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Viagens

Destino Incerto: TRX na Argentina para a MotoGP 2018

25 de May de 2018

Eu confesso que nunca havia acompanhado o Mundial de Motovelocidade pela televisão, mas sempre acompanhei muitos fãs da MotoGP , sua admiração pelos pilotos e a vibração ao contar como havia sido a prova no final de semana anterior. Mas como Maomé não foi ia até a montanha a MotoGP veio até mim em um convite para guiar 17 motos até o Autódromo de Thermas de Rio Hondo, na Argentina. 

O tour foi idealizado pelo Thales Monteiro, também guia na TRX (Triumph Experience) . Nesta segunda edição havia alguns rostos conhecidos e muitos participantes novos. Saímos em duas turmas, parte de São Paulo e parte de São José dos Campos, de onde eu trouxe 10 pilotos seguido pelo carro de apoio. E o grande encontro foi na Castelo Branco, na altura de Tatuí. Quando todas as motos se reuniram tive a dimensão do evento e pude ver nos olhos de cada um a expectativa para a expedição. 

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Saindo do Brasil (São José dos Campos - Puerto Iguazú)
Nosso primeiro dia foi repleto de rodovias largas e limpas com bastante visual. Dom Pedro e Castelo Branco nos levaram com tranquilidade e conforto até Londrina . O grupo se mostrou competente e viajou praticamente unido, nos reuníamos nos pedágios e postos a cada 180 km em média.

No segundo dia, deixamos Londrina para seguir por estradas mais estreitas , com mais curvas e belos visuais rurais. Esta região do estado do Paraná tem uma produção agrícola bem desenvolvida e nossos olhares se perdiam nas curvas de nível das plantações . Alguns caminhões e o cruzamento de cidades não foram suficientes para atrapalhar nossa missão de dormir na Argentina . Chegamos a Foz do Iguaçu e fomos diretamente à Aduana com Passaporte/RG, documentos da moto, permissões e carta verde em mãos e após uns 40 minutos de espera cruzamos o rio Iguaçu, que divide Foz de Puerto Iguazú, na Argentina. À noite comemoramos a conquista em uma parrila com música chamada El Quincho del Tio Querido .  

Atravessando a Argentina (Puerto Iguazú - Thermas do Rio Hondo)
Agora já em território Argentino seguimos pela Ruta 12 até o primeiro pedágio onde a corrente da minha moto (recém-trocada) resolveu estourar . Por sorte aconteceu quando ia deixar o pedágio, e não em alta velocidade. O carro de apoio me carregou até Eldorado , a cidade mais próxima e seguiu viagem. Para o meu azar a corrente empenou e não foi possível reparar. Então eu e o mecânico local rodamos o pueblo em uma scooter até encontrar uma “cadena” que atendesse. Com a moto consertada após duas horas , criei uma estratégia para me deslocar rápido fazendo o mínimo de paradas possível. Se minhas contas estivessem certas e eu mantivesse não mais que 140 km/h eu faria apenas 2 abastecimentos e compriria os 600 km do dia . Na primeira parada comprei alfajores que seriam minha alimentação. A técnica deu tão certo que eu passei pelo grupo logo em Posadas e me dei conta bem a frente quase em Corrientes . Então aguardei para entramos juntos na cidade. 

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O nosso destino estava a 700 km, e a Ruta 89 depois de Presidencia Roque Saéns Peña se resumia em uma reta escaldante. Mas o desafio não abalou a equipe agora já bem amiga e seguimos viagem. Nessa altura a estrada já estava cheia de motociclistas que também iam assistir a corrida. Nos postos todos se perguntavam de onde os demais haviam partido e admirávamos as motos de todos modelos . No final da tarde um susto, um dos nossos pilotos perdeu o controle da Explorer em uma reta e foi ao chão em alta velocidade . Eu só vi a fumaça subindo e assim que cheguei mandei dois sinalizarem a estrada e, enquanto buscava o kit de primeiros socorros, caçava com os olhos o paradeiro do piloto que não estava perto da moto. Foi quando eu vi uma pessoa se levantando. Por muita sorte, muita sorte mesmo, não havia acontecido absolutamente nada com o piloto . Mas a moto ficou bem danificada e subiu na carreta do carro de apoio que levou o piloto até o hospital em Rio Hondo . Passado o susto chegamos ao nosso destino e festejamos na entrada da cidade com direito a fotos. 

