Entrevista: Trovão faz ação social com luta livre e moto

Motociclista tem trabalho social reconhecido por oferecer cultura, lazer, entretenimento e esporte em todo país

Por Aladim Lopes Gonçalves

Aladim Lopes Gonçalves
 
O motociclismo é como uma espécie de fraternidade em que todos se ajudam e também se reúnem para ajudar os outros e promover a solidariedade. Há grandes exemplos desse tipo de atitude entre os motociclistas, como é o caso de Aparecido H. Freita, mais conhecido por Trovão, um dos grandes personagens do mundo das duas rodas no Brasil pelo seu jeitão de selvagem da motocicleta e pela sua atuação como o lutador de luta livre Trovão – O Motoqueiro. Com os shows e apresentações da Abraluli (Associação Brasileira de Luta Livre) - Trupe do Trovão, ele e seus amigos lutadores levam lazer, entretenimento, esporte e solidariedade para todo o país. Completando 20 anos de atividades em 2015, a Abraluli tem ações reconhecidas por entidades beneficentes, empresas, prefeituras e demais esferas governamentais, por realizar eventos que atraem milhares de pessoas e pelo trabalho social que é feito, com a arrecadação de alimentos, além de treinamentos e cursos oferecidos à comunidade na academia Abraluli - Trupe do Trovão, que fica na zona leste da cidade de São Paulo.
 
Junto com Trovão nessa empreitada social e jornada para revitalizar o espírito da luta livre no Brasil, que fez muito sucesso na década de 1970, estão lutadores talentosos, como Fantasma, Múmia, Caveira, Lobisomem, Marlos – O Mão de Ferro, Falcão Negro, Carrasco, Palhaço, entre outros atletas, que fazem a alegria do público em geral. Especialmente as crianças, que gostam quando os vilões apanham dos mocinhos, e os fãs saudosos da luta livre brasileira. As mulheres também entram nos combates e mostram toda a força feminina nas lutas. A própria filha do Trovão, Vaneska Carmona, entra no ringue como a Princesa Dourada e mostra que é dura na queda também. Confira o bate-papo que tivemos com Trovão, aproveitando um breve intervalo nos seus treinamentos, e saiba mais sobre os planos e projetos desenvolvidos por esse notável motociclista, que é um verdadeiro lutador e uma pessoa do bem. 
 
MOTO.com.br: Conte um pouco da sua formação, trajetória profissional e como iniciou sua relação com o mundo das motos?
 
Trovão: Meu início nas artes marciais começou aos oito anos de idade na modalidade de capoeira até os 18 anos. Daí veio boxe, chute boxe, karate, vale-tudo... Há 22 anos, por último veio, a luta livre voltada ao show e entretenimento e nunca a apologia à violência, que foi quando fundei a Abraluli (Associação Brasileira de Luta Livre) em 1995.
 
MOTO.com.br: A Abraluli desenvolve essa modalidade esportiva no país e oferece um verdadeiro show para o público. Então, como está o desenvolvimento da luta livre no Brasil? Existe um calendário dos eventos, um campeonato? Como as pessoas podem contratar uma apresentação de luta livre para o seu evento e como novos lutadores e atletas podem participar da associação e frequentar sua academia?
 
Trovão: Então, como disse antes, sou fundador da Abraluli, mas hoje quem preside é minha filha Vaneska Carmona, a qual é lutadora também e formada em educação física e graduada. Temos uma equipe de luta livre - show masculina e mista, que é a Trupe do Trovão, e uma feminina, que são As Guerreiras do Ringue, que vieram em 2014 e iniciarão em 2016 na TV. Estamos em negociação no geral com a TV. Não existe campeonato na Abraluli, ainda... Mas vai haver sim, na hora certa. Nossa academia está sempre aberta aos amantes da luta livre brasileira e nossos show podem ser contratador pelo nosso site (abraluli.com.br) que tem todos nosso contatos.
 
MOTO.com.br: Muito da sua fama como motociclista é resultado do reconhecimento por trabalhar com várias campanhas e ações sociais, de saúde e bem-estar.
 
