Teste na Nova Triumph Daytona 660
Nosso Colaborador Igor Pinalfi conta como foi suas primeiras impressões no teste da nova Triumph Daytona 660 - uma tricilindrica esportiva de media cilindrada.
Por Marcio Viana
Por Marcio Viana
Eis que antes de terminar 2024, cá estou eu para destilar minha singela opinião a vocês meus queridos sedentos por informação.
Quando o pessoal viu meu stories falando que estava com a Triumph Daytona 660, muitos pediram que eu fizesse uma matéria “numa” pegada diferente. Vocês sabem que curto trazer a experiência que tive, desde receber a moto, até os mínimos detalhes de como foi o período de teste. Mas me pediram uma matéria mais direta e esclarecedora. E aqui vou eu, topando o desafio e vamos no que dá.
De cara quando todos nós vimos que a Triumph traria de volta uma das plataformas mais fortes e antigas dela aqui no Brasil, deu aquele arrepio. A Daytona, lá atrás quando a marca inglesa chegou ao Brasil, trouxe a Daytona 955i, motorzão de 3 cilindros de 955cc com 149 cavalos, lembro bem que investiram até em uma categoria de corrida que você ganhava o kit para pista.
Foto: Triumph Daytona 955i
Na sequência chegou também a Daytona 675, tri cilíndrica de 128cv, magrinha com uma posição de pilotagem que testava as nossas colunas.
Foto: Triumph Daytona 675
E a última vez que tivemos um lançamento de Daytona foi a revitalizada 675 que tinha a versão de entrada e a versão R equipada com tudo do bom e do melhor que tinha na época em termos de freio e suspensão, com alguns mimos de carbono pela moto.
Foto: Daytona 675R
Bem, após esse rápido passeio por essa curta história (são apenas 18 anos) da marca aqui no BR, 2024 tinha que terminar com novidade...
Eis que ela chega, e já em grande estilo, com prêmio de moto do ano 2024. O time do moto.com.br teve um representante no corpo de jurados e se quiser saber mais clique aqui.
Mas e ai?! Contou história, falou um monte de coisa, cadê a matéria diferenciada?
Pois bem, vamos lá. Acho que de cara o que todos me perguntam: “Esportiva”? Mas vocês me conhecem e sabem que eu não responderia assim de cara.
Vou começar fazendo um comentário muito particular que trará ainda mais nostalgia a essa matéria, me senti pilotando a primeira Street Triple 675, o comportamento do motor, posição de pilotagem, dentre outras coisas, e garanto também que não tem nada a ver com a Street Triple 765 RS (já fiz uma análise dela, confira aqui).
Com base em tudo que falamos, analisarei a moto do meu humilde ponto de vista.
A moto é muito legal e versátil. O teste consistiu em sua maioria em estrada, mas teve uma parte razoável de cidade e com chuva onde ela se comportou muito bem.
À primeira vista o valor chama muito a atenção, vocês sabem que nunca falo por ser subjetivo, seguirei sem falar, mas destaco esse ponto. Seguindo, quando nos sentamos a moto é muito confortável e comporta pessoas de qualquer estatura.
O painel de TFT é simples e de fácil leitura, possui todo o tipo de informação, as regulagens são simples e navegar por elas fica bem fácil com as setas localizadas no punho esquerdo.
O shift light que auxilia a troca de marchas fica no próprio conta giros.
Foto: Painel
Foto: Punho esquerdo
A moto conta com 3 mapas de condução em todos as assistências principais ficam ativas apenas são ajustadas ao estilo de pilotagem. Ponto que achei que faltou é a possibilidade de desligar o ABS e o controle de tração.
Quando saímos com a moto de cara vemos que ela tem um motor bem elástico, até os 3000 rpm é uma moto bem tranquila, que não dá trancos e fica super fácil de usar em baixa velocidade. Porém quando chegamos a 6000 RPM’s a moto se transforma e entrega uma potência linear.
Sempre bom ficar atento pois, é bem fácil perder a noção da velocidade com o conjunto de carenagens te protegendo do vento.
Após uma boa esticada, parar não é o problema, pois o conjunto de freio da própria Triumph é simplesmente fantástico. Algo que sempre vejo em motos europeias, apesar de terem se esforçado para fazer uma moto com valor acessível, não tem economia em quesitos de segurança, a moto conta com aeroquipes (flexíveis de freio em malha de aço).
Já que toquei no quesito economia, a Triumph fez escolhas muito difíceis para conseguir finalizar esse projeto, digo isso pois a moto não vem com quick shifter (auxílio para troca de marcha sem uso da embreagem) que está bem comum, mas é possível colocar como opcional e vou te dizer que vale muito a pena, o sistema funciona muito bem o câmbio dela é muito preciso.
Outro ponto legal é que a Triumph não deixou de caprichar nos detalhes da moto, como de costume da marca as motos são muito bem-acabadas e alguns detalhes chamam bastante a atenção:
Itens estruturais também não foram deixados de lado, o quadro elástico, o tanque, são cheios de detalhes, um prato cheio para os mais exigentes.
A moto é vendida em apenas nessa cor, podia ter mais uma ou duas opções, não? Lá fora eles contam com mais opções.
Na estrada o conforto e a aerodinâmica são os pontos altos. O motor de 95 cavalos e 6,9 Kgf/ m é o mais forte da categoria e mais que suficiente para um bom passeio com os amigos com ou sem garupa.
É possível fazer a seleção do mapa com a moto andando (o que eu acho muito importante).
Um outro ponto que julgo importante são os retrovisores, tem um ótimo campo de visão e baixíssima vibração.
No trajeto que fiz o consumo da moto foi bem razoável, ciclo urbano na casa de 22km/l na estrada a emoção não ajuda e o consumo ficou na casa dos 17km/l. Mas você pode acompanhar tudo pelo computador de bordo que mostra inclusive o consumo instantâneo.
Me perguntaram bastante da velocidade final, como testamos em vias públicas eu não pude aferir, mas conversei com pessoas que dizem que a moto chega a 230 km/h.
Algo que ajuda muito no equilíbrio da motocicleta é o conjunto de suspensão Showa que mesmo sem ajustes de pré carga e retorno trabalham muito bem nas situações a que a moto se propõem.
É claro que vou responder a maior pergunta de todos, e aqui vai...
RESPOSTA da principal a pergunta: Não é uma moto esportiva, por conta da posição de pilotagem, os semi guidões são altos, banco, posição das pedaleiras eu a classificaria como Sport Touring!!!
Acredito que assim encerramos esse teste, pouco mais de 370 km de diversão.
Recomendações muito fortes a quem está iniciando nesse mundo motociclístico agora ou que está buscando uma moto confiável, bonita e que trará muita diversão.
E isso queridos amigos e leitores, assim, encerramos 2024, iniciamos e fechamos com motos da Triumph. Queria de mais agradecer ao moto.com.br por mais esse ano de parceria, é um sonho participar desse time e ter espaço para testar as motos mais atuais do nosso mercado.
Não poderia deixar de agradecer aos meus amigos que estão sempre comigo nos testes e ao André Prado, Márcio Viana e Bruno Sciciliano por desde o primeiro dia acreditarem em mim e me ajudarem com esse sonho.
Que 2025 venha repleto de saúde, paz e amor que assim poderemos queimar muito petróleo e derreter borracha por ai.
Ficha técnica Triumph 660
https://www.triumphmotorcycles.com.br/motocicletas/sport/daytona-660/daytona-660-2024
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