Day-off

Colunista relata seu passeio para escapar da sexta-feira e dar um rolê de moto com o namorado

Por Leandro Lodo

Lu Thomaz

Preciso fazer as pazes com o relógio, há tempos estamos de mal, e acertar a relação tempo/dinheiro: Quando há tempo para viajar de moto, falta a grana, quando a grana está na mão, falta tempo, quando tenho as duas coisas, começo a pensar que há algo errado.

A Preta (minha HD e fiel escudeira) continua firme e forte e aposto que se pudesse me daria uma surra, pois fora o “Anchietão” faz tempo que ela não vê cara de estrada. Em maio tentei fazer um bate e vota na Ilhabela, para a tradicional festa dos Filhos do Vento MC, mas devido a motivos que não ouso revelar, arreguei e fiz o primeiro retorno, juro bem juradinho que eu tentei...
 
Aos sábados, continuo batendo cartão na oficina Old Times em São Bernardo do Campo para tomar um café com os “malvadões” e eventualmente lavar a moto ou fazer algum reparo, mas a Preta não me dá trabalho, sorte minha, azar do Marcinho.

Na semana passada fui com a Adri conhecer a oficina Garage Gump no Campo Belo – zona sul de Sampa. O Ghazal estava em viagem – de moto, claro, mas o Júlio que é um lord nos recebeu com café da manhã e várias motos clássicas no vitrinão: Panhead com sidecar e tudo, a Capitão América impecável, uma Shovel lindona, sem falar na HD Old Boy comemorativa 105 anos... prato cheio para quem curte raridades.

 Devido àquela relação confusa tempo/dinheiro, e depois de dois emendões de feriado mais ou menos zicados por conta do mau tempo, resolvi fazer uma “afronta” à sociedade e tirar um day-off em plena sexta-feira, meu “cangaceiro” acompanhou.

Só faltou mesmo “tacar” o despertador na parede, tirar o relógio, desligar o celular, no melhor estilo Easy Rider. Bom, vou deixar de firulas, colocamos as motos na estrada, quer dizer, Via Anchieta mesmo, na tentativa de fazer um passeio romântico, mas sem frescuragem.

É divertido ver a reação das pessoas ao verem um casal, cada um em uma moto.... alguns acham lindo,já outros nem tanto, tem marido que deve falar: Tá vendo amor, ela anda com ele....  enquanto outros devem pensar: Maldita emancipação feminina...

Muito machão não gosta, mas tem também “marvado” que curte (graças à Nossa Sra da Graça e meu querido Santo Antônio do Asfalto Preto, eu achei um que gosta de mina biker)
Acredito que lugar de mulher é atrás do tanque – de combustível da moto – desde que seja da vontade da moça e blá..blá.. blá...

Vamos largar a “filosofia de acostamento” e voltar para a pista: Logo acessamos a Estrada Velha no Riacho Grande e de cara já paramos para almoçar. Estacionamos no Rei do Abadejo, o prato para 2, serve fácil 4 esfomeados. Sem o menor pudor, pedi para embrulhar o que sobrou e amarrei na garupa da Preta, o jantar já estava garantido rs..rs...rs.

A fim de gastar um pouco mais de gasolina e aproveitar o sol, seguimos pela Rod Índio Tibriça sentido Ribeirão Pires, paramos lá no km 53 em Ouro Fino Paulista, no Antiquário Vila Velha, eu já havia visitado o local num domingo de manhã com os malvadões da Old Times e adorei.

Além da enorme variedade de velharias, raridades e móveis lindos, muitos deles restaurados lá mesmo no galpão, tem também, é obvio, um cafezinho feito no charmoso fogão à lenha pilotado pelo Eduardo.
Para quem não toma café, tem chá, bolo de laranja, de mandioca, a famosa cachacinha de cambuí, e também um sem fim de doces caipiras e pinguinhas de Minas.

Claro que não levei a máquina fotográfica, mas meu digníssimo me salvou emprestando o celular, que não sou boa fotógrafa todo mundo já sabe, mas dessa vez parece que caprichei no ruim.

Depois do café com bolo, ainda fomos para a sede do BMC – ABC, onde mais tarde dividimos aquela marmita que estava amarrada na garupa da Preta com o pessoal.

Tá bom que não foi nenhum viajão, foi só um passeio, mas escapar na sexta-feira para um rolê de moto com o namorado é danadice boa demais da conta.

Making-off
Passei a quinta-feira rezando e colocando ovo no telhado para Santa Clara a fim de negociar um solzinho para sexta-feira, deu certo.

Saudações Encardidas,

Lu Thomaz é uma motociclista inveterada, encardida e “harleyra” de carteirinha, uma verdadeira apaixonada por motos clássicas. Assumiu o guidão em 2001 e não largou mais. Hoje é uma grande colecionadora de viagens e causos sob o ponto de vista feminino. Blog: http://blogdaencardida.blogspot.com Email: [email protected]

Antiquario Vila Velha

www.antiquariovilavelha.com.br


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

Compartilhe:

Receba notícias de moto.com.br