Harley-Davidson Low Rider faz visita a Belo Horizonte
Moto da marca americana encara estrada para conhecer pontos turísticos e a gastronomia da capital mineira
Por Aladim Lopes Gonçalves
Por Aladim Lopes Gonçalves
Aldo Tizzani
Para compreender o significado de “Belo Horizonte”, só mesmo subindo até o bairro das Mangabeiras, que fica aos pés da Serra do Curral, e ter uma visão geral da capital mineira. Fiz isso com uma recém-lançada Harley-Davidson Low Rider e consegui apreciar um belo pôr do sol e ver o “belo horizonte”. A cidade, inspirada nos modelos urbanos de Paris e Washington, foi construída de forma planejada para substituir a histórica Vila Rica, rebatizada de Ouro Preto, como sede do governo mineiro. Conta com traçado geométrico, ruas em formato quadriculado e avenidas no sentido diagonal. Assim, Belo Horizonte concentrou os edifícios públicos, comércio e as principais obras de infraestrutura no limite da avenida do Contorno, que circula toda a área central. Conhecer toda essa arquitetura pilotando uma moto mostrou ser uma experiência interessante.
A cidade apresenta diversas atrações em sua paisagem urbana, com destaque para a Praça da Liberdade e o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, que foi erguido entre 1942 e 1943, durante a administração do prefeito Juscelino Kubitschek. A Igrejinha de São Francisco de Assis é um dos cartões postais de Belo Horizonte e um dos principais trabalhos do arquiteto Oscar Niemeyer.
À medida que se passeia pela cidade nota-se a paixão do mineiro pelas máquinas de duas rodas. Seja no fora de estrada (já que as montanhas são muito próximas), seja nas rodovias que cruzam o estado e levam a belos destinos como as cidades históricas e parques nacionais. Personagens carismáticos como José Senra Moreira, o Capitão Senra, líder do motogrupo “Águias de Aço”, possui algumas raridades como, por exemplo, a Electra Glide 1200, fabricada em Manaus (AM) com a marca Motovi, isso em 1977. Infelizmente o acervo é particular, mas demonstra a importância que as motos têm para os mineiros.
Culinária
Além da receptividade calorosa do povo mineiro, conhecer a culinária local é obrigação e, para isso, existem inúmeros bares e restaurantes espalhados pelos bairros. Com destaque para a região da Savassi, do bairro de Lourdes e também do Carmo Sion. Esse fenômeno confere à cidade o título de “capital dos barzinhos".
Entre os bairros Belvedere e Cidade Jardim, e a vizinha Avenida Barão Homem de Melo, concentram-se várias lojas de acessórios e equipamentos e diversas concessionárias, que se transformam em um legítimo ponto de encontro. Na região fica a Harley-Davidson BH, que oferece todo sábado um caprichado café da manhã, além de organizar passeios.
Um passeio imperdível é visitar a vila de Macacos, também conhecida como São Sebastião das Águas Claras. Localizada em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, a vila é muito visitada por ficar entre rios e belas montanhas e oferecer diversão e tranquilidade.
Quem deseja conhecer a cidade deve reservar pelo menos um feriado prolongado para curtir as atrações sem pressa. Já o entorno da capital mineira, que também merece a visita, exige um período maior, pois as distâncias são longas, mas a viagem vale a pena. Confira as principais atrações para degustar BH em duas rodas.
Roteiro gastronômico
Sentar em uma mesa, se deixar levar pela simpatia dos mineiros e apreciar a famosa culinária local é a atração do Roteiro “comida de boteco”. Mas sempre com um “tempero” da motocicleta.
- Chuck Wash – Misto de lava-rápido, boutique e pub, o Chuck é referência entre os motociclistas mineiros. Na porta, uma raridade, uma pequena Husqvarna custom (125 cm³) do final da década de 1940 (com documentação original). Bem decorado e no melhor estilo de pub inglês, com direito a mesa de bilhar e muitas referências ao mudo das duas rodas, o local tem como carro-chefe os espetinhos de carne. Rua do Ouro, 835, Serra, (31) 3223-6610.
- Ali-Ba-Bar – O bar fica em um local privilegiado. Em frente ao Monumento ao Motociclista, que foi inaugurado ano passado. Desde 2000 participando do concurso “Comida di Buteco”, o Ali-Ba-Bar reúne toda quinta o pessoal das duas rodas e traz em seu cardápio o melhor dos petiscos mineiros: picanha grelhada, que é acompanhada de batata baby ao creme de gorgonzola e farofa de banana na folha; kibe recheado, combinado mineiro e combinado árabe. Fica na Rua Matias Cardoso, 345, Santo Agostinho. (31) 3337-9114.
- Centro Cultural Picanha – Com uma das melhores vistas de Beagá, o Lago da Pampulha, o local oferece um amplo estacionamento e um ambiente bem despojado, com bombas de combustíveis antigas e até uma motocicleta feira em ferro, na qual o quadro tem o formato de uma guitarra. Petiscos e bebidas diversas. Av. Otacílio Negrão de Lima, 5.111, Pampulha. (31) 3497-5359.
- Casa Cheia – Fica no Mercado Central. Bom atendimento, bebida gelada e pratos de lamber os beiços. Entre eles, torresmo de barriga, almôndegas exóticas e o tradicional fígado e pernil grelhados na chapa com jiló acebolado. Completam as opções o Mexidoido Chapado, preparado com iscas de alcatra, lombo, linguiça, bacon e legumes, tudo grelhado. Acompanha ovo frito de codorna. Vai encarar? Av. Augusto de Lima, 744, Loja 167. (31) 3274-9585.
