Acontece
Acontece
A Moto Honda da Amazônia preparou um evento de apresentação da nova CB 1000R em fevereiro, onde apenas analisamos o visual do modelo 2023 e suas características. A matéria foi publicada em nosso site e, quem não viu, pode clicar aqui para acessar e ficar por dentro.
Agora, foi a vez de andarmos com a moto, realmente testarmos as melhorias e inovações em um modelo que já é consagrado mundialmente.
Para isso, um roteiro foi montado cuidadosamente para que as características destas motocicletas fossem colocadas a prova e, obviamente, com belas paisagens da fronteira São Paulo/Minas Gerais.
Nomes de peso da imprensa especializada, do moderno mundo digital, além de pilotos experientes e instrutores de pilotagem, estavam presentes para pilotar, gravar e deixar suas impressões a respeito. Com isso, ajudar a matar as curiosidades dos apaixonados por motos.
Com tipos de rodovias variadas, pista dupla, pista simples com trechos duplicados, pista simples sem acostamento, estradas estreitas subindo e descendo serras com visuais incríveis, trechos urbanos, enfim, super completo e bem escolhido para que pudéssemos avaliar a moto completamente e trazer nossas primeiras impressões a respeito..
Esse estilo de moto, são nada mais nada menos, que uma moto speed sem a carenagem, obviamente que alguns confortos são dados ao estilo, como a posição do guidão mais confortável, por exemplo. Mas o que quero dizer é que elas normalmente têm a característica de “motorzão" mas, apesar de andar forte, o vento frontal em alta velocidade não gera uma situação confortável, portanto, mesmo podendo, o objetivo do modelo não é andar a 200km/h e sim andar mais abaixo, curtindo. Já se falando de curvas…a conversa muda, a moto gosta disso e permite que o piloto sinta um pouco mais de esportividade. Concluindo, ela é um moto confortável em velocidades compatíveis com o estilo mas, que não trás conforto em altas velocidades devido a exposição ao vento do piloto, mas, entrega esportividade em trechos sinuosos e nas retomadas de velocidade.
Estavam disponíveis três opções de cores para nosso teste, a CB1000R vermelha, prata e a Black Edition, que traz alguns diferenciais como por exemplo: câmbio quickshifter, assento monoposto e do garupa, e uma pequena carenagem acima do farol.
O primeiro trecho foi de pista dupla com bastante espaço e com movimento razoável. Retas longas, curvas mais suaves e ultrapassagens tranquilas, serviram muito bem para notar que é uma moto confortável na tocada, quero dizer com isso o seguinte: em sexta marcha por exemplo, devido ao torque do motor, você consegue andar em alta velocidade obviamente mas, se precisar andar a 40, 50km/h, não existe a necessidade de ficar baixando marchas. O motor empurra com vitalidade a motocicleta apenas com a virada de punho direito, sem ser agressivo em excesso. E não é lenta essa recuperação. Fiz o teste nas passagens de pedágio, por exemplo, entrava em sexta marcha e saía na mesma sexta marcha.
Nem preciso dizer que o motorzão vai bem além do que é permitido nas vias nacionais não é? Ela anda e muito, mas o modelo não tem esse objetivo.
Andamos bons quilômetros em trechos assim, onde normalmente nas subidas surgia a segunda pista para facilitar as ultrapassagens de caminhões, por exemplo, mas… às vezes não era preciso esperar chegar nesses pontos. Com a faixa permitindo ultrapassagens, aí sim, baixava uma, duas ou até três marchas, seta para esquerda, pista livre e punho virado, a resposta traz confiança.
O modo de pilotagem já estava no Sport para ajudar nessas situações, onde precisamos de uma resposta mais rápida e segura.
O motorzão enche rápido e quando você começa a pensar, já foi, passando muita segurança.
As curvas começam a ficar mais fechadas e a diversão vai ficando mais gostosa, começamos a entrar no habitat ideal para esse modelo.
Aqui a moto está no mundo ideal! Pouco movimento nos deu a sensação de liberdade mas, os radares e as placas de limite de velocidade informam que a liberdade tinha limite. O lado bom é que as curvas com pista dupla para quem sobe, poderiam ser feitas mais fechadas e, com isso, sem precisar torcer o cabo para buscar aquela inclinação confortável, segura e prazerosa, sem abusos! A moto vai firme! A suspensão e os pneus fazem um trabalho em conjunto perfeito!
Entramos no estado de Minas Gerais, é impossível não notar a nítida diferença de cuidado com o asfalto. Remendos mal feitos (isso tem também no país inteiro eu sei, mas existe essa diferença infelizmente), acostamentos com mato e desníveis criminosos, enfim, atenção redobrada. O movimento complica um pouquinho devido aos caminhões e a pista, que continua sendo sinuosa, restringindo as ultrapassagens, mas, com esse motor, nem existe a necessidade de reduzir, vai só no torque.
