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Viagens

De Assis (SP) a Oiapoque (AP) de Yamaha Midnight Star 950

03 de March de 2016

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Ronaldo José

Tudo começou anos atrás, quando em 1988 fiz minha primeira viagem de Assis/SP ao Guarujá/SP com um amigo, em uma pequena Honda ML 125, aquela de cor cereja com fitinha azul no tanque, foi aí que tomei gosto em viajar de moto. Em 1992 fui com uma Aero 150 ano 1988 até Salvador/BA, indo por Minas e voltando por Espírito Santo / Rio de Janeiro (uns 8.500km), minhas férias todas na antiga FEPASA foi na viagem.

Em 1994, já com uma CBX 200, desci ao Sul até o Chuí/RS, entrando para o Uruguai fui a Punta del Este, a Montevideo e cheguei a Buenos Aires, por travessia de Ferry Boat de Rosário. Fiquei alguns dias conhecendo a cidade e voltei por ponte em Frey Bentos, um trajeto um pouco mais longo mas todo em asfalto, vindo novamente a Punta, Chuí, Porto Alegre sentido Florianópolis, Santos, e de São Paulo para Assis. Também em uma das férias da Ferrovia, foram mais uns 9.000km para o início da coleção.

Fiz também outras pequenas viagens nesses últimos anos, com diferentes motos, entre elas os encontros no Megacycles em Caraguá, encontro em Três Lagoas, ao Guarujá e Florianópolis novamente, a Campos do Jordão de Honda Shadow 600, agora com uma esposa... Os anos vão passando, agora já com 46 anos de estrada...

Desde as primeiras viagens, pretendo conhecer todos os Estados do litoral e todas capitais brasileiras, assim, conhecendo todos os Estados do Brasil de moto. Com essa última restam somente alguns Estados ao Norte.

Organização:

Para essa viagem as coisas ficaram bem mais fáceis, agora temos internet para estudar mapas, não quis GPS, tenho uma GoPro para filmar, máquina digital de fotos, celular que tira foto e envia na hora, não precisa mais como nas outras vezes, tirar foto e ter que revelar no caminho, até mesmo para escrever esse texto já é em computador, além é claro da moto que fui, uma máquina. Agora em meu uso uma Yamaha Midnight 950 preta 2011 de um amigo, chegara a hora de realizar mais um pedacinho desse sonho e com mais conforto e potência.

No início de 2015 comecei organizar essa viagem. Já vinha reservando algum dinheiro, mais alguns extras no ano, algumas gratificações, etc., tudo certo. Também já aproveitei que vinha de uma preparação para corrida de São Silvestre em 2014, então fisicamente começava o ano bem, aí fui mantendo atividades físicas, treinando em academia a partir do meio do ano e continuei me preparando até dezembro. 

Agora faltava o trajeto, fui estudando o mapa, eliminando alguns lugares e escolhendo outros para ir, pois não é possível passar por todos, não é mesmo? Nosso Brasil é grande demais e maravilhoso, tem lugares lindos que ficaríamos a vida toda, se possível, conhecendo, acho que essas reciclagens de lugares foram as mais difíceis no planejamento, pois teria somente 20 dias em dezembro para viagem, agora de férias coletiva na Soenvil Engenharia, onde trabalho há 15 anos e esse amigo que falei o dono da Mid é meu patrão, por assim dizer, estava com minha viagem garantida.

O trajeto planejado depois de muitas escolhas, foi definido saindo de Assis/SP, subir pela BR153 até Goiânia/GO, passar para conhecer Brasília/DF, seguir por Palmas/TO e chegar a Belém/PA, atravessar de barco com a moto para Macapá/AP e subir pela BR 156 até o Oiapoque/AP, divisa com a Guiana Francesa. Voltando novamente a Macapá/AP, travessia de barco a Belém/PA, e continuando para São Luis/MA, Teresina/PI, Jericoacoara/CE, Fortaleza/CE, Canoa Quebrada/CE, Touros/RN, Natal/RN, João Pessoa/PB, Recife/PE, Porto de Galinhas/PE, Maceió/AL, Aracajú/SE, Salvador/BA, Feira de Santana/BA, Vitória da Conquista/BA, Montes Claros/MG, Patos de Minas/MG, Araxá/MG e finalmente em Assis/SP.

