Qual a melhor Big acima de 1000 cc melhor para você?

Quais são as mais indicadas para o seu uso?

Nosso país tem ótimas opções de motos no estilo Big Trail, para todos os gostos, todas as “tchurmas" e para todo tipo de terreno. Poderia ter mais? Sim! Mas não temos…

Dentre elas, as características particulares de cada uma as tornam melhores em determinados aspectos técnicos. O mais importante é que ela “vista” no seu tipo de uso, na sua vontade, e no seu sonho. Não importa se ela foi feita para isso ou para aquilo, o que importa é que, estamos falando de motos de luxo, e isso nada mais é do que atender suas necessidades com mais segurança e conforto.

Existem inúmeros relatos de pessoas que foram a Ushuaia com motos 125, scooters, enfim, existe a necessidade de se fazer uma viagem dessa com uma moto de 1000 cc ou mais? Não, por isso digo que são motos de luxo, para quem tem uma boa grana sobrando, e quer fazer as viagens com mais conforto e segurança, por isso disse que foram  feitas para atender a necessidade individual. 

Acho que todos concordamos até aqui, certo?

Pois bem, dentro deste cenário, no Brasil temos ótimas opções a partir de 1000 cc para agradar a todos os gostos e expectativas, por isso, é importante, antes de definir qual a sua Big escolhida, que uso dará a ela, assim fará uma escolha mais certeira.

Os modelos novos disponíveis nas concessionárias do país hoje, a partir de 1000 cc, são de sete marcas diferentes: BMW, Triumph, Honda, Suzuki, Kawasaki, Ducati e Harley-Davidson.

Obs: V-Strom e Versys são Touring e a Pan America chegará nas lojas a partir do segundo semestre.

Os modelos são: R1250 GS, Tiger 1200, Africa Twin 1100, V-Strom 1050, Versys 1000, Multistrada V4 S e Pan America. Sete máquinas que, com certeza, podem ser muito bem aproveitadas. Existem variações de alguns dos modelos citados, mas não há necessidade de tantos detalhes.

Quanto a característica de cada uma, deixo aqui os meus pitacos, bem pessoais, sobre em qual uso elas se encaixam mais. Veja bem, estou sendo 100% racional, não estou deixando a emoção influenciar.

Foto: Divulgação - Moto Atacama

1- Quero viajar pela América do Sul ou Brasil.

Todas elas cumprem esse papel mas, dependendo do caminho escolhido (andar mais ou menos no off road) algumas delas tem mais atributos para enfrentar as pedras e buracos porém, levando em consideração que não seria o ideal ficar se arriscando em “buracos" durante uma viagem de passeio tão longe de casa, todas elas atendem bem a proposta. A diferença será que, talvez, a maneira de conduzir uma ou outra por estradas mais judiadas, deverá ser diferente. Mais conservadora com V-Strom e Versys devido a terem perfil mais touring e suspensões mais  macias, enquanto as outras podem sofrer algum “abuso” maior , sem sofrer tanto e com mais segurança. Por outro lado, se pensar em consumo e on-road apenas, a V-Strom e Versys, com um ritmo mais conservador,  devem ser as mais econômicas.

Se buscar mais aventura a GS é sempre uma boa pedida, a  Ducati V4, e a recém lançada nova Tiger, está completamente diferente, e super habilitada para isso também!

Foto: Divulgação - CFMoto

2- Gosto de dar um passeio de moto no final de semana, sem terra, apenas asfalto.

Bom, se o objetivo é um passeio apenas, coisa de até  600 quilômetros (300 de ida e 300 de volta) no final de semana, não há necessidade, veja bem, eu disse necessidade, de investir bastante em uma motocicleta, pois com menos grana você consegue atingir também seu objetivo. Talvez a diferença de valores entre comprar uma e outra, já garanta alguns finais de semana viajando. Uma terrinha até a pousada ou um trecho de terra batida, todas vão de boa, mas eu ficaria entre a V-Strom 1050 ou Versys 1000, e uma graninha aplicada para viajar.

Agora, se tiver uma preferência de marca ou modelo, esquece a parte econômica e mate sua vontade, pois todas elas vão te atender.

Foto: Divulgação - Suzuki V-Strom e Kawasaki Versys

3- O meu negócio é novidade, gosto de ter o último lançamento.

Nesse caso, as opções mais “frescas" seriam a novidade da Harley-Davidson Pan America 1250 Special que estará disponível a partir de julho no Brasil, creio que só para entrega, pois as reservas começaram dia 02 de maio.

Nossa matéria a respeito da Pan America Special está aqui:

 https://www.moto.com.br/acontece/conteudo/andamos-na-nova-harley-davidson-pan-america-1250-especial-165546.html

Fotos: Divulgação - Harley-Davidson Pan America Special

Outra opção seria a nova Tiger 1200 que acabou de ser lançada, está cheia de novidades e já está causando bastante “barulho”. A Ducati Multistrada V4 S já é realidade, está entre nós, e está linda e incrível também! Portanto, se quiser novidades essas são  as mais esperadas do mercado.

Fotos: Trinity Ronzella - Ducati Multistrada V4 S e Triumph Tiger 1200

4- Quero me aventurar pelos off-road do mundo, além de estradas de terra, “cortar” alguns caminhos. Me enfiar no mato.

Com esse perfil a partir de 1000 cc não temos tantas opções, eu ficaria entre a África Twin, Tiger 1200 e R1250 GS. Nessa ordem. Porque? 

