Motos elétricas invadem o Salão Duas Rodas

Mobilidade com sustentabilidade ambiental. Este é um dos desafios de veículos de duas rodas ecologicamente corretos.

Por Roberto Brandão

Arthur Caldeira e Aldo Tizzani

Hoje, a questão da mobilidade está sempre em foco, principalmente nos grandes centros urbanos. Apesar da “lei da física”, ônibus, caminhões, automóveis e motocicletas querem ocupar o mesmo espaço. Além do grande número de veículos, há outro tipo de vilão que paira no ar, literalmente. E não são os helicópiteros, muito menos os aviões, mas sim o monóxido de carbono, o CO2. Desde janeiro, a terceira fase do Promot (Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares) está em vigor e alguns fabricantes investiram em motos equipadas com injeção eletrônicas ou movida a etanol. Mais ainda é pouco.

O mercado mundial e o Salão Duas Rodas mostram que os veículos elétricos já não habitam apenas nossos pensamentos. O futuro é hoje e os veículos movidos a energia limpa já são uma realidade concreta. Diversos modelos movidos a energia elétrica foram apresentados  no evento. Até mesmo a resolução do Denatran 315/2009 equipara as scooters elétricas com os ciclomotores movidos à combustão. Ou seja, os veículos que rodam com baterias precisam estar equipados com todos os itens de segurança – espelhos, piscas, farol, lanterna, velocímetro, buzina – e, consequentemente, ser emplacados para rodar em vias públicas. Outra prova que os veículos elétricos vieram para ficar é que a Petrobras já montou um “eletroposto” no Rio de Janeiro.

Zero poluição

Uma das grandes novidades mundiais em motos elétricas dos últimos anos, a Zero Motorcycles chega agora também ao Brasil. No Salão Duas Rodas, o Grupo Izzo anunciou oficialmente que vai importar os modelos produzidos pela empresa americana: as off-road X e MX, a trail DS e a supermotard S. Equipados com baterias de ion-lítio, a Zero produz motos com suspensões, freios, enfim uma ciclística de motocicleta e não de scooter como a maioria das opções elétricas em duas rodas. Porém as motos não têm câmbio.

Com autonomia de 80 km e recarga total em quatro horas, a supermotard Zero S, por exemplo, pode atingir 90 km/h. Os preços, por enquanto, ainda são salgados: de R$ 31.000 a R$ 39.000. Mas se você quiser andar de moto com a consciência limpa e emitir zero poluentes as motos da Zero são uma boa opção.

Diversas opções de scooters

Pioneira no Brasil, a MotorZ apresentou no salão paulista a linha 2010 das scooters elétricas SS800 (um motor de 800 watts), S1000 (dois motores de 500 watts cada) e V1500 (um motor de 1500 watts). Os modelos foram aprimorados, principalmente no que diz respeito ao sistemas elétricos e de recarga. Os preços variam entre R$ 6.450 e R$ 6.800). A autonomia é de 40 km e a velocidade máxima varia entre 50 e 60 km/h.
A “nova” Kasinski, que agora pertence à CR Zongshen, também entrou na onda ecologicamente correta. Apresentou o scooter Prima Electra com motor de 2000 W.

Com autonomia de 60 km, o scooter tem velocidade máxima de 50 km/h e conta com um diferencial: um botão que permite selecionar três modos distintos de potência para economizar energia. Em um curto test-ride, nota-se bem a diferença entre os três modos. As grandes dificuldades para motociclistas acostumados com motos a gasolina é a asuência de ruído e também o fato de que, ao acionar o manete de freio o motor elétrico corta e dificulta o equilíbrio. O preço da Prima Electra é de R$ 5.290.
A Traxx também entra na briga pelos volts e exibiu o scooter Vico (R$ 3.577). O modelo poder rodar com velocidade média de 25 km/h e conta com carregador bivolt.

Bicicletas elétricas

O Salão Duas Rodas apresentou ainda outras opções ecologicamente corretas de transporte, além de motos e scooters. Muitas bicicletas elétricas também estavam expostas no Pavilhão Anhembi. Feitas para quem curte as bikes como meio de transporte, os motores elétricos de bicicletas servem como auxiliares do pedalar, que auxiliam em subidas ou trajetos mais longos.

Alguns empresários do setor, como Ricardo de Féo, da recém criada General Wings, enxerga nas bicicletas elétricas um promissor mercado. “Até 2014 devem ser vendidas 8 milhões de bicicletas por ano no Brasil. Pelo menos 200 mil delas devem ser elétricas”, acredita. Para abocanhar uma fatia desse setor, a General Wings lança alguns produtos no Salão: dois kits que permitem transformar sua bicicleta em uma elétrica, além de três outros modelos já equipados com o motor elétrico. Os preços das bicicletas completas variam entre R$ 1.890,00, o modelo nacional, até R$ 7.490, a versão top de linha importada dos Estados Unidos.

Nessa 10ª edição do Salão Duas Rodas, os veículos elétricos mostraram que são mais que uma tendência, já são uma realidade.

FOTOS: Gustavo Epifanio 


Fonte:
Agência Infomoto

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