Mercado de motos deve cair 11% neste ano

Abraciclo projeta crescimento no segundo semestre, mas vendas devem sofrer queda.

Por André Jordão

Arthur Caldeira

Apesar da tímida recuperação do setor de duas rodas no segundo trimestre deste ano, quando os emplacamentos cresceram 7% se comparados aos primeiros três meses de 2009, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas Bicicletas e Similares (Abraciclo) projeta uma queda de 11% nas vendas em relação a 2008. Segundo o presidente da Abraciclo, Paulo Takeuchi, as vendas devem somar cerca de 1 milhão e 700 mil unidades neste ano – contra 1 milhão 910 mil no ano passado.

No primeiro semestre, foram vendidos 765.490 veículos de duas rodas – uma queda de 19% em relação ao mesmo período de 2008. A queda só não foi maior devido à tímida recuperação registrada entre abril e junho. Takeuchi e os fabricantes associados apostam nessa recuperação para minimizar a diminuição nas vendas neste ano. “O balanço (dos dois trimestres) demonstra que os efeitos da redução da Cofins estão surtindo efeito”, afirmou o presidente da Abraciclo.

Takeuchi refere-se à isenção da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para motos de até 150cc concedida pelo Governo Federal. A medida, que valia até junho, foi prorrogada até setembro. Além disso, o governo do Estado do Amazonas, onde estão instaladas as fábricas de motocicletas, isentou os veículos de duas rodas do pagamento do IPVA até o final do ano e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) prorrogou também a isenção da taxa administrativa até dezembro. Além disso, há incentivos de ICMS no estado do Amazonas. “Essas medidas devem garantir competitividade ao pólo de duas rodas e evitar demissões”, concluiu Takeuchi.

Falta de crédito é maior problema

Desde o início da crise financeira mundial a principal dificuldade do setor de motocicletas tem sido a falta de crédito para o consumidor final. “A procura pela aquisição de motocicletas continuou intensa durante todo esse período. O que afetaram as vendas foram as exigências para a aprovação de crédito e a necessidade de uma parte do valor de entrada, dificuldades oriundas da crise”, explicou Takeuchi. Algumas instituições financeiras chegaram até mesmo a cancelar linhas de crédito para o financiamento de motocicletas.

Para diminuir o problema, o presidente da Abraciclo espera que as financeiras transfiram para o setor de duas rodas o otimismo gerado pela venda de carros novos, que bateu recorde neste primeiro semestre. Além disso, outra esperança para o setor é a liberação de uma linha de crédito de R$100 milhões realizada pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), exclusiva para financiamento de motos para motociclistas profissionais por intermédio da Caixa Econômica Federal.

Com a verba, que deve estar disponível para o público a partir de agosto, o consumidor do setor duas rodas terá maior facilidade na aprovação de crédito, além de poder financiar 100% do valor do veículo. “Os motofretistas poderão comprar sem entrada”, comemorou Takeuchi, esperando que as projeções se confirmem e o mercado atinja a projeção de 1 milhão e 700 mil unidades.  


Fonte:
Agência Infomoto

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