Trovão: Vamos por partes: sou motociclista desde os 12 anos de idade quando andava numa Garelli que tinha motor de pouca potência e pedal de bicicleta. Antes disto já rodava de bicicleta no interior onde fui criado, nas cidades de Adamantina e Osvaldo Cruz (risos). O que me orgulha de ser um pouco caipira, como dizem. Na parte social, quando comecei na capoeira com oito anos, comecei também o social na escola que, na minha época, era grupo escolar. Na época ajudando na arrecadação de alimentos para merendas esportivas no fim de semana.
 
MOTO.com.br: O que você sente quando participa dessas atividades e de onde você tira tempo e tanta energia para atender todo mundo que quer conversar com você e tirar fotos.
 
Trovão: Aí é o mais fácil! Isto depende só de mim e tiro de letra. Sou amante de ter amigos, amigas e sempre dar a atenção merecida que todos merecem. Ah, sei sair da gentileza com pessoas que querem me tirar também.
 
MOTO.com.br: Quais as principais ações que você participa regularmente e como mais motociclistas e outras pessoas podem ajudar também?
 
Trovão: Bom, atualmente minhas ações são mais com meus shows Abraluli - Trupe do Trovão, no qual arrecadamos alimentos e outros produtos como ingresso. Geralmente, também, as prefeituras e patrocinadores arcam com as despesas de nossos eventos. Um exemplo hoje é o da Prefeitura Municipal de São Paulo, com quem temos um convênio com a SEME (Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação de São Paulo), através do apoio do secretário Celso Jatene, onde são realizados nossos shows de forma gratuita nas regiões mais carentes da cidade gratuitamente ao lado de órgãos públicos.
 
Outro é o de motociclismo. O maior da América Latina e dentro dos três maiores do mundo, que é o Brasília Moto Capital, onde é a 6ª participação anual que fazemos com a Abraluli, com o Marco Portinho e seus sócios. Alem desse, normalmente, realizamos no mínimo 50 apresentações pelo Brasil por ano. Fora TV e filmes que participamos.
 
MOTO.com.br: Apesar da rouquidão na sua voz, você sempre dá atenção para o público e conversa bastante. Qual a origem do seu problema na voz e como você convive com isso. Faz algum tipo de tratamento, como você descansa a voz?
 
Trovão: Minha rouquidão?! Nem a vejo mais assim. Hoje a vejo como uma aliada minha, pois já estou tão acostumado que se minha voz voltasse não seria mais eu!!! A origem foi um passado sofrido, mas fiquem na curiosidade (risos). Meu descanso para ela é quando durmo! Não falo com ninguém (risos).
 
MOTO.com.br: Você aparece nos eventos com seu triciclo invocado, que sempre chama bastante a atenção. Como é que você montou essa máquina? E qual sua motocicleta preferida para o dia a dia e para pegar a estrada?
 
Trovão: Não é meu triciclo! São os meus triciclos! Tenho três! Um com motor V8 de Galaxie e sua estrutura toda, um 1600 e um 1500, esses com mecânica VW. Mais a casinha que é meu lar nesse mundão. Eles foram feitos por um amigo e irmão de fé, o Machado. Não tenho moto. Sou mais dos triciclos, há mais de 20 anos.
 
MOTO.com.br: Que recado você deixa para aqueles fãs de motos que ainda buscam entender o que é ser um motociclista e uma pessoa do bem.
 
Trovão: Aos fãs da luta livre, que não são poucos, digo para valorizarem a luta livre brasileira e que venham nas apresentações. Além da nossa equipe e associação, há outras realizando seus trabalhos, cada uma de sua forma. Eu vejo e valorizo a luta livre brasileira, pois respiro ela. Aos fãs do motociclismo, aqueles que já são e os que virão a ser, digo que respeitem sua máquina que ela o respeitará. Lembre-se que o guidão é dela, mas a mão que acelera é sua! Se respeitem que chegarão na minha idade e continuarão a curtir a vida. E não esqueçam que no mês de julho estaremos no Brasília Moto Capital, dias 24 e 25, às 22h. Abraços a todos do Trovão. Um irmão sem distinção. Nômade Brasil A.S.S.A.
 
- Confira o vídeo com apresentação de luta livre 

- Confira o vídeo de reportagem com Trovão


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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