Arthur Caldeira
Os engenheiros da Honda já começaram a trabalhar duro para cumprir a promessa do presidente mundial da empresa, Takeo Fukui, de que a partir de 2010 todas as motocicletas Honda acima de 250cc sairão de fábrica equipadas com sistemas de freio mais avançados e seguros.
O primeiro passo foi anunciado nesta semana na Europa: a tecnologia “Combined ABS” especialmente desenvolvida para motocicletas superesportivas. Vale dizer que esse sistema de freios anti-travamento era até agora inédito nas motocicletas deste segmento em todo o mundo.
Para entender melhor como funciona o “Combined ABS” é preciso conhecer o funcionamento do Combined Brake System (CBS), sistema de freios combinado da Honda, e também do Antilock Brake System (ABS), freios anti-travamento.
O sistema CBS surgiu pela primeira vez na CBR 1000F em 1993. O princípio é simples: ao acionar o manete do freio dianteiro com a mão ou ao pisar no pedal de freio traseiro uma central eletrônica distribui a frenagem nas duas rodas de tal forma que proporcione a mais rápida e segura desaceleração possível. Lembrando que a frenagem nada mais é que uma desaceleração, uma aceleração negativa.
A grande vantagem do sistema é aumentar a eficácia da frenagem quando o motociclista pisa no pedal de freio. Com o CBS, ao pisar no freio traseiro, a roda dianteira também sofre ação das pastilhas, diminuindo assim o tempo e a distância até atingir a velocidade de 0 km/h, ou seja, parado.
Apesar de elogiado por uns, o sistema CBS recebe críticas de quem pilota mais esportivamente, pois tem o inconveniente de não permitir que apenas o freio traseiro seja acionado, por exemplo, quando o piloto queira corrigir a trajetória em uma curva. Caso pise no freio, vai se perder de vez, já que ao se frear a roda dianteira a moto “levanta” e sai totalmente da sua trajetória curvilínea.
Já o sistema ABS é mais comum. Em uma frenagem de emergência e mais brusca, uma central eletrônica (Electronic Central Unit, ECU) em fração de segundos analisa a rotação das rodas e ao notar que uma delas pode “travar” alivia o freio e volta a acioná-lo instantes depois, evitando assim derrapagens e a perda de controle da motocicleta. O primeiro modelo Honda a trazer freios ABS foi a touring ST 1100 em 1992.
A Honda inovou em 1996 oferecendo seu Combined ABS, que conjugava os dois sistemas, na ST 1100 Pan-European. Atualmente, o sistema equipa as motocicletas importadas da marca à venda no Brasil como a Varadero XL 1000V, a VTX 1800, a Gold Wing e a nova Hornet CB 600F, disponível nas versões com ou sem o ABS/CBS.
Mais rápido
A grande novidade dos freios Combined ABS controlado eletronicamente para superesportivas é o sistema de acionamento. Em vez da pressão do piloto sobre o pedal de freio atuar diretamente nas pastilhas do freio traseiro, um motor faz o serviço. Ao pisar no freio o motociclista aciona um sensor de pressão aplicada (Input Pressure Sensor), que envia um sinal para a central eletrônica, que por sua vez aciona uma unidade motriz na roda traseira para aumentar a pressão hidráulica na linha de freio e parar a motocicleta. Simultaneamente, a ECU também envia um sinal a uma unidade motriz na dianteira que aciona o freio dianteiro da mesma maneira. Está aí a função CBS acionada eletronicamente.
Caso a pressão seja muito forte e a roda traseira ameace travar, um sensor de velocidade envia esta informação a ECU, que alivia a pressão na unidade motriz traseira. Aí entra em ação o sistema anti-travamento.
Além desse novo sistema de acionamento, o Combined ABS controlado eletronicamente foi projetado levando-se em consideração as características das motos superesportivas – como a curta distância entre-eixos e a tendência da roda traseira levantar em uma frenagem mais brusca.
Outra característica do sistema projetado exclusivamente para superesportivas, como a Honda CBR 1000RR, é a rapidez com que o sistema funciona. É a tecnologia a serviço da segurança.
Agência Infomoto
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