Durante a semana anterior da saída, fui conferindo todos os preparativos, mapas, roupas, capacete, luvas, demos uma geral na moto, colocamos pneus novos, troca de óleo, filtro, freios, etc., tudo pronto e checado para encarar a estrada. A ansiedade estava tomando conta, não via a hora de ir e dormir já estava se tornando obrigação. 

05/12/2015 - Saída: Assis/SP X Goiânia

Após uma noite pouco dormida, dei um beijo em minha esposa, compreensiva pelo meu sonho, e um abraço no meu cachorro, a moto já estava toda pronta com as bagagens presas no dia anterior, mesmo estando o tempo nublado, pedi a benção a Deus e saí sozinho de Assis/SP num sábado cedo. às 7h30 para os primeiros 800km, com chuva ou sol eu sairia do mesmo jeito, com destino para o final do dia em Goiânia/GO.

Passei por Marília/SP nos primeiros 80 km com aquele gosto de estar começando mais uma realização na vida. Peguei a BR 153 Transbrasiliana, cruzei o Rio Tietê, que aqui no interior é limpo e navegável e fiz uma primeira parada num posto um pouco à frente de José Bonifácio aos 230 km, para abastecimento e um café, e sem demorar muito já segui. Engraçado como no início a gente quer rodar e rodar não vendo a hora de chegar ao destino final. Passei por São José do Rio Preto/SP, pela Usina Hidroelétrica de Marimbondo na divisa dos Estados, e muitos abacaxis depois, em carriolas ao longo do dia na beira da estrada, significava que estava já em Minas, passando por Frutal/MG e parando uma segunda vez em Prata/MG. Abastecimento na moto, água no estômago, vamos embora.

Passei por Itumbiara já em Goiás. Fiz uma terceira parada um pouco antes de Hidrolândia/GO, onde tentei ligar para uma amiga em Goiânia/GO para posar naquela noite, mas não completava a ligação, lá prá cima só funciona muito mais a Tim e a Claro, a Vivo só nas cidades maiores. O primeiro dia foi muito bem e já estava na frente do Estádio Serra Dourada em Goiânia/GO em torno de 17h30, ainda com aquele gosto de ansiedade. Teria nesse primeiro dia o lugar para dormir, o apartamento da Raquel, irmã do meu patrão, mas como desencontramos nas ligações, liguei para minha irmã em Assis/SP que ligou para um outro amigo nosso, o Matheus, o qual me buscou no Estádio. O Matheus e sua namorada moram já algum tempo em Goiânia/GO e estão prestes a casar, é sobrinho do marido da minha irmã, deve ser parente meu também né, o que importa é que já tinha lugar para ficar. Saímos à noite para jantar num Shopping próximo, não quis demorar muito e logo voltamos ao apartamento, já queria descansar, o outro dia seria longo. Mas nessa pequena estádia lá deu à perceber que deve ser uma cidade muito bonita.

06/12/2015 - Goiânia/GO x Porangatu/GO

Acordei cedo e saí às 7hs para Brasília/DF para conhecer a cidade, de onde sempre esperamos uma administração correta do nosso País. Um abastecimento num posto já em Anápolis/GO e um café com pão foi suficiente para seguir, estava muito apreensivo para chegar em Brasília/DF. Cheguei já trazendo uma pequena chuva, refrescando minha passagem por lá. Achei uma cidade maravilhosa, linda, ruas largas e bem cuidadas e agora bem limpas pela chuva que trouxe, prédios imponentes, lugares lindos para muitas fotos.

Claro que só estive nos pontos principais, talvez nos arredores não seja tão perfeito. Conheci a maioria dos lugares importantes, fui no trabalho da Dilma no Palácio do Planalto e em sua casa no Palácio da Alvorada, mas não a encontrei, deveria estar ocupada, sorte dela ou minha né. Encontrei lá um amigo, o Fernando Garcia, que também é de Assis/SP, mas mora em Brasília/DF já faz alguns anos, já tinha ligado para ele antes de ir e combinado de nos encontrarmos para um papo, tantos lugares bonitos que fui conhecer, a longa conversa com meu amigo atrasou um pouco minha viagem nesse dia, cheguei cedo às 9h e fui sair de lá para voltar a BR 153 por volta de umas 15h, aí rodei apenas uns 600km nesse segundo dia, mas valeu muito a pena, sempre tive vontade de conhecer essa cidade, dessa vez deu.

