Marcas Internacionais: A terceira onda

Depois dos japoneses e chineses, indianos ensaiam entrada no mercado brasileiro de motos.

Por Leandro Alvares

Aldo Tizzani

Em novembro de 1974, a Yamaha RD 50 foi a primeira moto fabricada no Brasil. Dois anos mais tarde, foi a vez da Honda apresentar a CG 125. A primeira onda, com a instalação dos fabricantes japoneses, está prestes a completar 40 anos.

A segunda onda começou a se formar com a chegada das marcas chinesas no final dos anos 1990 (Daelim e Sundown). Hoje os produtos importados ou que usam tecnologia chinesa já representam 10% dos modelos vendidos no país.

E há algumas marcas que ainda estão por vir. Porém, uma terceira onda já está em formação. Já tem nome e nacionalidade. Chama-se TVS, a terceira maior fabricante de motos da Índia.

Shantanu Chakrabarty, gerente-geral da TVS Motor Company, esteve no Brasil e apresentou o workshop internacional – “Perspectivas do mercado de motos no Brasil na visão das novas marcas internacionais”, durante o XVIII Congresso Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

A palestra do executivo indiano foi realizada em 23 de agosto e foi acompanhada por mais de 300 pessoas. O gerente geral da TVS fez um resumo das atividades da empresa, falou do mercado internacional, das igualdades e diferenças entre os mercados brasileiro e indiano, apresentou alguns produtos TVS e afirmou que o mercado brasileiro está na mira do fabricante indiano.

A montadora já está esticando seus tentáculos para fora da Ásia. Na América do Sul, a TVS iniciou suas operações na Colômbia e Uruguai. Para entrar no Brasil só falta um passo.

Para o advogado Luiz Eduardo Vidal Lopes da Silva, conselheiro da TVS no Brasil, a entrada da montadora no país é dada como certa. “Os indianos ainda não definiram de que forma se apresentam ao mercado brasileiro. Importando ou fabricando motos”, comenta o advogado, que também é consultor jurídico da Fenabrave.

Segundo o gerente geral da TVS, tanto a Índia como o Brasil são países grandes e populosos. “Claro que teremos muitos desafios pela frente. Porém, com uma ampla rede é possível crescer rapidamente”, explica o executivo indiano, dizendo que é muito cedo para definir uma estratégia. “Precisamos pesquisar o mercado para verificar o melhor modelo de motocicleta para o consumidor brasileiro”, afirma Chakrabarty.

TVS Motor Company

Hoje, a montadora é a terceira maior fabricante de motos da Índia — fica atrás da Hero-Honda e Bajaj. Além disso, é a sétima maior empresa do país. Fabrica seus produtos em quatro plantas, uma delas instalada na Indonésia. A produção anual é de 1,7 milhão de veículos. Tem 46 mil empregados e fatura US$ 3 milhões/ano.
 
A TVS Motor Company iniciou suas operações em 1985, formando uma joint-venture com a Suzuki. Nascia aí um projeto global, ou seja, uma moto fabricada na Índia com tecnologia japonesa.

Em 2001, a TVS rompeu o acordo operacional com a Suzuki. Hoje, a marca produz sete modelos de veículos. Tem 600 distribuidores e 1500 centros de serviço. O objetivo da TVS é ser o maior fabricante de motocicletas do planeta.

Modelos fabricados pela TVS
- Apache (street de 160cc, equipada com injeção eletrônica)
- Flame 125 (street de 125 cc)
- Star City (street de 110 cc)
- Scoot Pep + (scooter de 50cc)
- Neo 110 (Cub produzido na Indonésia)
- King (veículo de três rodas utilizado como táxi)
- XL Super Heavy Dutty (street para transportar cargas leves)

Raio-X do mercado internacional*
1) China: 15 milhões
2) Índia: 8,2 milhões
3) Indonésia: 4,5 milhões
4) Tailândia: 2,1 milhões
5) Brasil: 2,0 milhões

* Produção.


Fonte:
Agência Infomoto

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