Especial: motos de sucesso na Europa que não estão no Brasil

Veja lista de modelos que os motociclistas gostariam de ver por aqui, mas que teriam pouca chance de sucesso em nosso mercado

Por Gabriel Carvalho

Sempre que uma reportagem sobre um lançamento de motocicleta no exterior é pubilicada ou durante as coberturas dos salões internacionais, surgem comentários e pedidos para que alguns modelos sejam lançados no Brasil. Ainda que o país seja de grande importância para os principais fabricantes mundiais em função do volume (em 2018 as vendas chegaram perto de um milhão de unidades), o mercado brasileiro de motocicletas tem algumas características peculiares. 

Além da extensão continental de nosso país, que eleva os custos da logística e do treinamento de concessionários, uma moto precisa ser fabricada – ou ao menos montada – em Manaus (AM). Dessa forma, goza dos benefícios fiscais do Polo Industrial na capital amazonense e chega às lojas com um preço competitivo perante às concorrentes. Além disso, cada país tem seu público consumidor com perfis diferentes e cada marca também tem seu objetivo. 

Tendo isso em mente, elaboramos uma lista de modelos que os motociclistas gostariam de ver por aqui, mas que dificilmente virão. Confira.

Honda CRF 250 Rally
Bastou a Honda apresentar a nova XRE 300 para choverem críticas nas redes sociais pelas mudanças apenas visuais na trail de 300 cc e muitos pedidos para que a marca trouxesse a CRF 250 Rally. Lançada no exterior em 2017, o modelo usa motor de um cilindro e 249 cm³ de cilindrada, mas com arrefecimento líquido. O propulsor produz 25 cv de potência máxima e bons 2,32 kgf.m de torque com câmbio de seis marchas.

A aventureira compacta oferece boa proteção aerodinâmica para viajar e um tanque de 10,1 litros, que promete 300 km de autonomia. Leve, com 157 kg em ordem de marcha, tem suspensões de longo curso para encarar estradas de terra com desenvoltura. 

Equipada com garfo invertido na dianteira e freios ABS de serie, a CRF 250 Rally, porém, chegaria muito cara em nosso mercado. O pequeno volume inviabilizaria sua produção local e, importada, o preço ficaria muito alto. A Honda acredita que a XRE 300 cumpre esse papel no line-up da marca no Brasil e os bons números de venda não justificam a troca.

Yamaha X-Max 300
Há alguns anos, existem rumores e pedidos para que a Yamaha traga o X-Max 300 para completar a linha de scooter no Brasil, que já conta com o Neo 125 e o NMax 160 ABS. Com um design mais esportivo e acabamento refinado, o X-Max 300 ainda tem faróis de LED e chave Smart Key. Equipado com motor de 292 cc e 28 cv, tem rodas de 15 polegadas, na dianteira, e 14, na traseira. 

Com amplo espaço sob o assento, o X-Max 300 é um bom scooter para cidade e para pegar a estrada também. Mas, de novo, seu alto preço – em Portugal custa 5.995 euros (cerca de R$ 25.600) – é um dos entraves para ele ser vendido por aqui. Com freios ABS, controle de tração e iluminação full LED ficaria muito caro. A Honda trouxe o SH 300, mas o preço elevado fez com que o scooter vendesse menos do que o esperado. O mesmo poderia acontecer com o X-Max 300 e isso não “empolga” a Yamaha a vendê-lo no Brasil.

Kawasaki Z 125
Apresentada no Salão de Motos de Colônia (Alemanha) em outubro do ano passado juntamente com a Ninja 125, a Z 125 pode ser considerada uma 125cc “premium”. Afinal, conta com motor arrefecido a líquido de 15 cv de potência e câmbio de seis marchas, além de freios ABS de série.

À época, diversos internautas reclamaram que aqui no Brasil as 125cc têm um perfil diferente, mais espartano e utilitário. A questão é que essas 125cc europeias são feitas para atrair o público jovem e novos motociclistas, já que existe a carteira de habilitação “A1”, que restringe a capacidade do motor e a potência das motos que podem ser pilotados por iniciantes. Até serviriam como porta de entrada para a marca também no Brasil, mas suas especificações deixariam o preço muito elevado. Portanto, é pouco provável que a Kawasaki venda essas 125cc por aqui.

Yamaha Tracer 700
Baseada na naked MT-07, a Tracer 700 usa o mesmo motor bicilíndrico de 75 cv, mas conta com características feitas para viajar. Assento mais confortável, tanque maior (17 litros) e proteção aerodinâmica para quem quer pegar a estrada. 

A crossover seria uma boa concorrente para modelos como a Honda NC 750X, afinal também tem rodas aro 17, mas com bom curso (130 mm) nas suspensões. Entretanto, desde a crise econômica a Yamaha tem focado mais em suas motos de entrada no Brasil, renovando suas linhas de 150 e 250cc.

Como as vendas da Tracer 700 não seriam de grande volume e o preço poderia ficar muito próximo a Tracer 900, vendida aqui no Brasil por R$ 45.990, dificilmente a marca trará a versão de 700cc para nosso mercado. Infelizmente.

Honda Rebel 500
Exibida no Salão Duas Rodas 2017, a Rebel 500 é quase uma “custom” da linha 500cc da Honda. Lançada inicialmente no mercado norte-americano, onde esse tipo de moto faz sucesso, a Rebel 500 chamou a atenção dos motociclistas brasileiros que gostariam de ter uma custom mais acessível do que os modelos da Harley-Davidson – a Iron 883, moto de entrada da marca custa R$ 42.400.

Com o mesmo motor bicilíndrico de 471 cc e 48 cv, mas um novo quadro, a Rebel 500 tem assento único a apenas 69 cm do solo. Com estilo “bobber”, atrairia quem procura uma moto minimalista feita para ser customizada. Apesar de já vender os outros modelos da linha 500cc no Brasil, a Honda parece não ter se animado a montar a Rebel 500 em Manaus e, por enquanto, não há notícias de que a marca pretenda trazer o modelo para o nosso mercado.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br / Agência Infomoto

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