Especial: Damas do asfalto

Na semana do motociclista, as mulheres também possuem seu espaço nas duas rodas.

Por Adilson

Adilson Junior

Que o número de motocicletas aumenta cada dia mais nas grandes cidades não é nenhuma novidade. Cada vez mais as pessoas estão trocando os carros pelas motos para fugir do trânsito caótico dos grandes centros do país.

E uma considerável parcela desse público são as mulheres, que também estão largando o carro de lado e fazendo uso das duas rodas para se locomover.

Hoje, mais de 25% das motos “0 Km” são adquiridas por mulheres. Nos primeiros seis meses do ano, foram emplacadas 951.151 unidades, segundo pesquisa da Fenabrave (Federação nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Então, seguindo o raciocínio, do total, cerca de 240 mil motos são pilotadas por representantes do sexo feminino.

Uma representante deste grupo em ascensão é a motociclista Vivian Freire. A empresária de 26 anos, apesar de adorar andar de moto, não acha seguro no dia-a-dia em São Paulo, mas faz uso das duas rodas para fugir do stress e do trânsito infernal da capital paulista.

Confira o bate-papo que tivemos com ela:

MOTO.com.br: Qual moto possui?
Vivian Freire: Tenho uma Suzuki Burgman

M: Você gosta de andar moto?
VF: Bom, eu cresci vendo meu pai andar de moto. Ele deu minha primeira “motinho” quando eu tinha somente 7 anos! Vivi e cresci nesse meio e adoro motos.

M: O que a fez trocar o carro pela moto?
VF: O principal motivo que me fez trocar o carro pela moto foi o trânsito! As pessoas estão se habituando a programar a rotina do dia-a-dia contando 1, 2, 3 horas a mais por causa do trânsito, como se isso fosse normal... É totalmente descabido. Eu não agüentava mais pegar 1 hora, 1 hora e meia de congestionamento todos os dias. Já chegava no trabalho nervosa, cansada e o meu dia mal havia começado. O meu dia rendia menos do que eu precisava, então resolvi comprar a moto.

M: Não acha perigoso para uma mulher andar de moto em São Paulo por causa de assaltos, acidentes, etc?
VF: É claro que andando de moto você está muito mais suscetível e desprotegida aos perigos da cidade, mas quem anda de carro também corre os mesmos riscos. Pra falar a verdade, me sentia muito mais sujeita aos assaltos quando andava de carro. Sempre vinha alguém no meu carro pedir alguma coisa, limpar os vidros... Me sentia realmente ameaçada, morria de medo e passava em faróis vermelhos mesmo estando sujeita a multa.

Com a moto, não passo mais por isso. Fiquei livre de algumas situações que me incomodavam. Já os acidentes realmente são preocupantes. Há muitos motoristas de carros desatentos e motociclistas que se arriscam.

Eu busco ser prudente, não ando nos corredores quando o trânsito está fluindo, procuro andar em uma velocidade que eu consiga parar rapidamente se for preciso... E no mais, deixo nas mãos “Dele”, pois São Paulo tem o trânsito mais caótico que eu já dirigi e pilotei.

M: Os motoboys respeitam as mulheres que andam de moto? já sofreu algum tipo de situação por ser mulher?
VF: Nunca tive problemas com os motoboys. Ao contrário, muitos são bem simpáticos, quando paro nos faróis e eles percebem que sou mulher, conversam, perguntam sobre a minha moto, perguntam se eu não tenho medo do trânsito e me dão até dicas sobre as ruas, melhores faixas para andar. São super bacanas!!

M: Usa a moto no dia-a-dia ou só para o lazer?
VF: Uso no dia-a-dia. Realmente não agüento mais o trânsito, então, mesmo deixando minha Mãe quase louca de preocupação, não consigo mais pegar horas de trânsito. Além de evitar os congestionamentos, passei a gastar muito menos dinheiro com o combustível. Este é outro aliado que me faz pegar a moto todos os dias.

M: Tem amigas que andam de moto?
VF: Nenhuma!!! Minhas amigas tem medo e me chamam de louca, mas por outro lado elas acham bacana ter uma amiga motociclista.

M: Fez amizades em função da motocicleta?
VF: Amizades de verdade nunca fiz. Somente os motoboys que puxam papo comigo e eu respondo, converso enquanto estamos parados ali no farol e depois seguimos nossos caminhos. Amizade mesmo nunca fiz e teria medo.

M: Costuma viajar de moto?
VF: Nunca viajei de moto, mas é por falta de opção, pois minha moto tem poucas cilindradas, pouca estabilidade... não dá para pegar uma estrada. Se eu tivesse uma moto mais “potente”, já teria colocado o pé na estrada. Minha sorte é que meu noivo também ama motos e já combinamos de comprar uma bem legal daqui alguns anos. Com essa sim, iremos viajar bastante e depois eu conto para vocês como foi...

M: Já sofreu algum acidente?
VF: Sofri um pequeno acidente na Avenida Rebouças. Foi bem de leve mesmo, porque graças a Deus eu ando devagar, sou prudente, ando totalmente protegida, então a coisa não foi séria. O motorista do carro simplesmente mudou de faixa sem dar pisca alerta, sem diminuir a velocidade e a impressão que eu tive é que ele mudou sem mesmo olhar no retrovisor. Se eu estivesse um pouco mais rápido, teria batido bem no meio dele, e então o acidente teria sido feio. Por sorte, só bati na traseira, já devagar, me levantei e pronto.

M: O que a família acha de você andar de moto?
VF: Minha mãe odeia, me chama de maluca e fica rezando até que eu volte. Meu pai e meu noivo por mais que gostem de moto, também ficam um pouco preocupados, mas sabem que é inevitável. Tenho gosto pela coisa e não pretendo parar de andar.

M: Sabia que essa semana é a Semana do Motociclista e que dia 27 é o dia do Motociclista?
VF: Puxa vida, não sabia!! Acho que eu já me enquadro nessa categoria! Ganhei um dia agora...

M: Que moto gostaria de ter?
VF: Bom, as motos que eu gostaria de ter eu não poderia, pois nem alcançaria os pés no chão (risos), mas posso sonhar... Minhas marcas preferidas são: Triumph e Ducati.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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