Reciclagem de baterias de veículos elétricos pode ser realidade no BR
A empresa multinacional Tupy vai reciclar componentes das baterias sem vida em parceria com o BMW Group e o Senai do Paraná.
Por Trinity Ronzella
Por Trinity Ronzella
Texto: Luiz Mingione.
As políticas públicas mundiais para reduzir a emissão de gases do efeito estufa têm gerado um aumento crescente no desenvolvimento e na utilização de veículos elétricos de quatro e duas rodas que, consequentemente vem gerando outro problema que precisa ser pensado: o descarte “limpo” ou a reciclagem das baterias sem vida.
As baterias que equipam motos e carros elétricos, geralmente são compostas por diversos nomes de compostos químicos esquisitos de escrever, difícil de falar e entender, mas o importante é que todos eles não podem simplesmente serem descartados, precisamos ter cuidados.
Para desenvolver um processo mais sustentável e que garanta a recuperação de compostos químicos das baterias em fim de vida, a empresa multinacional Tupy, o BMW Group Brasil e o Senai do Paraná, firmaram parceria inédita para recuperação de compostos químicos raros na natureza. Sua realização representa um grande desafio científico e tecnológico em prol do meio ambiente.
O processo de reciclagem a ser desenvolvido tem como foco principal a recuperação dos metais de maior interesse econômico como o lítio, cobalto, níquel e manganês presentes na composição da bateria.
Neste projeto o objetivo é desenvolver a reciclagem de baterias por hidrometalurgia, uma tecnologia que envolve menos emissões de gases de efeito estufa e menor necessidade na extração de minerais pelos meios tradicionais de mineração.
A hidrometalurgia é mais sustentável em termos ambientais que a tradicional pirometalurgia, que é um conjunto de processos metalúrgicos que ocorrem em temperaturas elevadas e nos quais o calor tem função decisiva no desenvolvimento de reações químicas.
Praticamente todos os metais são obtidos do mineral ou de seu concentrado por este processo que é o mais utilizado atualmente, mas é o que mais produz emissões de gases.
Cada parte da parceria trará conhecimentos específicos de suas especialidades para os estudos dentro de suas áreas de atuação.
A Tupy, multinacional que desenvolve e produz componentes estruturais em ferro fundido de alta complexidade geométrica e metalúrgica, com soluções nos diversos segmentos de transporte de carga, infraestrutura, agronegócio e geração de energia, vai dedicar seu conhecimento em materiais e metalurgia, no desenvolvimento de tecnologias que vão contribuir com o processo de descarbonização.
O Senai do Paraná será o executor do projeto e responsável pelas atividades e respectivas entregas dos resultados da pesquisa, que será realizada no Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica de Curitiba, no Paraná.
O BMW Group Brasil, autor do projeto é pioneiro na eletromobilidade mundial, vai fornecer seu conhecimento técnico e as baterias dos veículos para o desenvolvimento do processo de reciclagem, iniciativa alinhada com sua estratégia mundial de sustentabilidade e economia circular.
Com investimento de R$3,4 milhões, o projeto abre um novo processo para uso de minerais reciclados na fabricação de baterias novas, o que diminuirá sensivelmente a dependência da matéria-prima mineral primária.
Com duração de 24 meses, a expectativa é que os primeiros resultados sejam avaliados ainda neste ano. O objetivo é a ressíntese do material ativo do cátodo de uma bateria, com material 100% reciclado.
Durante todo o processo serão obtidos parâmetros de eficiência, da pureza dos materiais reciclados, do índice econômico e do índice ambiental, para avaliação do projeto.
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