Triumph chega ao Brasil e traz a Tiger Explorer na bagagem
Com design aventureiro e motor de três cilindros com 137 cv de potência, bigtrail inglesa desembarca no Brasil
Por Leandro Lodo
Por Leandro Lodo
André Jordão
O mercado de duas rodas ganhou uma boa notícia no mês passado: a marca inglesa confirmou sua chegada oficial ao Brasil, apresentou sua primeira concessionária e em setembro começa a operação em sua linha de montagem em Manaus (AM). Após ficar esquecida no País por conta de “imbróglios” com o antigo representante e ver suas motocicletas sumirem das ruas brasileiras, a Triumph finalmente se desvencilhou dos problemas e desembarcará com muita munição na bagagem. A marca já confirmou que a bigtrail Tiger Explorer será um dos modelos comercializado no Brasil.
Importada, a Explorer foi lançada no Salão de Milão em 2011 e causou boa impressão na imprensa – inclusive à equipe da INFOMOTO, que esteve cobrindo o evento. Por aqui, a bigtrail terá que enfrentar a BMW R 1200 GS e a Yamaha XTZ 1200Z Super Ténéré, motocicletas “dedicadas” a aventura muito mais do que ao turismo, caso das recém-lançadas Kawasaki Versys 1000 e Honda Crosstourer.
Já que a proposta é encarar qualquer terreno e fazer frente aos “best sellers” alemão e japonês, a Explorer precisa mostrar seus atributos. Motor de 1215 cm³, quadro em treliça, freios ABS, controle de tração, piloto automático e acelerador eletrônico (ride-by-wire) são itens de série que, em conjunto com mais alguns mimos, fazem da moto inglesa uma concorrente de peso no segmento big-trail.
Exploradora
Em todo o mundo este segmento está mudando. As motocicletas bigtrails que carregam na alma o espírito aventureiro estão cada vez mais on-road – provavelmente pela Europa não possuir muitas estradas de terra e ser cada vez mais difícil ter acesso ao fora de estrada. Não é o caso da Explorer. Ao construir seu projeto, a Triumph claramente elaborou um modelo que fosse fiel companheiro do motociclista que gosta de se aventurar fora da estrada, além, claro, de rivalizar com a R 1200 GS e a Super Ténéré, saudável briga que veremos se intensificar no Brasil.
E para “atacar” suas concorrentes e fazer bonito por onde passa, a Tiger Explorer entrega ao motociclista um conjunto condizente com sua proposta. Em termos de eletrônica, luta em pé de igualdade com os outros modelos dessa categoria. Além do ABS, controle de tração, piloto automático e acelerador eletrônico são itens de série. Enquanto aquecedores de manoplas, faróis de neblina, malas laterais e top box, com capacidade para 30 e 35 litros, respectivamente, fazem parte do pacote de opcionais oferecidos pela Triumph.
O painel da bigtrail inglesa também é bem completo. Mesclado com o conta-giros analógico, o display de LCD traz uma série de informações importantes ao piloto que vão da mais básica até as mais complexas. Os dados gerenciados pelo computador de bordo incluem nível de combustível, velocidade e temperatura do motor e até o monitoramento eletrônico da pressão dos pneus – item oferecido como opcional. Tudo controlado por botões e alavancas instalados nos punhos.
Para manter tudo funcionando, a aventureira conta ainda com um gerador de 950 Watts de série. Além dele, a moto oferece como opcional um top box, sistema de suprimento de energia integrado, que carrega enquanto ela está em movimento. O painel desta Triumph ainda tem uma fonte de força ao lado da ignição, que pode facilmente alimentar um aparelho de GPS, por exemplo.
Motor tricilíndrico de 137 cv
Se esteticamente a Tiger Explorer é tão radical quanto a versão de 800cc – vendida no mercado europeu com nome de Tiger 800 XC –, tudo muda ao falarmos do motor. Com 81 x 71,4 mm de diâmetro x curso do pistão, o propulsor tricilíndrico de 1215 cm³, DOHC (duplo comando no cabeçote) e refrigeração líquida, gera 137 cv de potência a 9.300 rpm, enquanto seu torque máximo é de 12,3 kgf.m a 6.400 rpm. Força mais do que suficiente para mover os quase 260 kg de peso seco da exploradora inglesa e seu piloto em todo tipo de terreno.
Já na ciclística, a Tiger Explorer incorpora algumas características marcantes de uma touring, como a roda traseira segura por um monobraço e a transmissão final feita por eixo-cardã. A suspensão traseira monoamortecida tem 194 mm de curso, com ajuste hidráulico da pré-carga da mola; enquanto o conjunto dianteiro conta com garfo invertido (upside down), com 190 mm de curso.
A Tiger Explorer ainda conta com freios a disco nas duas rodas, sendo duplos flutuantes de 305 mm com pinça de quatro pistões na dianteira; e disco único de 282 mm com pinça de pistão duplo na roda traseira. O sistema de freios tem a ajuda do sistema ABS como item de série, que pode ser desligado, principalmente se o objetivo for uma tocada mais off-road.
Design aventureiro
O motor de 1215 cm³ e os diversos itens de eletrônica embarcada sugerem uma moto robusta, que pode ser a melhor opção para pegar quilômetros de estrada no caso de uma viagem longa, mas também não se intimida na hora de enfrentar terra, cascalho ou qualquer outro obstáculo que apareça pelo caminho.
Montada sobre um quadro de treliça, a Tiger Explorer apresenta os traços da sua família, caracterizados pelos faróis divididos em dois conjuntos ópticos. Mesmo sendo uma moto de proposta dupla, a Explorer se destaca pelo design atual e o visual aventureiro.
O curto para-brisa colocado logo acima dos faróis, o tanque alongado com carenagem lateral discreta e o "bico" acima da roda dianteira fazem dela uma gêmea quase idêntica a Tiger 800 XC. A ergonomia também foi mantida e, mesmo sendo ajustáveis, o guidão e o assento da Explorer conservam a mesma relação da moto de 800cc.
Mercado
Hoje, o segmento big-trail de alta está recheado de opções para o motociclista. Mas como já vimos, as opções estão cada vez mais on-road, em detrimento ao fora de estrada. As remanescentes aventureiras no País são realmente a BMW R 1200 GS e a Yamaha Super Ténéré, além da mais nova protagonista do segmento, a Triumph Tiger Explorer.
Até o mês de julho, segundo dados da Fenabrave, a R 1200 GS (vendida a partir de R$ 63.900, já com freios ABS) emplacou 557 unidades e se mantém na liderança do segmento. Seguida pela Yamaha Super Ténéré (R$ 61.000), com 252 motocicletas licenciadas. A Tiger Explorer com certeza irá deixar os proprietários de suas concorrentes com uma pulga atrás da orelha e, mesmo sem anunciar seu preço sugerido para o Brasil, a Tiger Explorer irá movimentar o segmento – assim como a Triumph irá agitar o mercado de duas rodas.
Fotos: Divulgação
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