Uma Gold Wing se destaca no oeste americano
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Por Usuário Motoreporter
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Walter Mota
Durante uma semana rodamos 2.290 km, em um tour guiado pelo Oeste Americano, visitando vários Parques Nacionais e o trecho Histórico da Rota 66. Ao todo, 17 motos iniciaram o passeio, sendo 14 Harley Davidson, duas Indians e a solitária Gold Wing.
No início da jornada todos olhavam com desinteresse para a Gold Wing e até com certa raiva, pois, onde já se viu cruzar a Rota 66 com uma moto japonesa, que mais se parece com uma baleia Jubarte, no meio das Harley e das Indians com seus motores em “V”. Seu escapamento não rugia com o tradicional barulho das motos americanas, era um som que despertava a atenção somente quando os giros ultrapassavam os 5.000 RPM... Mesmo com minha esposa na garupa a Honda fazia ronco bonito nas retomadas, nas ultrapassagens, nos trechos em subida e, acreditem, nas estradas sinuosas.
Ao efetuar a locação deste modelo fiquei preocupado com os trechos que fossem marcados por estradas com curvas, mas pude comprovar a agilidade desta “baleinha”, com um centro de gravidade bem baixo ela é extremamente confortável para condução mais esportiva, com um freio ABS que transmite confiança ao piloto. Mas vamos ao verdadeiro diferencial, o motor não esquenta e não vibra. Quando parávamos para abastecer, tirar fotos e lanchar, todos perguntavam sobre o calor do motor, neste momento a Jubarte mostrava que era uma “fera fria”, não levava o desconforto do calor da usina de força para o condutor e para a garupa.
Veja que passamos pelo deserto Mojave, onde a média de temperatura é de quase 40° Celsius. Posso afirmar que não tive nenhuma dificuldade em passar por este trecho, foi pura descontração, enquanto meus companheiros de viagem eram obrigados a conviver com duas fornalhas, o deserto e o motor. Como a região oeste dos Estados Unidos é imprevisível com relação ao tempo, pegamos dois dias de chuvas e temperaturas abaixo de 10° Celsius, mais uma vez o conforto de manoplas e bancos aquecidos foram um diferencial positivo para a nossa japonesa.
Alguns companheiros tiveram que parar e solicitar apoio da van, pois com o frio intenso ficaram com mãos e pés congelados. A ampla carenagem da Gold Wing protege o condutor e o passageiro, e os pés pouco se molham. Talvez, uma capa de manete, no estilo das Big Trail, acredito que ajudaria na proteção das mãos. Estas qualidades foram angariando a simpatia dos demais membros do grupo, sendo que no final do primeiro dia de chuva um companheiro inglês a todo custo queria trocar de moto, mas a resposta foi: “NO MY FRIEND...”
Um casal espanhol, que iria continuar em outro tour, solicitou a mudança da Electra para uma Gold Wing, pois constatou que a diferença de conforto é muito grande. Brincadeiras à parte esta moto me surpreendeu, veloz, ágil, extremamente confortável e com uma maneabilidade bem superior a uma Electra, moto que usei no ano passado em outro tour nos Estados Unidos.
Para não deixar de ser detalhista, tive um pequeno desconforto nos joelhos. Acostumado com Big Trail, a posição de pilotagem obriga um flexionar razoável das pernas, aliado à idade, esta articulação lembrou que existe. Sem dúvida, minha e de minha esposa/garupa, esta é a moto que oferece um melhor conforto para passeios de longa distância, apesar de estar na casa dos motores em “V”, nunca mais alugo uma moto Americana.
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