Um olhar para o Marrocos com a BMW F 700 GS

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Por Aladim Lopes Gonçalves

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Walter Mota

Depois de alguns graves problemas de saúde decidi que era a hora de curtir a vida, sobre duas rodas, e há três anos venho realizando viagens com moto, em especial, acabei de percorrer 3.200 km entre Portugal, Espanha e Marrocos com uma BMW GS 700, ainda sem data para aparecer em terras brasileiras.

Quando decidi realizar este roteiro verifiquei que havia trechos que eram Off Road e que teria um pouco de dificuldade com a GS 1200, em razão do peso e da altura, motivo pelo qual decidi pela locação de uma 700, não me arrependi, pois a “pequena” é nervosa e muito ágil. Nosso grupo era composto por quatro GS 1200, duas DL V-Strom 650 e a GS 700. Partimos de Lisboa no dia 2 de abril e fechamos a primeira etapa em Tanger, já no Marrocos. Durante os dias seguintes percorremos autoestradas, vias vicinais e trechos de chão batido e alguns trechos com muitas pedras..... retornando a Lisboa no dia 12.

Falando sobre a GS 700, seu motor com dois cilindros, tem fôlego de sobra para andar em uma velocidade de cruzeiro de 120 km/h, mas sua versatilidade se destaca em estradas vicinais, onde há predominância de curvas, sua ciclística é muito boa, apesar de ser uma trail, seu comportamento em pistas sinuosas é próximo de uma moto sport/naked, dando total confiança ao condutor. O câmbio até a quarta marcha é curto, permitindo arrancadas rápidas, a quinta e sexta marchas são longas, possibilitando um rodar macio e sem que se tenha o motor pedindo marcha. O mostrador digital de marcha é um acessório excelente para orientar o condutor.

Com um sistema de freio ABS o piloto pode se dar ao luxo de freadas fortes, sem que se tenha o travar das rodas, e para estradas sinuosas, é um conforto muito grande saber que pode contar com os freios, neste modelo com pinças da Brembo. A posição de pilotagem é agradável; para condutores com estatura superior a 1,80 cm, acredito que já passaria a ser um pouco desconfortável, pois as pedaleiras estão relativamente próximas do assento, causando um flexionar excessivo das pernas.

Como acabamos por rodar em trechos de relativa altitude, com temperaturas de até oito graus Celsius, o aquecimento das manoplas foi um acessório importante. Com um painel composto de indicadores com ponteiros (velocidade e rpm) e com informação digital (marcador de marcha, hodômetros, dados do computador de bordo, temperatura e outros) o condutor tem uma clara visão das informações gerais da moto. Um pouco de dificuldade se tem para acessar os hodômetros parciais, os botões de mudança são no painel, um pouco distantes.

No Off Road este modelo mostrou seu ponto forte, se tem confiança para acelerar, não importando se é terra ou trechos com cascalho solto, mesmo sem estar com pneus com cravos, a GS 700 tem agilidade e motor para garantir uma condução segura e eficiente, além de permitir uma mobilidade muito superior a suas irmãs mais “gordinhas”.

No sul da Espanha, o vento é uma preocupação constante aos motociclistas e neste item a GS 700 fica devendo, sua frente mais parece o quadril de uma sambista, fica balançando de um lado para o outro, obrigando o condutor ficar compensando a perda de equilíbrio, devendo estar muito alerta. A frente leve é desagradável com uns ventos laterais. Uma bolha maior pode ser que ajudaria e um protetor de manoplas também.

Como resumo posso afirmar que a GS 700 não fica devendo muito para suas irmãs mais potentes, acompanhando com facilidades nas autoestradas, rodando leve e ágil nas vicinais e dando um verdadeiro banho no fora de estrada. O mais importante, gasta bem menos combustível, mantendo uma média de 4,2 litros para rodar 100 km...


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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