Muita emoção no Gaúcho de Motovelocidade
Guaporé sediou a terceira etapa do campeonato que contou muitos pilotos na pista.
Por Adilson
Por Adilson
Nos dias 2 e 3 de agosto foram realizadas as provas validas pela terceira etapa do Campeonato Gaúcho de Motovelocidade. Os destaques ficaram por conta da categoria Turismo, pelo grande número de pilotos inscritos, e da categoria 250 cilindradas, pelas controvérsias ocorridas.
O tempo não estava muito firme e a chuva ameaçava a realização dos treinos e das provas no sábado, em Guaporé. Na noite anterior já havia chovido muito e, durante o sábado, a pista ainda apresentava pontos molhados, com céu nublado pela manhã e sol aparecendo à tarde.
A situação era delicada, pois as velozes Hornet, de 600 cilindradas, Superbikes, de 1000, e Turismo, de 600 a 1400 cilindradas, alcançando velocidades próximas dos 300 km/h, ao final da reta, enfrentariam perigos extras com os pilotos.
Apesar disto, os treinos e provas foram realizados e apenas alguns tombos, sem maiores repercussões, aconteceram.
Na Hornet, as motos correram junto com as Superbikes e, mais uma vez, o piloto Maico Teixeira mostrou ser uma grande promessa do motociclismo nacional vencendo as duas baterias de ponta a ponta e lidera com folga o campeonato.
Nas Superbikes, a 3ª etapa foi marcada pelo retorno à disputa do piloto Robson Portaluppi, campeão da categoria em 2007, mas que não havia participado da 2ª etapa. Robson mostrou estar muito melhor que os demais competidores e venceu com folga as duas baterias do dia, com direito, inclusive, a receber a bandeirada final cruzando velozmente a reta final em apenas uma roda a mais de 200 km/h, surpreendendo e empolgando o público.
Com os resultados do final de semana, Robson reassumiu a liderança do campeonato e é o favorito para o título desta temporada.
Mas foi a categoria “Turismo” que mais chamou a atenção do público e reuniu pilotos.
A categoria foi criada neste ano pela FGM (Federação Gaúcha de Motociclismo) e visa atrair pilotos de rua amadores que possuam motos super esportivas de 600 a 1400 cilindradas para mostrarem suas habilidades enquanto se empolgam na disputa de um campeonato, deixando de andar velozmente por ruas e estradas para aproveitar suas máquinas em ambiente mais seguro e controlado de um autódromo.
A categoria vem crescendo em adeptos a cada etapa e, em Guaporé, neste sábado, 25 pilotos alinharam no grid da primeira bateria.
A revelação foi o piloto Giovani Mocelin, de Maravilha (SC), que venceu as duas baterias, enfrentado, inclusive, pilotos com experiência na categoria Superbike e fazendo voltas com tempos dignos de um profissional.
“Após a largada, na primeira bateria, perdi duas posições, mas, na curva 2, coloquei minha moto por dentro e recuperei a liderança. Na segunda bateria, larguei bem e venci de ponta a ponta. Foi um ótimo final de semana no qual fiz as “pole positions” e melhores voltas da etapa, declarou Mocelin.
“Ofereço estas vitórias aos meus patrocinadores, pois, sem eles, não poderia estar aqui e também aos meus amigos e incentivadores”, afirmou Mocelin.
De quebra, Mocelin assumiu a liderança do campeonato, pois Christian Bernardo, agora segundo na classificação geral, embora pilotasse muito bem, teve problemas com sua moto, que não teve condições de acompanhar o ritmo de outros pilotos em um circuito rápido como o de Guaporé.
A próxima etapa promete reunir ainda mais pilotos. Alguns inscritos não participaram desta etapa e mais proprietários de motos superesportivas declaram que vão se inscrever. Fala-se em torno de 30 pilotos alinhando no próximo grid.
No domingo, foram realizados os treinos e provas das categorias 125 e 250 cilindradas. O tempo amanheceu com forte serração, cancelando a primeira sessão de treinos da manhã. Após o retorno do sol, por entre nuvens, o frio dominou o dia, mas a pista, pelo menos, estava seca.
Nas 125 cilindradas, como sempre, quase todos andaram juntos e a alternância de posições era freqüente. É a categoria mais disputada da motovelocidade. Ao final, com muito esforço, Giovandro Tonini venceu a primeira bateria e Thiago Montardo a segunda.
Na categoria 250 cilindradas, Osmar Mazinho Filho travou excelentes batalhas, nas duas baterias, com Marlington “Kalunga” Teixeira, vencendo ambas, mas somente por decisão de cronometragem, pois as diferenças de tempo foram menos de 1 décimo de segundo. A expectativa no autódromo era grande até o anúncio oficial da cronometragem confirmar Mazinho como vencedor, nas duas provas.
Gisele Flores ficou em quinto lugar e é a primeira mulher a subir no pódio em provas oficiais da motovelovidade gaúcha.
Controvérsias aconteceram por ocasião das vistorias obrigatórias no parque fechado. A direção de prova constatou alterações de medidas no cabeçote do motor da moto do piloto Kalunga e o desclassificou.
Esta mesma direção de prova resolveu “dispensar” o piloto Guilherme Michelin da fiscalização obrigatória, obrigando a equipe BannyPel/Stilus Motos/Rek Reboques, da piloto Gisele Flores, a entrar com recurso pedindo a desclassificação deste piloto por descumprimento do regulamento. A direção então concedeu oportunidade para que o piloto Guilherme procedesse a vistoria, mas este se negou.
Ao final, a direção desclassificou os dois pilotos e Gisele Flores, a única mulher em disputa do Campeonato Gaúcho de Motovelocidade, subiu ao pódio pela primeira vez, na quinta posição.
“Estou muito feliz com mais esta premiação. Sou a primeira mulher a subir no pódio na história de um campeonato gaúcho de motovelocidade e espero que isto sirva de incentivo para que outras mulheres venham também participar, seja correndo ou torcendo por mim, pois enfrento muitas dificuldades na disputa com os homens”, declarou Gisele.
“Mas estou usando toda a minha coragem para superá-los. Por este momento histórico agradeço a todos os meus patrocinadores, amigos e inúmeros admiradores que, de todo o Brasil, tem me incentivado”, declarou Gisele emocionada.
Na classificação geral do campeonato, Osmar Mazinho é o líder e Gisele Flores ocupa a quinta colocação, dentre 14 competidores. Os pilotos que foram ao pódio receberam o troféu Pedro Guzinski, em homenagem ao estimado piloto que faleceu recentemente.
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