Meu trajeto de Assis/SP a Belém/PA aumentou uns 300km desviando a rota para conhecer essas duas cidades que não poderia deixar de conhecer, Brasília/GO e mais à frente Palmas/TO. Segui pela GO 080, novamente veio outra chuva, agora forte, me obrigando parar e me abrigar em um posto por causa de muita água e ventos fortes, temos que nos precaver também às vezes. Fiz uma parada para um café numa padaria na pequena cidade de Padre Bernardo/GO, para minha surpresa tinha de tudo lá, pão de queijo, broa e bolo de milho, bolo gelado, salgados variados feitos na hora, café, sucos, etc..., como em uma padaria de cidade grande. Acertei na parada, me fartei, porque já era tarde e tinha passado do almoço e aquela chuva tinha me dado mais fome, apesar do Fernando ter convidado para almoçar na sua casa. Isso que acho bacana em viagens assim, lugares que não damos nada encontramos essas surpresas agradáveis. Nesse dia queria ter chego a Gurupi/TO, mas por ter demorado bastante em Brasília/DF, fiquei mesmo antes em uma Pousada na beira da BR153 em Porangatu/GO, R$ 80 com café da manha, WIFI para ir enviando fotos, bom lugar e já na beira da rodovia para sair cedo. Hora de começar a pagar para dormir.

 

07/12/2015 - Porangatu/GO x Araguaína/TO

Bem cedo tomei um bom café da manhã, abasteci e já estava na BR153 sentido Belém/PA. Nesse dia rodei uns 740 km até Araguaína/TO. Depois de uns 200 km rodando passei por Gurupi/TO onde queria ter pernoitado antes. Um almoço rápido em Aliança/TO já sendo o caminho para chegar em Palmas/TO saindo da BR 153 entrando pela TO 070 por Porto Nacional/TO onde cruza pelo Rio Tocantins, um lugar muito quente, já um teste para os lugares mais acima que fui. Entrei em Palmas para conhecer a cidade depois continuei subindo pela TO 010 para cidade de Miracema do Norte/GO revendo novamente Rio Tocantins, que em muitos trechos nos segue acompanhando na lateral da estrada, daí pela TO 342  estava de novo na BR 153.

Procurei sempre seguir a viagem com paradas para abastecimentos em torno de 240 km e 260 km, conforme a moto pedia ou postos que davam certo no percurso, dessa forma não tive nenhum problema com falta de combustível. Fiquei em Araguaína/TO para pernoitar em um Posto também a beira da BR153, desses Postos que tem todo atendimento necessário, abastecimento, hotel e refeição, e o melhor, com o mesmo preço do pernoite anterior.

08/12/2015 - Araguaína/TO x Belém/PA

Saí de Araguaína/TO para os últimos 840 km até Belém/PA, deixei a BR153 e segui para Estreito/MA, pegando novamente a TO 010 fui para Imperatriz/MA. Acabei parando pouco antes de Açailândia/MA em uma daquelas cozinhas que existem na beira da BR para almoçar, lugar bem humilde, uma tenda, chão batido, algumas mesas, mas pessoas hospitaleiras, as opções que uma senhora me passou de comida eram arroz, feijão, salada, e escolha de uma mistura, frango e um tal de "chambari" ai fui ver que era canela de boi, fiquei no frango mesmo que já conheço. Incrível como que no Estado do Maranhão parecia que estava todo incendiado, todo o percurso era uma fumaça só, foi se amenizando conforme fui entrando no Pará, sorte que não tenho problema respiratório porque foi muito difícil essa parte, fumaça para todo lado, de longe se via aquela nuvem branca parecendo neblina.

