1000 milhas em uma scooter

Quatro aventureiros fizeram 1.624km em 22h33min em cima de quatro Burgman 125cc.

Por Adilson

José Carlos Santos

Desafio vencido: 1.624 km em 22h33. Bravas scooters, bravos pilotos, brava tripulação de apoio e policiais rodoviários bem bravos também.

Largamos às 20h15 do dia 19 de abril, um sábado, do primeiro posto de abastecimento da Rodovia dos Bandeirantes (SP), e para dar mais emoção à aventura, debaixo de muita chuva.

Éramos quatro pilotos: José Carlos Santos, Edrey Momo, Paulo Bertozzi e Ricardo Chaibub, em quatro scooters 125cc e mais três integrantes na picape de apoio: Dinarte Moreira Leão, João Fernandes Maciel e Fernando Moreira, com a função de navegar, fotografar e auxiliar nas paradas de reabastecimento.

Foram 11 cidades percorridas: São Paulo, Rio Claro, Santa Adélia, Pereira Barreto, Presidente Venceslau, Presidente Prudente, Assis, Lins, Lençóis Paulista, Tatuí e novamente São Paulo.

Como não tínhamos tempo para descansar, em cada parada (a cada 150km percorridos) fizemos um lanche rápido, enquanto as scooters eram reabastecidas. Decidimos largar à noite, para fazer o trecho com as melhores rodovias neste período, deixando as estradas ainda desconhecidas para o dia.

Nossa primeira parada: Rio Claro. Tirando a chuva, tudo tranqüilo. Na segunda parada, em Santa Adélia, nosso quarto piloto, Ricardo Chaibub, enfrentou algumas dificuldades físicas. Após o reabastecimento feito e os sanduíches engolidos, seguimos para Nhandeara.

Mais um reabastecimento realizado e Ricardo continuava com dificuldades. Seguimos então para Pereira Barreto, local em que a equipe de apoio decretou o fim da prova para nosso amigo Ricardo. Vencido pelo cansaço e sonolento, ele se acomodou na picape.

Rumamos para Presidente Venceslau, sem a chuva da noite anterior. Com o dia claro e metade do percurso já percorrido, paramos para mais um lanche rápido e um tanque de gasolina. Seguimos para Pirapózinho quando uma das scooters (a minha) começou a perder rendimento nas subidas. Precisava pilotar constantemente com o corpo inclinado, aproveitando o vácuo deixado por uma das outras duas scooters para não ficar para trás.

Mais gasolina, mais chocolate e energético, e seguimos para Assis. Veio então uma parada surpresa com três autógrafos para dois policiais rodoviários que nos esperavam com o talão de multas na mão.

Não, as multas não foram por excesso de velocidade. Fizemos ultrapassagens em locais não permitidos e fomos punidos. Após 40 minutos perdidos, seguimos tentando eliminar o atraso para Lins. Mais um lanchinho rápido e fomos para Lençóis Paulista.

Não podíamos mais ter imprevistos. Já havia o risco de estourarmos o tempo limite. Chegamos a Lençóis, repetimos o nosso ritual, sempre acompanhados pela Mitsubishi Triton do apoio. Enquanto bebíamos um isotônico ou um energético, nossos anjos da guarda se incumbiam do reabastecimento das motos, anotações nas planilhas e recolhimento de comprovantes nos postos de gasolina.

Quando faltava bem pouco, minha scooter começou a me preocupar. O rendimento caíra ainda mais. Problema na embreagem. Mais uma parada em Tatuí. Na saída do posto, minha Scooter se “queixou” com um forte ruído. Embreagem patinando. Faltava pouco, mas a chuva voltou a nos acompanhar.

A última parada aconteceu no posto BR da Marginal Pinheiros, próximo ao Jockey Club. Missão cumprida. Ainda reservamos um restinho de energia para celebrar na 1900 Pizzeria da Vila Mariana — a patrocinadora da aventura —, onde amigos e família nos aguardavam.

Agora é só preencher todos os relatórios, planilhas, anexar mapas e comprovantes e enviar tudo para a “Iron Butt Association”, na Califórnia. Depois, aguardar os certificados.

Um dia os exibiremos para nossos filhos e netos, e segundo o meu amigo Dinarte, eles farão a seguinte pergunta: Pra quê isso?

O “motonauta” José Carlos Santos participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.

Fonte:
Moto Repórter

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