O detalhe ficou agora para a suspensão. Não é uma moto para ser macia com uma big trail por exemplo, pois tem que ser firme para poder se divertir nas curvas, e também, é menos dura que uma speed, para oferecer mais conforto.. Desviar dos remendos e buracos, reduzir nas lombadas eram movimentos frequentes. Ponto positivo para a agilidade do modelo que permite mudanças bem rápidas com facilidade, mesmo com seus 200 kg. Não parece ser uma 1000.
Começamos a seguir na direção do estado de São Paulo novamente mas, havia montanhas para cruzar. Pistas simples, sem acostamento, pouco movimento, cortando propriedades rurais, ou seja, prudência e segurança. Algumas lombadas ou curvas que surgiam mais fechadas foram trabalho fácil para o conjunto de freios. Muito seguros, permitem uma frenagem mais tardia ou até, como acontece às vezes nessas estradas, conseguimos salvar a vida de alguns cães ou mesmo, nos livramos de alguns motoristas que pensam estar virando a curva do banheiro para o quarto, eles simplesmente entram na rodovia sem olhar, talvez por não estarem acostumados com movimento mas, não justifica. Nessa hora as luzes de alerta piscam na moto, indicando uma frenagem mais emergencial, abrupta. Tirando isso, as curvas te convidam a acelerar mas, a paisagem e esses detalhes te mantém no ritmo passeio contemplativo seguro.
Foi ótimo para, quando estava na Black Edition, fazer uso do Quick Shifter, reduzindo e subindo marchas sem precisar tirar dois dedos das manoplas para acionar a embreagem. Isso acontecia quando entrava alguém desatento na rodovia, quando aparecia um animal pensando se iria atravessar ou não, uma curva mais fechada ou com sujeira na pista, enfim, a mão esquerda seguiu firme na manopla com todos os dedos!
Chegando na cidade ela mostra que pode ser comportada, dócil e fácil de conduzir, entra novamente o torque do motor que entrega certo conforto em não precisar mudar de marcha muitas vezes. Detalhe: acostume-se em ser o centro das atenções, faz até um bem para o ego que, mesmo de capacete com viseira espelhada, lá no fundo, você chega a pensar que estão olhando para você. O ego agradece!
Quanto ao calor do motor, não senti desconforto por aquecer demais, as novas aletas funcionaram muito bem jogando o ar quente para baixo.
Um dia em especial foi debaixo de chuva! O dia inteiro! Bom, ela vem com o modo de pilotagem Rain, portanto, teste é teste! Selecionado o Rain, ele deu uma amansada no motorzão e deixou ela bem mais tranquilinha, pois água, pista simples, curvas, trechos com tráfego rural que tráz terra para a pista, serras, enfim, por segurança e com as condições e a estrada já intimidando a todos, melhor garantir. E foi bom! Evita uma escorregada em cima da faixa de rodagem, por exemplo, se acelerar demais.
A moto é incrível, eu já sabia que seria, pois o modelo anterior já era ótimo, as novidades como farol, painel e detalhes atualizados só melhoraram. É uma máquina que entrega muito prazer e segurança na pilotagem, independente do tipo de local escolhido para rodar. Rodei a noite também e o conjunto ótico é muito satisfatório, amplo e abrangente!
Os punhos com novos comandos, deram um pouco de trabalho para acostumar, mas, questão de tempo, é bem intuitivo e prático. Até colegas comentaram que, se tivesse uma iluminação neles facilitaria. Concordo mas, como disse, esse “trabalho" é porque não tiveram tempo de acostumar com as posições e comandos, um uso mais prolongado resolve. Mas ficaria legal ele iluminado também.
Apesar do tamanho da moto, durante esse roteiro de aproximados 240km bem variado que fiz 5 vezes, o consumo ficou em média entre os 17 e 17,5km/l. Tocando no modo “divertido e prazeiroso”, que é diferente do esportivo. Achei muito bom para o modelo. No trecho de pista dupla, rodando a 110, 120km/h, ficava acima dos 20km/l, bem satisfatório no eu ponto de vista.
Não se deixe impressionar pelo porte da moto, ela é muito mais fácil de pilotar do que parece ser.
Assista o vídeo que o Fábio Saheki fez a respeito da CB 1000R para ver mais a respeito da moto, ouvir uma outra opinião e também ter uma idéia das estradas e locais por onde passamos, é só assistir abaixo, está bem legal!