A seção “Moto Viagem” desta semana destaca uma aventura do Stilo Nosso MC pela Bahia, realizada em abril de 2005. O texto é de Alessandro Peres, integrante do moto clube da cidade de São Paulo, que utilizou uma Yamaha Ténéré.
Confira:
Após meses programando, consegui preparar a moto, guardar dinheiro e realizar um sonho: viajar para o Nordeste do Brasil. Reuni-me com meus amigos do Stilo Nosso MC, e sem um roteiro definido partimos em direção a 7.800 km por esta belíssima região do nosso país.
Foi um verdadeiro tour. Na ida, passamos por Jequié, Salvador, Aracaju, Maceió e seguimos até João Pessoa. Na volta, Olinda, Caruaru, Sertão Nordestino, Piranhas, Brasília, Minas Gerais e São Paulo.
Fomos pela Dutra e logo pegamos a BR 116. No primeiro dia foram quase 1000 Km até chegar a Jequié. Pousamos, conhecemos a cidade e na manhã seguinte desbravamos o Pelourinho e a Praia do Forte, em Salvador.
Dois dias depois fomos para Aracaju, cidade praiana considerada pelos críticos como a detentora da orla mais bonita. Já em Maceió ficamos mais tempo; visitamos lindas praias como a de Maragoji, com suas maravilhosas piscinas naturais, que permitem mergulhar e registrar momentos mágicos, peixes bem exóticos e com quiosque no meio do mar.
Ao chegarmos em João Pessoa, fomos o ponto mais oriental do Brasil. Vimos o nascer do sol da Ponta do Seixas — é lá onde o sol nasce primeiro nas Américas. Mas para assistirmos a este momento, tivemos de acordar de madrugada e rodar 500 km. O importante é que foi lindo e valeu a pena!
Já no caminho de volta, fomos para Olinda, em Recife, uma cidade bonita e muito turística. Seguindo viagem fomos para Caruaru, um marco do sertão nordestino. No mês de junho, são realizadas as melhores festas juninas e dizem que nesta época o município lota, sendo necessário reservar vagas em hotéis em pelo menos seis meses de antecedência.
Passamos por Piranhas, que fica a beira do Rio São Francisco. É uma cidade histórica e tem como marco o local onde Lampião e Maria Bonita foram mortos. Para quem curte a natureza, não deve deixar de conhecer a Chapada da Diamantina e os Canyons de São Francisco, visitados por meio de barcos. São grandes atrações da cidade.
Na seqüência da aventura, tivemos que pegar a BR 242. Foi nesse ponto em que a moto mostrou-se valente, pois não havia asfalto e muitos buracos, verdadeiras crateras. Fomos em seguida para Brasília, onde conhecemos o Palácio dos Ministérios. Passamos pelo Estado de Minas Gerais e finalmente chegamos a São Paulo.
Durante a viagem, conhecemos integrantes de diversos Moto Clubes, como o Carcarás do Asfalto MC. Eles nos trataram como rei, até hospedagem arrumaram. Motociclistas que vão para o nordeste serão muito bem amparados.
No Nordeste todo, existem pousadas com preços bem acessíveis, que variam de R$ 15 a R$ 35, a maioria com ar condicionado e café da manhã. A hospedagem é simples e os ambientes bastante limpos e confortáveis.
Avaliação da motocicleta
A Ténéré foi ideal, principalmente pelo seu sistema de suspensão, pneus, autonomia, conforto. No entanto, exigiu um investimento maior na preparação, para torná-la mais segura em viagens longas.
Tive momentos em que precisei realizar manutenções, como troca do cabo do velocímetro e carburação. Senti dificuldade em encontrar peças para reposição. O mesmo ocorreu no momento de realizar a troca do pneu, pois são poucas as motos trails que rodam pelo nordeste, o que torna mais difícil de se encontrar peças e mão-de-obra especializada.
Foi assim que tudo aconteceu. Realizei um sonho em duas rodas e em 27 dias.
Equipamentos e acessórios utilizados:
- Encosto para garupa
- Banco preparado
- Pedaleiras de descanso
- Alforjes
- Baú Traseiro
- Porta ferramentas frontal e abaixo do motor
- Porta ferramentas presa nas bengalas dianteiras
- Kit de remendo rápido
- Câmera reserva dianteira e traseira
- Cabo de embreagem
- Cabo de acelerador
- Lâmpadas
- Lubrificante para a relação