Uma aventura nos Andes (Thermas do Rio Hondo - Tafi del Valle)
Sexta de MotoGP e o grupo se dividiu. Parte foi ver os treinos livres e eu levei 10 motos para Tafi del Valle a 180 km dali. No caminho para lá atravessamos um dos lugares mais incríveis que eu já passei de moto. Uma estrada que serpenteia por um vale subindo e descendo escarpas entre a mata seguindo um rio de águas revoltas que batalham para atravessar o leito de pedras, uma Serra do Rio do Rastro sem fim em pleno Chaco Argentino . Almoçamos em Tafi bons cortes de carne no simpático Rancho Félix. Na sequência subimos parte da cordilheira dos Andes até o Infiernillo o ponto mais alto da região. Ali algumas casas bem rústicas exibiam o artesanato local e algumas lhamas descansavam a frente do local. Já estávamos inseridos em outra realidade: o visual, a arquitetura, a arte e as cores locais eram encantadores. Na volta paramos no belo Dique La Angostura em Mollar para fotos. A chuva na serra não assustou os pilotos e vencemos suas curvas e relevo com coragem. Um dia pitoresco que já valeria a viagem!

MotoGP
Sábado e Domingo a atração era a MotoGP ! No autódromo milhares de visitantes estavam presentes muito deles motociclistas. A estrutura grande e organizada tinha opções de comida, lojas e um palco para shows. No sábado houveram mais treinos e no domingo as corridas! Na Moto3 e Moto2 os pilotos mais jovens competiram com garra e na hora da Grande Prêmio a tribuna do Valentino Rossi parecia que desmoronaria de tanta festa ao ver a Yamaha 46 acelerando pelo Autódromo. As bandeiras mergulhavam os torcedores em um mar de verde e azul que se mesclava com a fumaça dos sinalizadores. Infelizmente o piloto tinha poucas chances de ganhar mas a cada volta acompanhávamos a conquista de algumas posições. Quem brilho no dia foi Marc Marquez, após as trapalhadas na largada que lhe custaram punições o piloto recuperou as posições perdidas como se soubesse um caminho secreto no autódromo. Mas a ousadia transformou o que seria uma conquista heróica em motivo de vaias quando derrubou Valentino em busca do seu objetivo. O vencedor foi o inglês Cal Crutchlow que participou do disputado grupo que correu a frente como se estivessem separados em outra corrida. Hora de voltar para o hotel, detalhe, sem capacete se quiser. Mesmo com bastante policiamento o item de segurança era opcional e muitos aproveitaram a oportunidade de não usá-lo. 

Calor e estrada (Thermas do Rio Hondo - Foz do Iguaçú)
“A estrada é longa e o caminho parece um deserto”! O primeiro dia da volta de longe foi o dia mais difícil de viagem. O sol foi impiedoso e rodamos com temperaturas próximas a 40º. O cansaço estava no rosto de cada um quando retirávamos os capacetes . 700 km nos separavam de Resistência e Corrientes, por sua vez separadas pela majestosa ponte General Belgrano que passa sobre o caudaloso Rio Paraná. Um belo troféu após o dia exaustivo.

No segundo dia, os poucos graus a menos já eram um alívio e logo estávamos de volta à Ruta 12 que após Posadas na Província histórica de Misiones é ladeada por florestas e belas represas até a divisa entre os países. 

Das cataratas até em casa (Foz do Iguaçu - São Paulo)
Como é bom falar e ouvir em português novamente! Na manhã em foz parte do grupo aproveitou para visitar as Cataratas do Iguaçu . Eu já havia ido muitas vezes, mas as quedas impressionam como se fosse a primeira vez. A cada mirante, a cada ângulos que contemplávamos as cataratas a água despencava de forma diferente e várias outras cachoeiras podiam ser vistas ao fundo. Simplesmente um espetáculo imperdível. Pela tarde 400 kms até Maringá. 

O último dia amanheceu com uma inquietação: estávamos a 800 km de São José dos Campos . Alguns se entreolhavam nervosos. Mas a tensão se desfez aos poucos quando vencíamos bravamente a distância em um dia azul e sombreado ótimo para pilotagem. Após a despedida próximo a Sorocaba seguimos até a Dom Pedro e o dia se despediu com um céu com tons de rosa e azul pouco antes de chegarmos ao destino onde a família dos “pilotos da MotoGP” aguardavam ansiosas o retorno. Para mim faltava ainda um pouco até São Paulo mas o que eram 100 kms após 10 dias e mais de 5.300 km de estrada para dormir na minha cama? 

Texto e Fotos: Ton Pederneiras
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