A Europa é um mercado completamente diferente do Brasil e, entre algumas diferenças, posso citar a diversidade de marcas e modelos. Mas existem outros detalhes que também fazem diferença como: poder de compra,  geografia da região, estrutura das cidades/país, clima, distância entre países, cultura e segurança, além de outros mais. 

Alguns dados de Brasil, Espanha e Itália serão colocados aqui apenas para termos uma ideia, se somos tão diferentes assim quando o assunto é motocicleta. Vamos a eles:

ESPANHA - População de aproximadamente 48 milhões.(2020)

Na Espanha, nesse primeiro mês de 2022 foram vendidos 13.389 veículos entre motos, ciclomotores e quadriciclos, um crescimento de 47,3% sobre o mesmo período de 2021. O Scooter mais vendido foi um elétrico e, nas motos, a preferência foram duas Naked! Vamos a elas:

Foto: Divulgação - NIU MQi GT

Foto: Divulgação - Yamaha XMAX125 2022

Foto: Divulgação - KTM 125 Duke

Pelo que podemos entender nesses números, a mobilidade é a grande motivadora para vendas, ou seja, o uso do dia/dia. Igualmente aqui no Brasil, as Scooters são uma opção mais prática, rápida e econômica de se locomover, que está aumentando a algum tempo, as opções disponíveis ofertadas pelas marcas. Já olhando o perfil das motos, talvez a estrutura de boas estradas e distâncias mais curtas entre opções de destinos interessantes, levem a busca por motos com propostas mais esportivas mas, o ranking está bem misturado e equilibrado, sendo 5 modelos com perfil Naked,  uma delas 125cc, 3 modelos de Big Trail e 2 motos na categoria On/off road. 

Foto: Divulgação - HONDA CB 125 F

As motos a combustão ainda são mais de 90% das vendas e os elétricos ficam com aproximados 9%.

Outro detalhe, a Honda tem maior número de modelos entre as dez.

ITALIA - População aproximada de 60 milhões.(2020)

Na Itália o mês de janeiro encerrou positivo em 5,9% para vendas no setor, com aumentos significativos de 47% na categoria dos ciclomotores e 23, 3% nas motos. Um dado interessante são os patinetes, que cresceram muito pouco (0,3%) mas, mesmo assim venderam 6.041 unidades! Os ciclomotores elétricos superaram 2021 em 156,6%.  Apesar de vizinhos, temos comportamentos e culturas diferentes entre Itália e Espanha. Vamos aos números:

Foto: Divulgação - Kymco Agility 125

Foto: Divulgação - Benelli TRK 502x

Foto: Divulgação - Moto Guzzi V7

Esses números não são muito diferentes da Espanha se considerarmos a população das duas mas, os modelos sim, estes são bem diferentes! Vemos um domínio nas Scooter de Honda e Piaggio e, outro detalhe, aparecem mais modelos com potências maiores, será que é o DNA Italiano por máquinas potentes? 

Foto: Divulgação - Keeway RKF 125

Quando olhamos as motos, também notamos um comportamento diferente trazendo a Benelli no topo da lista com um modelo aventureiro que bateria de frente com a CB 500X, porém mais “requintado”.  As três mais vendidas têm apelo on/off road e, em seguida, vem uma clássica de 65 cavalos e duas 125 cc estão no meio das 10 mais.

Outro fator curioso é o empate entre GS 1250 e Africa Twin, porque essa igualdade, ou melhor, porque aqui no Brasil é tão diferente?

Foto: Divulgação - Piaggio Beverly 400

Honda e Piaggio  com quatro modelos cada uma nos Scooters, deixando Kymco e Sym ocupando os dois lugares restantes. Nas motos está muito equilibrado, mas Honda e BMW estão com dois modelos cada uma e as outras seis posições estão distribuídas.

Curiosidade apenas: Triumph, Suzuki, Harley, KTM…nem sinal de fumaça…

Foto: Divulgação - Piaggio Liberty 125

BRASIL - População aproximada de 213 milhões (2020)

Nosso país é continental e tem muita gente! Devido a isso, os números são proporcionais em tudo, tanto para o bem, como para o mal. As vendas de motos em janeiro de 2022 estão melhor do que foram em 2021, e olha que 21 foi o melhor dos últimos anos! Segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), foram emplacadas “apenas” 89.685 motocicletas, ou seja, mais que um ano da Italia e também, mais de 6x o janeiro da Espanha! Se falarmos de dezembro de 2021 então, o Brasil vendeu 112.401 unidades! Mas o que vendeu mais? Quais modelos? 

Foto: Divulgação - Voltz EV1

Foto: Divulgação - Honda CG 160 Fan 2022

Esses números mostram a nossa realidade. A Fenabrave classifica Scooter e Cub juntas, mas, para ficar igual a Itália e Espanha, separei. A Biz vendeu 12.571 unidades e a Pop 9.585 mas, como elas não entram como Scooter e nem como moto, são Cub's, ficaram de fora para facilitar o comparativo.

A primeira Naked que aparece é a MT 03 com 637 unidades vendidas e vem seguida das CB 500, 500x e 650. Só depois surge a primeira Big Trail com a Tiger 900, vendendo 255 unidades. 

Curiosidade: Apenas a MT 03, que não está nem perto das 10 mais vendidas no Brasil, vendeu mais que as 02 Scooters mais vendidas na Itália e Espanha.

Foto: Divulgação - Yamaha MT 03 ABS 2022

A realidade do Brasil é outra e o mercado também. Com essa pandemia a busca por economia e aumento de renda com certeza colaboraram para esses números, mas, outro ponto, me ajudem vocês, podemos pensar que nesses dois países, quando a pessoa quer comprar uma moto para o dia/dia, ele vai na Scooter por ela ser mais prática, econômica e ter espaço para guardar as coisas? E aqui no Brasil existe ainda um pouco de resistência (diminuindo) com as Scooters? Não sei…

Foto: Divulgação - Triumph Tiger 900

Uma NMax 160 custa entre 16 a 17 mil reais e foi a scooter mais vendida. Já a moto mais vendida foi a CG 160 e está entre 11 e 12 mil reais. A elétrica Voltz EV1 está na oitava posição, enquanto que na Espanha, a NIU MQi GT foi a mais vendida. Ainda nos faltam opções de elétricas…

Esses números me motivaram a apresentar marcas que a maioria de nós não conhece, mas se encaixam nesse mercado de baixa cilindradas do Brasil! Por hora, ficamos na torcida para que as montadores que dominam o nosso mercado tragam alguns modelos interessantes que existem por outros países e não tem por aqui!

Aqui o link de duas matérias com marcas que agitariam nosso mercado.

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