Viagem pela Serra do Rio do Rastro de Yamaha Midnight Star

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Por Aladim Lopes Gonçalves

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Ronaldo José 

Depois das últimas viagens sozinho por aí rodando pelo Brasil, já era mais do que hora de levar minha mulher novamente em um passeio comigo. Em dezembro passado na volta de minha viagem aos Estados do Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul, de cara combinei de viajarmos no feriado de Carnaval para conhecer a Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina, já que ela estaria de férias em seu serviço e teria um tempo legal para viajar. Prá mim essa viagem se tornara de muita ansiedade e de uma obrigação tremenda, pois a maioria dos meus colegas motociclistas sempre me faziam a mesma pergunta. Você já foi a Serra do Rio do Rastro? Bom, chegara a minha vez, e agora indo muito bem acompanhado.

Estamos distante de Assis/SP 950 KM até a Serra e apesar da Sirlene já ter seguido outras vezes comigo de moto por algumas viagens, nessa época ela estava um pouco destreinada, então decidimos um trajeto fácil para rodarmos o percurso em um dia e meio com tranquilidade.

Saímos de Assis no domingo dia 26/02/17 para estrada por volta de umas 7:30 da manhã com o tempo nublado, tempo esse que se estendeu por toda a manhã. Fomos aproveitando bem a estrada sem se preocupar com horários ou km que iríamos fazer no dia, pois tínhamos dois dias suficientes para rodarmos. Seguimos sentido Palmital/SP pela SP270 Raposo Tavares, atravessando o Rio Paranapanema, passamos em Andirá/PR e já alcançando Santo Antônio da Platina/PR fizemos uma primeira parada para um café.

A viagem foi seguindo legal e a Sirlene se acostumando novamente às estradas. Paramos em Ventania/PR para um primeiro abastecimento,minha Yamaha Midnight Star XVS950 fez uns 19km/l, engarupado e com muitas bagagens, afinal de contas tinha mulher à bordo, né? Achei até que fez uma média boa. Passamos por Tibagi/PR, Piraí do Sul/PR, Castro/PR, Carambeí/PR chegando para almoçar já em Ponta Grossa/PR. A viagem foi rendendo bem, paramos em Curitiba para uma água e novo abastecimento, seguimos agora pelo contorno para pegar a Rod. 376 passando por Joinville/SC e alcançamos a BR101 até Barra Velha/SC já no litoral, isso depois de 650 KM rodados, minha mulher seguiu bem e acho que rodamos um bom tanto por ela estar um pouco mal acostumada nesses últimos tempos.

Nessa época do Carnaval, as acomodações ficam superlotadas e preços fora do comum, e como não era prá menos só conseguimos uma pousada já em Piçarras/SC, isso depois de muita procura e quase ficando alojado na casa de um camarada frentista que ofereceu sua casa caso não conseguíssemos um lugar para pernoitar.

Saímos cedo com o tempo muito bom, nós dois descansados e com gosto a continuar rodando na BR101, entramos em Camboriú/SC para rever uma colega minha de trabalho, a Natália, que estava passando o Carnaval por lá. Fui descendo pela BR passando pelas cidades praianas até Laguna/SC onde a 101 começa a se afastar a direita do litoral sentido Tubarão/SC um pouco mais ao interior. Nesse trajeto da 101 conhecemos o Ricardo, um motociclista gente fina de São Vicente/SP que estava viajando sozinho em uma Harley-Davidson 1700cc, o qual daí em diante passou a fazer parte de nossa viagem. Passamos por Tubarão/SC, mais algumas cidadezinhas e já chegamos na Pousada Redivo, em Lauro Muller/SC, onde conseguimos também uma hospedagem ao novo colega. Pousada essa que recomendo aos que interessarem por se tratar de lugar ótimo, estratégico, e por um tratamento pelo proprietário “Dudu” e sua esposa como se os hóspedes fizessem parte de sua família, além é claro do hiper café colonial servido em sua própria cozinha. O Ricardo acabou ficando também com a gente como parceiro de viagem nos dias que ficamos nas Serras de Santa Catarina, um companheirão e tanto.

Sem pensar muito quando chegamos, só deixamos as bagagens para aliviar um pouco o peso da moto e já saímos para conhecer a tão famosa Serra do Rio do Rastro, pois o tempo estava ajudando, tudo limpo sem neblina. Escolhi essa pousada por isso mesmo. Fica bem no pé da serra na própria rodovia que já dá acesso à subida. Subimos pela primeira vez nesse maravilhoso passeio, uma estrada completamente diferente de todas que já rodei, e olha que já rodei hem, minha mulher também ficou muito impressionada com tamanha beleza da natureza na Serra, apesar do medo é claro das curvas e da altura, a tranquilidade só veio quando alcançamos o mirante e suas lojinhas de compras, kkkkk. Nesse Mirante se tem a noção exata da grandiosidade desse lugar, se tem uma visão de quase por completa toda a estrada, um lugar magnífico.

