Mulheres motociclistas, cabelos ao vento e lenços cor-de-rosa

Eliana Malizia conta um pouco de como foi o 'AC/DC' - Lições que aprendemos antes e depois do câncer', evento em prol do Outubro Rosa

Por Gabriel Carvalho

Texto: Eliana Malizia
 
No último domingo (21), a cidade de São Paulo foi o palco da segunda edição do 'AC/DC'- Lições que aprendemos antes e depois do câncer'. Neste ano, o Johnnie Wash ampliou o passeio sob duas rodas e contou com o apoio de embaixadoras motociclistas para agitar ainda mais o evento, Eliana Malizia (eu mesma) piloto de teste e “motoaventureira” do site Acelerada.com.br, a jornalista Karina Simões, Jeska Giavoni do “ManasCat” , Cinthia Morales “Mascotinha Rider”, Eli e Vivi do “2BlondeRiders” e Rosa Freitag do “Classic Lady Riders Brasil”.
 
Um sucesso
 
O evento teve início com um café da manhã especial, entrega de camisetas personalizadas do evento e também um bate-papo com o médico Dr. Guilherme Rossi (médico radiologista e especialista em imagem da mama), com a Psicóloga Rubianne Medrano, e com duas mulheres convidadas que já tiveram câncer de ama, a historiadora e autora do livro "Cabelos vão, cabelos vêm", Anna Mello e a Talu Jamel, que tem um perfil no Instagram com objetivo de ajudar mulheres que estão com a doença, o @pitadapositiva.
 
O ponto alto do evento, sem dúvida, foi o passeio de moto por Sampa. Fomos escoltadas pelos batedores da Polícia do Exército. E seguimos levando mulheres que tiveram câncer na garupa. Algumas ainda em tratamento. Contamos com mais de 100 motos.O evento encerrou com um almoço e sorteio de 20 capacetes.
 
Sobre as garupas
 
Elas tiveram câncer e algumas ainda estão em recuperação. Elas revelaram serem mais felizes depois do câncer, falaram sobre se amarem mais e sobre medos que perderam. Um deles era andar de moto e no dia 21 de outubro elas subiram nas nossas garupas e venceram mais um desafio.
 
O evento foi um sucesso e muito emocionante também para as motociclistas, que durante o trajeto ouviram as histórias das garupas.
 
Minha garupa: Michele Salek, 28 anos
 
"Tinha 26 anos, quando meu marido (hoje ex-marido), sentiu um caroço no meu seio esquerdo e isso me chamou atenção. Duas semanas depois eu fiz um ultrassom de mama que deu um nódulo suspeito. Fiz uma corebiopsy e o resultado saiu no dia seguinte do meu aniversário de 27 anos, era um carcinoma invasivo grau 3 agressivo.
 
Fiz 16 sessões de quimioterapia, uma cirurgia de adenomastectomia bilateral com reconstrução imediata e 28 sessões de radioterapia. Atualmente faço hormônio terapia, tratamento que deve me acompanhar pelos próximos cinco anos. A doença de certa forma atrapalhou o  meu casamento e hoje não estou mais casada, mas feliz e recuperada. Poder andar na garupa da moto com a Eliana foi muito especial, quero ir mais vezes. Ou melhor, quero comprar uma moto.”

Fotos: Arthur Seraphim

Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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