Aventura rumo a Porto Belo

Frio, encontro com motoclube e bar temático foram alguns dos destaques da viagem do colunista.

Por Leandro Alvares

Cheguei da Bahia com o pé cheio de areia e com saudades do frio. Esse negócio de calor todos os dias pode parecer bom, mas para quem estava trabalhando a bordo da Escuna Anabel I era de ferver os miolos.

A temperatura alta torna-se uma inimiga, resumindo não via a hora de passar uns dias em uma região fria e de preferência à beira mar. Foi com esse pensamento que abri o mapa, fechei os olhos e coloquei o dedo num ponto qualquer lá para o fim do Brasil. Meu rumo estava traçado: iria para Santa Catarina, Porto Belo.

Chequei o tempo, a previsão era de clima nublado, provável chuva e frio. Minha idéia era descer a Serra da Graciosa (PR), passar por Antonina e seguir para Bombas e Bombinhas (SC).

Clareou e eu já estava longe, passando por Juquitiba com a BR 116 em perfeito estado de conservação, muito bem sinalizada e com pouco trânsito. Eu a bordo da Suzy 1500 era só alegria, andando a 100 km/h fui pensando no número de vezes que rodei nessa estrada que no passado era uma perigosa matadora, rainha na tabela de acidentes, e que fez chorar muitas famílias pela perda de seus entes queridos. Finalmente a BR 116 melhorou e muito por sinal.

“Bom dia, completa por favor?”, digo ao frentista, que pergunta para onde eu estava indo. “Graciosa”, respondi, e logo após veio o aviso: “Com essa moto o senhor não vai não, pode esquecer, está garoando na região e a descida da Serra é de Paralelepípedo e muito escorregadia. Acho melhor mudar de rota e ir para São Francisco do Sul”.

Agradeci o aviso e pensei: vamos ver se confere a informação. E não deu outra. No posto seguinte, cruzei com um caminhoneiro que era fissurado por motos, comentei da Graciosa e na hora veio a confirmação. Garoava forte e a Serra estava um verdadeiro sabão.

Joinville, a 88 km, passei batido, com destino a Porto Belo, com a Suzy bebendo 22 km/l a um cruzeiro de 100 km/h, temperatura ambiente de 15 graus e tempo nublado, perfeito para viajar. Agradeci ao Mestre pelo presente e tranqüilo cheguei a Porto Belo (SC) a tempo de tirar as primeiras fotos.

Porto Belo, Bombas e Bombinhas fazem parte de uma Península rochosa e recortada, com praias maravilhosas, entre elas, Zimbros e Quatro Ilhas, mar vigoroso e enseadas perfeitas para ancoragem de barcos, um comércio preparado para receber o motociclista com inúmeras e charmosas pousadas e uma gastronomia surpreendente, e por incrível que pareça, em Bombas, encontrei um bar temático voltado para o povo estradeiro, decorado e muito acolhedor.

Sábado logo cedo já estava na estrada, com rumo a Antonina (PR), mas o destino me guardava uma surpresa. No posto Sinuelo, cruzei com os Bodes do Asfalto e na hora mudei tudo, subindo com o grupo para Curitiba, onde fariam uma confraternização.

Rodei com mais 35 motos, um trem tranqüilo e bem formado. Domingo, voltei para São Paulo com tempo bom e a cabeça feita. Resumindo, essa viagem foi um Porto Belo.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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