Quebrando a barreira dos dois milhões
Abraciclo revisa projeção para o ano no mercado de motos e destaca importância de exportar mais.
Por Leandro Alvares
Por Leandro Alvares
Leandro Alvares
Como de costume no segundo semestre, a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas e Similares) reuniu a imprensa nesta semana para anunciar a revisão dos números projetados para 2008 no mercado brasileiro de duas rodas.
Apesar do aumento da inflação, da taxa de juros, dos custos das matérias-primas, das restrições aos financiamentos e da provável elevação dos valores dos produtos, a entidade aposta na produção de 2.040.000 motocicletas até o fim de dezembro, 100 mil a mais do que o previsto no início do ano.
Deste novo montante, 1.930.000 será destinado ao mercado interno, enquanto que os 110 mil restantes serão exportados. Comparado ao ano passado, representará um aumento absoluto de 17,3%, sendo 20,6% no mercado interno e -20,9% no externo.
“Os números mais uma vez mostram que o segmento está bastante aquecido e direcionam nosso país a se tornar em breve um dos três maiores produtores de motos no mundo”, afirmou Paulo Takeuchi, presidente da Abraciclo.
No mês de julho, em função das férias coletivas das principais montadoras, o segmento registrou um ligeiro decréscimo. A produção foi 17,3% menor em comparação a junho, ao passo que as vendas caíram 18,8%, totalizando 114.757 unidades.
Durante os sete meses de 2008, no entanto, o setor produziu 1.270.808 motocicletas, contra 987.074 unidades no mesmo período do ano anterior, o que representa um aumento de 28,7% de volume. As vendas, no mesmo ritmo, saltaram de 888.609 para 1.184.627.
“As variáveis apontadas traduzem as mesmas oscilações encontradas nos anos anteriores, com queda no mês de julho e a perspectiva de recuperação já no próximo período”, lembrou Takeuchi.
As exportações, de forma surpreendente, tiveram alta em julho. Segundo os dados da entidade, aumentaram 19,8% no comparativo com o mês de junho, com a venda de 13.389 equipamentos. Apesar da elevação, ficaram 23,7% abaixo do total registrado em julho de 2007.
“Precisamos melhorar a competitividade dos produtos nacionais para aumentarmos os índices de exportação. Por enquanto, só crescemos graças ao mercado interno. Queremos expandir as ações externas”, ressaltou o presidente.
Os dados divulgados pela Abraciclo são baseados no desempenho de suas seis montadoras afiliadas: Dafra, Harley-Davidson, Honda, Kasinski, Sundown e Yamaha. Até o fim do ano, segundo a entidade, duas novas marcas podem se juntar à leva: Traxx e Bramont.
Questionados sobre o porque do não envolvimento da Suzuki com a entidade, os diretores foram diretos. “Boa pergunta. Convidamos o fabricante para se tornar associado, mas não tivemos retorno”, disse Moacyr Alberto Paes, diretor executivo.
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