Prazer sobre um 'mico' de duas rodas

Motociclista se inspira na notícia da Aprilia Pegaso para refletir sobre sua Suzuki Burgman 400.

Por Leandro Alvares

Armando Junior

Caminhando na mesma óptica do amigo que citou a Pegaso 650 no Moto Repórter, vai aqui um relato do que pode ou não ser mico: uma Suzuki Burgman 400 ano 2007.

Aos olhos alheios ela é maravilhosa. Chama mais atenção do que bike quando está na rua passeando. Rua das boas, senão o bicho pega.

Desejos e vontades nem sempre têm a ver com valores de revenda ou recompensa no futuro. O mesmo se diz da palavra "mico". O que é mico? Honda New Civic é mico? Hoje com o país alcoolizado pelos flex sim, é mico. As lojas estão cheias deste modelo à gasolina.

E o novo Focus, lançamento 2009 só a gasolina! E olha que a Ecosport saiu três semanas depois com o mesmo motor 2.0 flex. Então isso também é mico? Mico é tudo aquilo que os aproveitadores de ocasião tentam estampar como algo que definitivamente você vai perder dinheiro.

Mas aí entra outra questão: o prazer! Caro amigo da Aprilia Pegasus, sua moto não é mico, desde que ela lhe ofereça aquilo que você busca. Voltemos então a Burgman 400 2007.

Roda pequena, sensível ao asfalto esburacado, um escapamento custa R$ 3.000 e que não foi desenvolvido para aguentar as péssimas gasolinas brasileiras, pois a vida útil  dele é desproporcional ao custo.

A dona da marca aqui no Brasil está pouco se importando para quem tem uma de suas motocicletas. Isso quer dizer que o pós venda é muito ruim. Se tem alguém que se importa um pouco (mas nada pode fazer) são as lojas que ainda tentam dar suporte. Talvez pensando que um dia esse cara vai voltar e comprar outra Suzuki.

Então tudo isso é mico... E onde ficam prazer, desejos e sabores? Tenho uma breve história sobre isso. Um vendedor de pão de mel recheado com doce de leite (um cara meio especial, com dificuldades cerebrais) vive graças ao produto que comercializa nas ruas, bares noturnos, etc. Um belo dia chegou num casal em um bar e ofereceu o pão  de mel. O namorado rapidamente fez questão de rejeitar e mandar o cara embora, mas ele insistiu: “O senhor não vai querer o pão de mel? Aquele gosto de doce de leite entre os dentes, lábios e boca. É o melhor da região”.

Mesmo assim o cara não quis. Mas o vendedor insistiu um pouco mais: “Não deixe de experimentar o sabor.” Moral da história: é isso que importa, o sabor! Seja ele um mico ou não. Abraço a todos, pois minha esposa adora este “mico” que temos na garagem. Um maxi-scooter Burgman 400 cheio de problemas e dificuldades de revenda.

O “motonauta” Armando Junior participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.


Fonte:
Moto Repórter

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