Viagem do Feriadão: Vai ou não vai?

Conforme prometido no "causo" anterior: Curvas sem miséria - Serra do Rastro da Serpente - agora a última parte da saga

Por Aladim Lopes Gonçalves

Lu Thomaz

No sábado de Aleluia, o “trem sobrenatural“ decidiu voltar para casa, por motivos que, conforme já disse, não ouso especular.

Ainda antes de deixar a cidade (Lapa-PR) fomos novamente ao centrinho histórico para visitar o Museu das Armas, mas para nosso azar estava fechado naquele horário. A bikerzada acabou se contentando com uns picolés na pracinha e seguimos viagem.

Uma dúvida me atormentava há 30 kms: Desço até Balneário Camboriú (SC) –  onde a convite dos Filhos do Vento MC eu teria casa, bebida e lugar para guardar a moto, ou voltar com o Trem Sobrenatural que é diversão garantida também??? Tenho problemas com esta coisa de não poder estar em dois lugares ao mesmo tempo.

Ultrapassei o pessoal e “pedi pra sair” paramos no acostamento resgatei minha roupa de chuva que estava no Caveirão. Despedida, beijos , abraços e recomendações – sou sentimental – e...  ops... pedaleira solta na Bold'Or – aí começou o calvário do Jônatas o dono da Hondona , o cavalheiro adora falar mal das HDs, mas quem estava cuspindo peças era a Imperatriz.

Após uma suadeira para colocar a pedaleira, zuamos o Jônatas, e aceleramos novamente.

Eu me separaria da turma na Regis: o Trem Sobrenatural rumo a Sampa e eu em viagem solo sentido o litoral catarinense, embora ainda não estivesse totalmente decidida sobre o meu paradeiro.

Novamente o Eullão capitaneou, eu metida à besta, segundona da fila, só que desta vez não sei porque raios, acho que o Molambo esqueceu de olhar no retrovisor e nos distanciamos um pouco do pessoal, paramos no acostamento e nada da turma aparecer... foi então por celular soubemos que a Bold'Or perdeu o freio traseiro..

Para a desgraça absoluta do Jônatas, a Imperatriz  umas das motos japa do trem, se rebelou de forma definitiva, já a Virago do Renatinho se comportou bem.

Paramos no próximo posto – já na Regis – Tomamos mais café, enquanto esperávamos, o Eullão esperou mais que eu ..e ainda me pagou um café, tivemos notícias que o trem já estava na estrada, porém a Honda ainda meio solta na ladeira.

IMPORTANTE: só nos próximos dois parágrafos não sei o que é fato ou boato, pois enquanto a Imperatriz era reparada com louvor pelo Eullão eu acelerava com destino à Santa Catarina
 
1- A imperatriz deu uma trabalheira danada até poder rodar com certa segurança.

2- Ouvi também que a Nadir noiva e garupa fiel do Jônatas, voltou feliz, feliz, feliz  na master-garupa-sofá do Caveirão (Ultra Glide) pilotada pelo Sabbath. 

Acelerei sentido litoral catarinense – se sei ler placa, sei ir... a estrada é uma delícia, o que inferniza são os três pedágios em cerca de 200 km,  tem ainda uma serrinha boa de descer, onde céu estava carrancudo, mas não o suficiente, manda mais!!!

Fiz uma parada para abastecer na divisa do PR com SC, mas nem tomei cafezinho, eu queria era chegar.

Ao passar por Joinville tive vontade de visitar a Vivi e o Cris  (estudamos juntos)  mas deixei para a próxima, arrependi um pouco...

Por volta das 17h30 eu e a Preta estávamos em areias catarinenses, fui recebida pelo Andreas, Ghazal e Sujeira respectivamente, presidente, vice e bonitão do FDVMC.

Deixei minha bagagem na sala do ap carinhosamente apelidado de “Jaula”.

Em resumo os casais estavam hospedados no ap do “Présa” e os avulsos, podres e incansáveis na “Jaula”

Desci para a festa, era aniversário da Gabi, a primeira dama, a patifaria já estava rolando, papo bom: motos,viagens, tatoos, mais festa sem miséria, diz que tinha gente tomando bourbon até em xícara de chá!