O mundo é pequeno mesmo, né? Coincidências com nós nas estradas em motos é muito mais comum que imaginamos, não é que nessa primeira subida encontramos também rodando por lá dois casais amigos nossos aqui de Assis/SP, o Valmir e a Fernanda e o Valdinei e a Michele. Aí é claro, risadas, muitas fotos e conversas intermináveis, acabamos rodando muito boa parte do tempo todos juntos, foi bacana tê-los encontrado lá.

Fizemos a serra uma vez já na chegada durante o dia e a noite após uma boa janta, eu e minha mulher fizemos novamente a serra, mas agora na noite a serra se torna um passeio totalmente diferente, muda completamente, muito mais emocionante e empolgante, e nessa noite a maior parte da estrada estava totalmente aberta sem neblina, onde essa só veio a ocorrer já mais no topo da estrada e no mirante, aí meu amigo não se enxergava nada.

Na quarta-feira dia 01/07/17 cedo depois do maravilhoso café colonial na pousada, resolvemos subir novamente pela terceira vez a Serra do Rio do Rastro, agora o Ricardo estava junto, para rodarmos um pouco mais até Urubici/SC distante uns 120 km de Lauro Muller/SC, para conhecer alguns outros lugares incríveis, a Serra do Corvo Branco, o Morro da Igreja, a Pedra Furada e a Cachoeira Véu de Noiva.

A Serra do Corvo Branco também é muito famosa, mas diferente da Serra do Rio do Rastro e também pela dificuldade até sua chegada devido aos 6 km de estrada em pedras vindo da cidade de Urubici/SC, isso fez com que eu e o Ricardo por estarmos com moto baixa chegássemos somente ao seu ponto principal, um corte na montanha em rocha de uns 90 m de altura para a passagem da estrada, fazendo um paredão gigantesco, lugar incrível, um silêncio absoluto somente quebrado por alguns motociclistas de big trails que por lá passavam, e neblinas que surgem e dispersam em harmonia com a serra, um lugar tão maravilhoso, mas com um descaso total, judiação que não se tenha uma estrada em boas condições para termos feito ela por completo.

Voltamos para Urubici/SC já começando a escurecer, mas resolvemos rodar mais um pouco, uns 40 km, e pernoitar na cidade de Bom Retiro/SC, num hotel com donos bem hospitaleiros e novamente um café colonial de tirar o fôlego, servido tanto na noite como de manhã. O Ricardo continuava com a gente, mas dali em diante na manhã seguinte seguiria para casa de uns parentes em Rosana/SP e nós para o Guarujá/SP.

Saímos quinta-feira de manhã do hotel, cada um para seu lado, agora na nossa volta eu e minha mulher ainda teríamos uns dias de descanso nas belas praias do Guarujá/SP. Pegamos a Rod. SC282, muito bonita, cheia de curvas e morros, paisagens maravilhosas, lugar chamado de “vale europeu”, rodamos para BR101 onde demos uma rápida parada em Florianópolis/SC para revermos um amigo, o Vitor, depois de uma boa conversa já continuamos sentido Curitiba/PR pois não queríamos perder muito tempo e terminar o percurso nesse mesmo dia. Passamos por Curitiba e na BR116 até passar Miracatu/SP alcançando assim novamente a BR101 descendo para o litoral em Peruíbe/SP, seguimos até Santos/SP por São Vicente e pegamos fizemos a travessia por balsa para o Guarujá/SP.  

Chegamos ao Guarujá/SP já era noite na quarta-feira, rodamos o dia todo e agora teríamos um merecido descanso naquelas praias. Ficamos por ali até o final de semana, desfrutando das praias, da comodidade e do conforto de ficar em um apartamento com piscina e de frente à praia, apartamento esse de uma grande amiga nossa aqui de Assis, poderíamos ter finalzinho de viagem melhor que esse? kkkkk.

Agora já descansados saímos do Guarujá/SP para rodarmos os 550 km até Assis/SP. Fizemos uma semana de viagem excelente, adorei ter minha mulher comigo em mais uma viagem, ela foi firme, rodou bem e gostou muito de um passeio mais longo, tanto pelos lugares que ficamos como pelas pessoas que conhecemos e pelas estradas que rodamos. Deus sempre está conosco e fomos agraciados sem imprevistos, chegamos bem em casa depois de uns 2.700 km rodados. Agora quero levar minha mulher novamente a mais uma viagem até Foz do Iguaçu/PR antes de fazer a outra mais longa ao Norte do Brasil.

Fotos: Ronaldo José/Acervo Pessoal


Fonte:
Moto Repórter

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