Todos os anúncios Catálogo Digital Revista Digital Chat

Viagens

Uma Gold Wing se destaca no oeste americano

15 de October de 2015

Os textos e fotos publicados no canal Moto Repórter são enviados por motociclistas e internautas, leitores do MOTO.com.br, sem compromisso profissional de estilo e padrões, apenas com o objetivo de compartilhar suas experiências e histórias com outros fãs do mundo das duas rodas. Participe você também do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Envie sua notícia!

 

Walter Mota 

Durante uma semana rodamos 2.290 km, em um tour guiado pelo Oeste Americano, visitando vários Parques Nacionais e o trecho Histórico da Rota 66. Ao todo, 17 motos iniciaram o passeio, sendo 14 Harley Davidson, duas Indians e a solitária Gold Wing. 

No início da jornada todos olhavam com desinteresse para a Gold Wing e até com certa raiva, pois, onde já se viu cruzar a Rota 66 com uma moto japonesa, que mais se parece com uma baleia Jubarte, no meio das Harley e das Indians com seus motores em “V”. Seu escapamento não rugia com o tradicional barulho das motos americanas, era um som que despertava a atenção somente quando os giros ultrapassavam os 5.000 RPM... Mesmo com minha esposa na garupa a Honda fazia ronco bonito nas retomadas, nas ultrapassagens, nos trechos em subida e, acreditem, nas estradas sinuosas. 

Ao efetuar a locação deste modelo fiquei preocupado com os trechos que fossem marcados por estradas com curvas, mas pude comprovar a agilidade desta “baleinha”, com um centro de gravidade bem baixo ela é extremamente confortável para condução mais esportiva, com um freio ABS que transmite confiança ao piloto. Mas vamos ao verdadeiro diferencial, o motor não esquenta e não vibra. Quando parávamos para abastecer, tirar fotos e lanchar, todos perguntavam sobre o calor do motor, neste momento a Jubarte mostrava que era uma “fera fria”, não levava o desconforto do calor da usina de força para o condutor e para a garupa. 

Veja que passamos pelo deserto Mojave, onde a média de temperatura é de quase 40° Celsius. Posso afirmar que não tive nenhuma dificuldade em passar por este trecho, foi pura descontração, enquanto meus companheiros de viagem eram obrigados a conviver com duas fornalhas, o deserto e o motor. Como a região oeste dos Estados Unidos é imprevisível com relação ao tempo, pegamos dois dias de chuvas e temperaturas abaixo de 10° Celsius, mais uma vez o conforto de manoplas e bancos aquecidos foram um diferencial positivo para a nossa japonesa. 

Alguns companheiros tiveram que parar e solicitar apoio da van, pois com o frio intenso ficaram com mãos e pés congelados. A ampla carenagem da Gold Wing protege o condutor e o passageiro, e os pés pouco se molham. Talvez, uma capa de manete, no estilo das Big Trail, acredito que ajudaria na proteção das mãos. Estas qualidades foram angariando a simpatia dos demais membros do grupo, sendo que no final do primeiro dia de chuva um companheiro inglês a todo custo queria trocar de moto, mas a resposta foi: “NO MY FRIEND...” 

Um casal espanhol, que iria continuar em outro tour, solicitou a mudança da Electra para uma Gold Wing, pois constatou que a diferença de conforto é muito grande. Brincadeiras à parte esta moto me surpreendeu, veloz, ágil, extremamente confortável e com uma maneabilidade bem superior a uma Electra, moto que usei no ano passado em outro tour nos Estados Unidos. 

Para não deixar de ser detalhista, tive um pequeno desconforto nos joelhos. Acostumado com Big Trail, a posição de pilotagem obriga um flexionar razoável das pernas, aliado à idade, esta articulação lembrou que existe. Sem dúvida, minha e de minha esposa/garupa, esta é a moto que oferece um melhor conforto para passeios de longa distância, apesar de estar na casa dos motores em “V”, nunca mais alugo uma moto Americana.

Compartilhe esse anúncio