Ainda sobraram forças para um rolê de moto com os meninos à noite na avenida beira-mar e adjacências, barzinho, Rock & Roll underground e sanduba para fechar a noitada.

Retornei  à “Jaula”  para um soninho, só sobrou o sofá de couro encardido na sala, sem travesseiro. Tenho sono leve e durmo mal fora de casa, logo pensei: Quer ser biker, quer andar com os caras, então agüenta a paradinha...não é só alegria tem que sofrer um pouquinho também. Dormi “fardada” mesmo, só pra lembrar como era ...horrível.

Às 03h38 recebi notícias do Trem Sobrenatural: Por incrível que pareça acabamos de chegar. Logo vi que o Jônatas estava lascado...e senti uma saudadinha da minha cama. Parece xaveco furado, mas meu coração viajou com eles.

De manhã uma alma caridosa que deixava o recinto, ofereceu-me uma caminha dormida, porém com lençol branquinho e travesseiro, aí sim vi vantagem em colocar o pijama e rolei do sofá para o colchão...

Ao acordar desconfiei que a sacada “hermeticamente” fechada serviu de suíte nupcial para algum picareta, mas juro bem juradinho que não tenho nada haver com este pato.

Domingo de Páscoa, marzão azul, tempo fresco,  dia de recuperar as forças, sai com o Sujeira para um passeio a pé no calçadão, só esqueci de levar uma focinheira para o danado!

Na volta a “Jaula” foi desativada e o rescaldo do feriado: eu e o Sujeira, passamos para o ap do  “Présa”, a Gabi preparou uma bela sopa de capeletti, comi até morrer - jantei no céu.

Segunda às 07h15 ligamos os motores, a Preta fez manha – parecia que algo na parte elétrica não ia bem... mas o harlão pegou após receber alguns esclarecimentos sobre os benefícios de voltar para casa.

De Curitiba a São Paulo pegamos alguns trechos com chuva, eu e o Sujeira, por birra,  optamos em não vestir roupa de chuva, foi como nos velhos tempos: molhar e secar na estrada, parece burrice, e é,  mas foi legal  igual criança fazendo arte.

Na Regis o trânsito estava tranqüilo e nas paradas para abastecer e tomar café (nem sei quantas) o assunto,  lógico,  foi a farra do feriado, como dizem: O que acontece em “Camburas” não chega nem à Curitiba...

Pegamos a saidinha para Peruíbe, onde choveu sem dó, mas para quem vai ao ABC paulista é vantagem, depois segui para a Imigrantes e o Sujeira foi sentido litoral norte – é o cara mora onde a gente tenta passar as férias.

Ao chegar no ABC já de noitinha a Preta, suja feito jipe de trilheiro, teve um novo apagão, desta vez no posto de gasolina, tomei mais um café para espantar o friozinho, fiz umas promessas, e a moto pegou.

Era só o cabo da bateria que estava meio solto por conta da vibração da “cadeira elétrica” e o pessoal da Old Times resolveu.

A Virago do Sujeira, já na Ilhabela (ele mora lá...) também deu pau – caiu a corrente, mas o Ick, que é  irmão, ogro e anjo da guarda providenciou o resgate de ambos.

Comecei a achar que as motos queriam mais estrada em vez de chegar em casa.

Farra pra ninguém colocar defeito, dúvida, desconforto, muita estrada e frio na Imigrantes faz sentir mais o pancadão da vida, foi bom chegar em casa: Sweet, sweet home São Bernardo.

Making-off

Passei alguns dias tentando, por compaixão, defender o Jônatas, mas o cavalheiro está na lama até o pescoço, os Malvadões não arredam pé de sacanear o cara, e para falar a verdade, continuaremos a voltar no assunto por tempo indeterminado. 

Em tempo: Teve gente dizendo que eu debandei do Trem Sobrenatural, fugi da raia, e me livrei do enrosco. Julgo injustiça.

Agradecimentos ao FDVMC e especial para o Andreas e a Gabi por receberem a encardida para este festão.

Saudações encardidas,

Lu Thomaz
Contato: [email protected]
http://blogdaencardida.blogspot.com


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

Compartilhe:

Receba notícias de moto.com.br