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Viagens

Viajando pelo Sul do Brasil de BMW F 800 GS

22 de February de 2016

 

Reinaldo Baptistucci e Karin Birgit Stoecker
Mais que motociclistas e fãs de motos, são hábeis contadores de histórias e profundos conhecedores do mundo das duas rodas, sendo verdadeiros apaixonados por viagens e aventuras pelas rodovias do país e nações vizinhas.

 

Em janeiro de 2015 nos estávamos rodando de Moto pelo Tocantins (TO) quando surgiu a idéia de começarmos a pensar na próxima viagem. Não por nada, mas sempre foi assim, e lógico, e por que não, ir até o Pará, mas não foi bem o que ocorreu. O ano de 2015 passou voando e cheio de buracos, não só na economia, mas como todos já sabem na reviravolta preocupante do clima. O efeito desastroso do El Ninho e da La Ninha no tempo brasileiro, altas temperaturas e chuvas torrenciais estavam previstas para o próximo verão, e para quem anda de moto, viajar em condições limites nem sempre é agradável.

Dezembro de 2015 confirmou o que já estava previsto. O tempo esquentou de vez. Haja água para lavar tanta lama - e locais secos foram alagados por tempestades violentas. Foi nessa época que virei o meu velho e já surrado mapa, iniciei a procura de estradas vicinais para o Sul brasileiro; estava decidido! E a primeira parada seria em Treze Tílias (SC), mas antes de chegarmos lá fomos rever bons amigos que gostam de andar a cavalo, próximo da cidade de Assis (SP).

Tralha amarrada no lombo dos nossos "Burros de Carga", tudo pronto para pegar estradas, mas eu confesso que estava preocupado. Afinal de contas, no último minuto eu tinha trocado de moto e, falando francamente, desconhecia por completo aquela "Ducati Alemã" com motor Rotax, com pedaleiras acanhadas e escorregadias além dos punhos de controle totalmente distintos da minha já bem conhecida Harley-Davidson. Resumindo: fui me atrapalhando pelo caminho até que depois de alguns KMs rodados não resisti e a qualquer dúvida consultava a minha GURU da BMW F 800 GS, a Santa Pinny. Dessa forma ficou bem mais fácil, pois, afinal das contas, eu mais uma vez estava aprendendo a andar de moto e foi sempre assim...

Treze Tílias (SC)
Passamos por Ponta Grossa (PR) e despencamos para a Serra Catarinense, um verdadeiro luxo de cores e paisagens, pequenas cidades e muita limpeza, sem falar da já bem conhecida por todos, comida e hospitalidade agradável do povo Catarinense. Nesse trecho uma grande surpresa nos aguardava. Na verdade, um presépio e indo além, uma cidade austríaca rodeada de montanhas, ficamos no Camping Felder bem no centro de Treze Tílias. Rodamos a pé por toda a cidade, quem não foi e não conhece, pode começar a pensar no assunto e viajar para lá. Talvez você dê sorte e veja a migração das Andorinhas.

Mais uma vez na Estrada
Primeira engatada e as despedidas emocionadas de sempre, vamos sentir saudades, mas já estava na hora de seguir rumo ao Rio Grande do Sul, vendo pelo espelhinho Tílias desaparecer nas curvas. Foi bom e sabemos que um dia voltaremos, só que agora era encarar a BR 116 que já deveria ter sido totalmente duplicada, mas para isso nós não temos dinheiro, por incrível que pareça, a 116 continua igual.

- Bom dia, enche o tanque!
O frentista fica observando a Pinny descer da GS num segundo.
- Tem que ter muita coragem! - Exclama o rapaz que nos recebe com gentileza.
- Tão indo para onde?
Pinny responde sem titubear:
- Cambara do Sul (RS)!
- Báh! É lindo por lá! –, e dá a dica: - Vá no Itaimbezinho, vocês vão ver que Belezura é!
- Sim esse é o nosso objetivo.
- Por Bom Jesus (RS) é mais legal. - Continua o Jovem.
- Dito e feito, é pra lá que estamos seguindo.

E fomos.

Curvas e Araucárias em grandes quantidades, em uma estrada totalmente deserta, um presentão para quem está viajando, e foi nessa tocada que finalmente chegamos à Cambara do Sul (RS), que na verdade é uma vila charmosa e cheia de casinhas de madeira, mas o grande atrativo é o incrível Parque dos Aparados da Serra, com precipícios de até 900 metros em queda livre, com os Cânions Fortaleza e o Itaimbezinho. Uma obra incrível da engenharia criada pela própria natureza.

No dia marcado pegamos uma van e rodamos 20 km por estradas de terra até o Parque e de lá foram mais 10 km a pé por trilhas no meio da mata... Valeu e mesmo com muita chuva e frio foi bom demais .

De Cambara para Canela e Gramado
Em 1991 a bordo de uma BMW K100 RS visitei a região durante o inverno e só agora em 2016 estava voltando. É sem dúvida um programa imperdível, não só pela arquitetura peculiar, mas também por uma natureza privilegiada. As duas cidades oferecem passeios deslumbrantes e o Parque da Cascata do Caracol é sem dúvida um Grau a mais nessa beleza de lugar.

Uma dica: Camping Gramado que esta situado entre as duas cidades, foi lá que ficamos por 5 deliciosos dias, com direito a vinho, queijo e algumas caipirinhas de Vodka, sem esquecer do churrasco... precisa mais?

SIM!

Estradas, pois já estava na hora de voltar, mas na verdade a gente nunca volta, será sempre assim, alguma coisa você deixa pelo caminho e ao mesmo tempo empilha na garupa da moto, como por exemplo, as memórias, todas as curvas contornadas e os bons amigos que fizemos mais uma vez Viajando pelo Sul do Brasil.

Abraços aos irmãos estradeiros!

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