A África tem um DNA off road que deriva das CRFs. Quem já andou numa CRF de trilha e andou na África Twin sabe disso. Para se aventurar mais a fundo, a ciclística dela é a que melhor me atende, esguia e de fácil manobrabilidade. A transmissão por corrente é outro detalhe importante que faz diferença para esse uso. Para o off road, precisamos ter mais autonomia para resolver problemas. Outro ponto, é o fato dela ser mais estreita na parte do motor e ter um número muito grande de lojas por todo o Brasil.

Foto: Trinity Ronzella - Honda Africa Twin

A nova Tiger está cheia de novidades, mais leve e se mostrou fantástica. A posição de pilotagem  melhorou bastante, tem boa altura do solo e é mais estreita que a GS também. Os aros 21 e 18 mostram que ela está querendo terra e o tanque de 30 litros significa autonomia e segurança. A suspensão também deu uma melhora absurda, pesou na minha decisão. Gosto do mergulho da suspensão dianteira.

Foto: Trinity Ronzella - Triumph Tiger 1200

No caso das GS, o motor boxer é um limitador para trilhas mais estreitas, mesmo sendo uma ótima opção para lugares mais amplos. Obviamente que ela encara muito bem o off road, já pude fazer isso muitas vezes e ela se mostrou excelente, mas seria minha terceira opção hoje, não por ela estar/ser ruim, longe disso, ela não piorou em nada, mas sim pela evolução da nova Tiger.

Foto: Trinity Ronzella - BMW R1250 GS

A Ducati Multistrada V4S está cheia de novidades, tem uma ótima ciclística mas, é um produto diferenciado demais para colocar para ralar no mato, digo em relação ao visual. Ela é muito bem feita para um galho raspar no tanque ou carenagem, me incomodaria e não me sentiria à vontade. As outras já estou mais acostumado a colocar no off, não me incomodam. Todas elas, fica muito cara a brincadeira num ambiente que, um tombinho ou outro são inevitáveis. Ela tem uma tocada que permite “brincar”, porém a DesertX se encaixaria bem melhor nessa proposta, como não temos por aqui… 

Quer saber mais sobre a V4 S? A matéria que fizemos está aqui: https://www.moto.com.br/acontece/conteudo/a-ducati-multistrada-v4-s-e-uma-boa-opcao-165821.html

Foto: Trinity Ronzella - Ducati Multistrada V4 S

Porque não falei da HD? A versão que teremos no Brasil será a Special, uma versão completa, com objetivo e equipamentos voltados mais para o Touring. A versão que seria mais “aventureira” não veio para o Brasil e não creio ser o objetivo da marca nesse primeiro momento.

Foto: Trinity Ronzella - Harley-Davidson Pan America - Esta versão não virá para o Brasil, apenas a Special. 

5- Vou fazer uma viagem longa com garupa e carga total.

Se essa fosse a minha necessidade, escolheria a R1250 GS. Os motores boxer deixam o centro de gravidade dessa moto mais baixo, o que faria boa diferença com a moto em carga total pois, qualquer bobeada no equilíbrio (parado principalmente) seria mais difícil de segurar. A parte de equilíbrio em baixa velocidade seria um ponto importante durante a travessia de centros urbanos e alguma terrinha também, visto que, com garupa, às vezes um movimento independente de quem está na garupa, pode desequilibrar. Outro ponto seria o conforto para quem estiver na garupa da GS. Escuto de proprietários que as garupas elogiam bastante o conforto e o banco (até os 300 km pelo menos..) As outras fazem também, mas, as diferenças entre elas, por mais pontuais que sejam,  existem. Não vou incluir a Pan America aqui pois não tive a oportunidade de experimentá-la nessa situação, devido a isso não posso avaliar, mas creio que ela encararia tranquilamente.

Foto: Divulgação - BMW R1250 GS Edição Especial

6- Gosto das Speeds mas quero uma Big Trail.

Nesse caso, tanto a GS, Tiger e Ducati, atenderiam bem mas, creio que iria de Ducati pela história e por ter esse DNA  esportivo mais exacerbado. Andei na nova Multistrada V4 e, a esportividade foi uma das coisas que me chamaram a atenção, ela está o tempo todo te chamando para acelerar. E o som que ela produz quando isso acontece é incomparável! Acostume-se a ser o centro das atenções. Outro ponto impressionante dessa nova V4 é a tecnologia… é espantosa e de tirar o chapéu, imbatível!

Foto: Trinity Ronzella - Ducati Multistrada V4 S

Três coisas mais:

1- O condicionamento físico faz muita diferença e ajuda demais em viagens, principalmente nas longas, ele ajuda a compensar a ausência de alguma qualidade na moto. Exemplo? - Bem condicionado você consegue pilotar mais “inteiro" sem sofrer muito com o cansaço em uma longa jornada, com uma moto que venha a exigir mais do piloto, mantendo seus reflexos mais “espertos”. Numa situação de estrada de terra, por exemplo, você consegue permanecer mais tempo em pé (se souber andar em pé), o que irá judiar  menos de você com impactos se estiver sentado na moto.

2- Lembre-se, a moto vai onde o piloto direciona, portanto, antes de investir na moto que faz tudo, melhor investir no piloto, para ter habilidade e conhecimento, e assim,  enfrentar qualquer situação, pois a moto sozinha não sai do lugar. (apesar de já ter visto vídeo na internet que  anda sozinha sim).

3- Essas são a minha opinião, baseado no que eu gosto de fazer e onde gosto de andar, portanto, não é uma verdade absoluta, muito pelo contrário, é um gosto que, amanhã, com um novo lançamento no mercado, pode mudar.