Presidente da Jialing ''ensina'' a exportar

Guong Pin vê América do Sul e África como principais mercados para motocicletas chinesas.

Por André Jordão

Arthur Caldeira

Os seis anos de atuação da chinesa Jialing no Brasil com a marca Traxx ensinaram muito a essa que é uma das maiores fábricas chinesas de motocicletas com faturamento de 19 milhões de yuans (cerca de 3 bilhões de dólares) em 2008.

A afirmação foi de Guong Pin, presidente da China Jialing Group, no fórum realizado durante a CIMAMotor 2009, feira de motos ocorrida em Chongqing, China. O evento discutiu as oportunidades para as motocicletas chinesas no exterior. Presente em mais de 90 países em todo o mundo, o presidente da Jialing foi o escolhido para “ensinar” as outras indústrias chinesas as lições que a marca aprendeu a duras penas.

“Em todos os lugares onde há motocicletas, há uma moto chinesa”. Com essa frase, Pin abriu sua palestra. Segundo o executivo, o crescimento do mercado de motos em todo o mundo é uma grande oportunidade para as marcas chinesas. Porém, ele destacou a América do Sul e a África como os principais mercados do futuro. “São nesses países que a demanda por motos tem crescido nos últimos anos”, afirmou.

Mas o principal desafio, na visão de Pin, é escapar da simples estratégia de preços baixos. “As fábricas chinesas têm que procurar outras estratégias comerciais. Não simplesmente vender motos baratas”.

Pesquisa de mercado

Um dos primeiros pontos destacados por ele é ampliar o conhecimento sobre os novos mercados onde se deseja atuar. “É preciso entender o mercado como um todo. Cada país tem suas leis e regulamentações. Antes de se aventurar no exterior, é necessário pesquisar o mercado”, afirma. Cita como exemplo alguns erros cometidos pela empresa quando se instalou no Brasil, há seis anos. “Levamos algum tempo para entender o mercado brasileiro até instalarmos uma fábrica em Manaus, porque poderíamos ter mais sucesso nas vendas internas e também nas exportações para outros países da região”.

Outro importante aspecto é a questão tecnológica, que demanda investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Prova disso é que para mercados como o europeu e americano, a Jialing desenvolveu uma motocicleta de 600 cc voltada para o lazer e não como um simples meio de transporte. Constatações óbvias, mas que pareciam novidades para os fabricantes chineses que buscam expandir seus negócios para todo o mundo.

Apesar disso, nenhuma linha ou citação sobre as constantes reclamações feitas em relação às motos chinesas, como por exemplo, a falta de um controle de qualidade maior e de uma padronização de processos, ou seja, a garantia de que toda motocicleta tenha a mesma qualidade. Porém, Guong Pin reforçou bastante a importância de uma rede de revendas e de assistência técnica para o sucesso de uma marca no exterior.

Fotos: Gustavo Epifanio


Fonte:
Agência Infomoto

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