O Campeonato Mundial FIM/FIA de Rally e Raid atinge seu auge em 2022.

Texto: Luiz Mingione - 

A temporada de 2022 marca um ponto de virada para os Rally’s / Raid’s com o início do Campeonato Mundial consistindo em cinco provas da FIA e FIM. Após o show começar com a largada do Dakar em Jeddah, a competição segue para Abu Dhabi em março, Cazaquistão em abril, Andaluzia em junho e Marrocos em outubro.

Após o anúncio deste novo formato do campeonato, os fabricantes se comprometeram e expressaram um claro interesse em participar desta emocionante competição que  vai medir os grandes campeões em batalhas épicas tanto nos carros quanto nas motocicletas..

Um total de 53 equipes representando 6 fábricas já se inscreveram para o Campeonato Mundial FIA, enquanto 15 motociclistas, pilotos de 6 fabricantes jogaram suas apostas para o Campeonato Mundial FIM. 

Fotos: Divulgação  A.S.O/C.Lopez

O cenário está armado para uma batalha gigantesca. A maioria dos candidatos na largada da 44ª edição do Dakar está assumindo um desafio para toda a temporada de 2022 na esperança de reivindicar o título de campeão mundial ao final das cinco rodadas do campeonato. Na categoria carros, as quatro equipes principais lutarão pelo título enquanto algumas equipes independentes focam em resultados interessantes. Os principais construtores do Dakar apostam nos seus campeões, começando por Nasser Al-Attiyah, que venceu a competição cinco vezes no formato de "Copa do Mundo". Incrivelmente consistente ao longo da temporada, o Catar enfrentará forte competição de nomes como Sébastien Loeb, que tem uma chance pelo que seria seu décimo campeonato mundial da FIA após acumular nove títulos consecutivos do WRC entre 2004 e 2012.  O conceito deste campeonato em etapas também convenceu seu companheiro de equipe BRX Joan "Nani" Roma. Outros fortes candidatos como Yazeed Al-Rajhi, da Toyota, e Jakub Przygoński, do X-Raid, também aceitaram o desafio. Alguns pilotos privados, não acostumados a brilhar ao longo da temporada, agora estarão em posição de brigar pelo pódio. Esta situação é perfeita para pilotos como Mathieu Serradori e seus carros SRT Racing, bem como Jean-Rémy Bergounhe e Guerlain Chicherit da MD Rallye Sport, que está de volta ao volante.

Fotos: Divulgação  A.S.O/C.Lopez

Uma olhada na lista de pilotos da categoria de motos também promete batalhas intensas e cheias de emoções. Aproveitando o brilho da vitória no Dakar de 2021, Kevin Benavides da KTM será um homem a ser vencido, mas seu status de favorito pode ser posto em dúvida já em janeiro, principalmente por seu companheiro de equipe Matthias Walkner, campeão mundial de 2015 e 2021, e também pelos outros ex-vencedores do Dakar com motocicletas austríacas, Toby Price e Sam Sunderland. Nem é preciso dizer que a Honda também estará na briga, com Ricky Brabec como favorito ao pódio, mas também com seu novo companheiro de equipe na fábrica japonesa, Pablo Quintanilla, que já provou a glória em 2016 e 2017. Vai ser preciso um grande desempenho dos pilotos nos desertos da Arábia Saudita daqui a dois dias para não ser eliminado da disputa nas primeiras etapas

Foto: Divulgação/ A.S.O/DPPI.F.LeFloch

O desejo das grandes fábricas de vencer o maior número de provas possíveis e ganhar o troféu de campeão é muito saudável, mas o campeonato de Rally também aguça o apetite de estruturas privadas que correm e também lutam com todas as armas. As categorias T3 e T4 têm todos os ingredientes para uma competição em que os amadores às vezes vencem. Por exemplo, entre os protótipos leves, Cristina Gutiérrez (OT3-Red Bull) e "Chaleco" López (CanAm-South Racing) terão que ficar de olho em candidatos como Jean-Luc Pisson (PH-Sport) e Annett Fisher (Yamaha), que vão correr as 5 etapas do mundial. Entre os SSVs, Austin Jones (CanAm-South Racing) também terá um trabalho difícil, disputando com pilotos como o italiano Eugenio Amos e o jovem lituano Rokas Baciuška.