão girando. A central eletrônica processa esses dados e, ao “notar”, uma pequena mudança na diferença de velocidade entre a roda traseira e dianteira, entra em ação dosando o torque para um limite que a aderência do pneu traseiro suporte. Mais especificamente, enviando um comando para atrasar o ponto de ignição eletrônica, evitando assim a derrapagem.
Caso essa diferença de velocidade entre as duas rodas seja muito grande, a central eletrônica pode até mesmo cortar a injeção eletrônica. A grande vantagem é que tudo isso acontece muito rapidamente, sem que o motociclista note qualquer diferença na pilotagem. Mesmo assim, ficará sabendo que o ASC entrou em ação por meio de um sinal no painel de cristal líquido. Outro ponto positivo é a possibilidade de se desligar o sistema.
Para o uso na R1200 GS Adventure, foi memorizado um “programa” específico para o modo off-road na central eletrônica. O sistema ASC tem um mapeamento adicional específico para a R1200GS na condição off-road que considera a aderência particularmente em superfícies “soltas”, como cascalho e areia.
Para ter toda essa tecnologia, há um preço a pagar. Enquanto a R1200 GS standard custa R$ 59.900 (sem ABS), a versão Adventure (com ABS e ASC, além de outros diferenciais, como tanque maior, outro ajuste de suspensão, entre outros) tem preço sugerido de R$ 83.900.
Mais tecnologia
A BMW do Brasil não trouxe apenas o ASC como novidade nos modelos 2007. O sistema RDC (Reifen Druck Control, controle de pressão dos pneus) vai equipar os modelos K1200 R e K1200 S. Esse dispositivo monitora a pressão dos pneus por meio de sensores eletrônicos e informa o piloto de qualquer mudança na pressão dos pneus.
Agência Infomoto
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