Reflexões sobre os 10 mil km da Suzi

Depois de muito pensar, eis a grande conclusão: nenhum defeito apresentado na máquina.

Por Leandro Alvares

“Boa noite, enche o tanque por favor”. Ao meu lado o frentista fica olhando a Suzuki Boulevard e dispara a pergunta: “Que ano é?”. Respondo 2008 e que acabara de completar 10 mil km com a moça.

Saio para a estrada, que nessa hora estava completamente vazia. Rodo na madrugada por retões iluminados pelo potente farol baixo e vou pensando nos eventuais defeitos que a 1500 deu nesse período e não consigo lembrar de nenhum, mas nenhum mesmo.

Será possível? Tento em vão apontar unzinho sequer e nada aparece. Talvez o reduzido tanque de 14 litros... Não, também não. Enfim, desisto.

Quando escrevi em julho de 2008 sobre o meu primeiro contato com essa Suzuki dei como título da matéria “Aprendendo a andar de moto” e logo após a publicação no site muita gente criticou meu parecer afirmando que essa custom era quase um trambolho se comparada a seja lá o que fosse que tivesse duas rodas e um motor no meio. Mas lembro também que muitos defenderam as qualidades inerentes dessa grande estradeira.

Debates a parte, eu não posso e nem pretendo criticar essa maravilhosa máquina, talvez porque meu passado em cima de motocicletas sempre foi de muito respeito e graxa.

Com pouco dinheiro e acessórios tendendo a zero, cheguei nela com muito esforço e nessa altura do campeonato o que mais tenho feito é viajar com a gata. E podem acreditar que o prazer é enorme e as distâncias não são sentidas, pois a Suzi é extremamente confortável.

Nesse período de estradas, muitas pessoas vieram conversar comigo sobre a moto, a grande maioria confundindo as coisas perguntava que modelo de HD era. Paciente, eu  explicava que não se tratava de uma motocicleta americana e sim uma autêntica japonesa de olhos grandes e muita saúde.

O pessoal das speed e mesmo a turma das big trail me olhavam com um certo ar de desdém, mas eu nunca me preocupei, talvez por um motivo simples que remonta ao final da década de 1960. Saibam vocês que, naquela época, não tinha moto para comprar, ou melhor, só os muito abastados andavam e tinham o privilégio de conduzir as glamourosas.

Tomei chuva, rodei no nevoeiro, passei por estradas de lama, pistas escorregadias e cheias de buraco, e ela sempre esteve embaixo de mim comportada. É lógico que essa moto não foi feita para enfrentar certos tipos de piso, mas de modo geral ela se sai muito bem em vários percursos e, sem dúvida, sua maciez e dirigibilidade chegam a impressionar.

Resumindo, eu sou um feliz proprietário de uma Suzy que acaba de completar 10 mil km com louvor, sem quebrar nada, muito menos soltar parafuso. Pretendo seguir em frente viajando muito com ela e quem sabe trocar um dia por outra motocicleta, mas por enquanto só troco mesmo de óleo e filtro de óleo. Precisa mais?

Reinaldo Baptistucci.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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