Mercado de usadas cresce e motos premium se destacam

Período segue com vendas superiores às do ano passado e favorece upgrade para modelos de cilindrada maior

Por Leandro Lodo

Carlos Bazela

O volume de motos usadas comercializadas em 2012 segue com crescimento modesto. De acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotivos), nos primeiros sete meses do ano foram feitas 1.325.185 negociações envolvendo modelos usados. O montante corresponde a proporção de uma motocicleta e meia usada para cada uma “0 km” vendida. Já o mês de julho fechou com 202.411 motos usadas comercializadas. Um número 5,13% maior do que as 192.542 contabilizadas em julho do ano passado. O número é considerado o melhor resultado apurado pela pesquisa em 2012.

Apesar disso, a falta de crédito para novos financiamentos, grande vilão das compras de motocicletas zero quilômetro, também assombra o setor de semi-novas. “Os bancos não financiam nenhuma moto com ano inferior a 2010. Está mais fácil comprar um apartamento do que comprar uma moto”, comenta Agenor Mário, gerente da concessionária Yamais, da Yamaha, que fica na Zona Norte da capital paulista. Para motocicletas semi-novas, as exigências adotadas pelas financeiras para aprovar as fichas aumentam ainda mais e nem se cogita planos sem entrada. “Os bancos pedem 20, 30 ou até 40% de entrada, dependendo da situação financeira do consumidor”, comenta Milton Ayabe, gerente do segmento Dream da concessionária Honda Comstar, na Zona Sul de São Paulo.

Toda essa restrição na aprovação de financiamentos acaba incidindo diretamente sobre as motocicletas. “Hoje, a inadimplência do setor automotivo como um todo [incluindo carros, motos e caminhões] é de 6,9%, sendo que mais de 50% desse montante se refere ao segmento de duas rodas”, afirma Alarico Assumpção Júnior, presidente executivo da Fenabrave, comentando ainda que a retração é reflexo da inadimplência proveniente de liberações de crédito mais antigas.

Alta cilindrada é opção

Quem está pensando em vender sua moto de baixa cilindrada e vislumbra fazer um grande negócio na compra de um modelo semelhante, porém mais novo, também deve ir com cautela. “Aqui nós pagamos de 25% a 28% menos do que o valor de tabela [Fipe] para motos de baixa cilindrada de outras marcas e 23% menos para motos de baixa cilindrada da Honda”, diz Milton Ayabe. Segundo o gerente da revenda Honda, quando a moto negociada foi comprada zero na concessionária e teve serviços feitos na própria revenda, existe uma valorização maior. “Quando o cliente comprou e fez todas as revisões da moto aqui, nós temos todo o histórico dela no sistema e isso facilita para revendê-la”, explica.

Já para as motos de alta cilindrada, o mercado de semi-novas é bom negócio. “Eu passei a me concentrar nas motos de maior valor agregado para aumentar a lucratividade”, comenta Humberto Cury, consultor de vendas da B & G Motos, revenda multimarcas de São Paulo. Para ele, as taxas menores para compra de motos acima de 600cc são uma boa opção para quem está indo em busca de sua primeira moto de maior porte e potência. “É o momento de subir de categoria e realizar um sonho”, finaliza Cury, que reitera a preferência dos bancos por modelos que sejam até 2010 e exigem 30% de entrada no mínimo.

A baixa desvalorização dos modelos maiores na hora da revenda também faz deles um bom investimento. “Para motos acima de 600cc nós conseguimos pagar mais. Em média, nós pagamos 23% menos do que o valor da tabela e 20% se for Honda”, diz Milton Ayabe, da Comstar.  Segundo ele, a compra de motos grandes semi-novas passou a ser subsidiada pela marca, o que já é uma ajuda. “De um mês para cá, o Banco Honda está financiando motos com mais de 600cc, mas com entrada de 40%”, comenta.

Saiba comprar a sua usada

Para aqueles que resolveram aproveitar o momento para adquirir uma motocicleta semi-nova, seja ela de baixa ou alta cilindrada, de uma concessionária multimarcas, alguns cuidados podem evitar futuras dores de cabeça. “É importante exigir que a moto esteja no nome da loja. Isso impede que o veículo esteja envolvido em algum processo de pendência judicial, como um divórcio ou ação trabalhista, por exemplo, e não possa ser passado para o nome do comprador”, orienta Humberto Cury, da B &G. A revenda também deve fornecer documentação específica. “O cliente não deve abrir mão da Nota Fiscal, Laudo Pericial e do certificado de garantia fornecidos pela loja”, completa. Vale lembrar que os documentos atestam a integridade das partes mecânicas da moto e costumam ser pedidos por financeiras e administradoras de consórcio para os processos de alienação.

Fotos: Agência Infomoto/Divulgação


Fonte:
Agência Infomoto

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