- Mercadão Central
Visitar o mercado municipal é a chance de conhecer os pratos da comida típica, temperos, frutas, flores, diferentes formas do artesanato e muitos outros fragmentos da cultura popular mineira. Inaugurado em 1929, atualmente conta com mais de 400 lojas. Oferece serviço de informações bilíngue, atrai visitantes de todos os lugares do globo. Av. Augusto de Lima, 744. (31) 3274-9497. www.mercadocentral.com.br
Roteiro Cultural
BH possui inúmeras construções históricas que guardam a genialidade de Oscar Niemeyer, Burle Max e Cândido Portinari.
- Lagoa da Pampulha
Cartão postal de Belo Horizonte, a Lagoa da Pampulha representa as propostas de modernidade dos anos 40. Idealizada por Oscar Niemeyer, a área conta com a Igreja de São Francisco, o Museu de Arte Moderna e a Casa do Baile, construções geradas sob as perspectivas desenvolvimentistas do prefeito da época, Juscelino Kubitschek. Hoje o Complexo da Pampulha é candidato a Patrimônio Cultural da Humanidade.
- Igreja São Francisco de Assis
Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a Igreja São Francisco de Assis reúne as genialidades do arquiteto Oscar Niemeyer, do paisagista Burle Marx e do pintor Cândido Portinari. A combinação gerou a construção em tons azuis, com linhas e curvas totalmente revestidas por azulejos e pelos painéis que retratam a Via Sacra e a imagem de São Francisco.
- Antiga Praça da Estação
A Praça Rui Barbosa centraliza um circuito cultural formado pelos prédios do Museu de Artes e Ofícios, Casa do Conde de Santa Marinha, Centro Cultural da Universidade Federal de Minas Gerais, o Viaduto de Santa Tereza e a Serraria Souza Pinto. A grande maioria dos prédios é da década de 20, formando um dos principais acervos do estilo neoclássico da cidade.
- Praça da Liberdade
O Circuito Cultural Praça da Liberdade, localizado na região central de Belo Horizonte é, atualmente, o maior complexo cultural do país. Inaugurado em 2010, o conjunto integra hoje 12 espaços e museus em funcionamento: Arquivo Público Mineiro, Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, Casa Fiat de Cultura, Centro Cultural Banco do Brasil, Centro de Arte Popular Cemig, Centro de Formação Artística – Cefar Liberdade; Espaço do Conhecimento UFMG, Horizonte Sebrae – Casa da Economia Criativa, Memorial Minas Gerais Vale,MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal, Museu Mineiro e Palácio da Liberdade.
- Museu Histórico Abílio Barreto
A casa da antiga Fazenda do Leitão, remanescente arquitetônico dos arredores do Arraial do Curral del Rei -, hoje abriga o Museu Histórico Abílio Barreto. O acervo conta com uma numerosa pinacoteca, esculturas, objetos decorativos, fragmentos construtivos originários de prédios públicos e privados demolidos, mobiliário, vestuário, utensílios domésticos e de uso pessoal, objetos de iluminação e de transporte, equipamentos e instrumentos de trabalho. Há na área externa uma locomotiva de madeira, batizada de “mariquinha”, datada do final do século XIX; um bonde e também um carro-de-boi.
Passeios no entorno de BH
Conhecer os arredores com a sua moto é a chance de voltar à época de ouro das cidades históricas da região. Veja os destinos e as distâncias de Belo Horizonte:
- Sabará (distância 23 km)
Uma cidade que nasceu como ponto de descanso para os bandeirantes paulistas do Brasil-Colônia, hoje atrai outros tipos de desbravadores: turistas ávidos por viajar através de mais de três séculos de história.
- Inhotim (distância 60 km)
É o maior Centro de Arte Contemporânea a céu aberto do mundo. Reúne arte moderna e natureza. Localizado em Brumadinho, o local é parada obrigatória para o turista que visita a capital mineira.
- Serra do Cipó (distância 90 km)
Unidade de conservação federal, criado em 1984, o Parque Nacional Serra do Cipó tem como principais objetivos proteger as nascentes do Rio Cipó e do Peixe e as extensas e ricas áreas de vegetação.
Low Rider, na estrada e na cidade
Inspirada na cultura custom da década de 1970, a Harley-Davidson Low Rider, vendida a partir de R$ 46.600, é uma das preferidas de Willie G. Davidson – neto de um dos fundadores da HD –, pelo seu estilo clássico e marcante e foi nossa companheira nesta viagem a BH. O modelo desfila charme e cromado com seu motor de dois cilindros em V, Twin Can 96. Ela oferece o banco com encosto lombar e, para melhorar, o guidão pode ser ajustado em 6 cm para frente ou para trás, permitindo a escolha em duas posições de pilotagem. Na estrada, o motor de exatos 1.585 cm³ de capacidade, ofereceu muito torque em baixas e médias rotações. A apenas 3.000 giros, a Low Rider já chegava aos 120 km/h e o câmbio (de seis marchas) praticamente não foi utilizado. Nas ladeiras de BH o torque (12,0 kgf.m a 3.500 rpm) propiciava uma condução prazerosa, enquanto o sistema de freios ABS, oferecia bastante segurança na hora de descer a ladeira.
A moto agrada quem deseja uma companheira versátil. Sua autonomia se aproxima dos 300 km, graças ao tanque de 17,8 litros. Na viagem de 1.300 km, seu consumo médio ficou na casa dos 17 km, e sua melhor marca foi 20,10 km/l e a pior, 14,5 km/litro. Claro, tudo depende do estilo de pilotagem. As suspensões são firmes e permitem uma tocada segura e não atingem final de curso fazendo da Low Rider uma moto equilibrada. Ela pode ser uma boa opção para quem precisa de uma moto para viajar e ainda enfrentar o cotidiano de qualquer cidade, sem travar nos congestionamentos.
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