O que também notei subindo pela 153 é que as rodovias são boas, algum movimento de carretas em certos trechos, mas nada daquilo que falavam antes de ir, "estrada ruim e carretas demais", mas tem pouca ou quase nada se sinalização, nem de distâncias, nem de velocidade, mas bom também que não tem radar nem pedágios, se roda livre, livre. Passei por Dom Eliseu/PA, pelo lado de Paragominas/PA e em várias cidadezinhas que se corta pelo meio, chegando em Santa Maria do Pará/PA quebrando à esquerda para passar em Castanhal/PA e chegar em Belém/PA, isso já lá pelas oito e tantas, cumprindo assim depois de quatro dias a primeira etapa desse projeto, sem saber ao certo se já no outro dia 9/12 conseguiria embarcar com a moto para Macapá/AP.

Um primo de um amigo meu de Assis/SP, que mora em lá em Belém/PA, ficou de me ajudar em arrumar um lugar para ficar, mas não deu muito certo, as horas estavam passando e acabei dormindo mesmo em um motelzinho vagabundo de R$ 35 o pernoite, que só me deu raiva, quase não dormi com chuveiro pingando o qual tive que pegar uma toalha de banho e amarrar nele para escorrer mai perto do piso para amenizar o barulho, uma bendita música de Zezé di Camargo na cabeça a noite inteira vindo por cima do forro, que situação, sumi de lá assim que amanheceu, com sono mesmo.

Fui primeiro achar o famoso Mercado Ver o Peso para conhecer e depois procurar o Porto e ver se conseguia embarcar com a moto por um preço justo para Macapá/AP, justo porque de casa tinha entrado em contato com uma Empresa de transportes fluviais, a Macamazon, uma das empresas que faz essa travessia, e o Josias o qual vim conhecer mais tarde, me pedia R$ 800 para atravessar a moto ida e volta, além da minha passagem de R$ 260, também ida e volta, assim talvez não seguiria, pois ainda não sabia das condições da BR156 do outro lado no Amapá para rodar os 590km até o Oiapoque, porque até então sabia que um trecho de 120km estava ainda em terra e talvez não daria para passar. Fica aqui uma dica que ajudou e que tinha pego antes pela internet, achei o cais e o portão de embarque do Porto Souza Sobrinho e procurei pelo dono do navio, o Josinaldo que é irmão também de um Ronaldo meu chará, conversamos e ele me fez por R$500 ida e volta para levar a moto, assim com essa melhora eu embarquei, mesmo sem saber se rodaria todo o trecho de moto no Amapá, só o fato de rodar naquele Estado já me gratificaria. Aquele Josias que falei antes, não é que ele apareceu na hora que estava conversando com o Josinaldo, acho que é funcionário dele, aí que fiquei conhecendo o danado.

09/12/2015 - Belém/PA x Macapá/AP - Travessia de Barco  

Tudo correndo bem, nesse dia as 11h já estava dentro do barco Ana Beatriz III para 400 passageiros, com as passagens nas mãos, a moto embarcada e muita ansiedade de viajar as 24hs pelos diversos rios que contornam a Ilha de Marajó separando Belém/PA de Macapá/AP. Uma viagem muito bacana mesmo e diferente de tudo que estamos acostumados aqui no sudeste. Um barco grande para 400 passageiros com refeitórios, banheiros com chuveiros, lanchonetes, dois andares onde só se colocam redes para toda a viagem.

Logo após a partida conversei com o responsável do barco e ele me fez uma diferença de R$ 120 a mais para seguir viagem em um camarote, pois ainda tinha um disponível, sendo assim conseguiria descansar um pouco mais com conforto à noite, já que vinha de quatro dias de estrada e no anterior quase não tinha dormido. Conheci várias pessoas e fiz amigos que ainda estou em contato por WhatsApp, inclusive um deles o Nildo veio a me ajudar em Macapá quando desembarcamos no outro dia. São 24h de travessia passando por alguns rios tão estreitos que dá para ver direitinho as margens, as casinhas humildes e seus moradores os "ribeirinhos", outros já tão largos que as margens ficam a perder de vista.

Muitas canoas com "ribeirinhos" adultos ou até mesmo crianças se aproximam do navio para vender algum produto ou simplesmente esperar que algum passageiro jogue presentes, o que vi muitas pessoas jogando em sacolinhas, se alguém for para lá tente lembrar antes e levar alguns presentes, roupas, brinquedos para jogar para eles. Durante toda viagem tanto no dia como na noite, se atracam barcos menores para embarque e desembarque de passageiros ou de mercadorias. São vistas de naturezas maravilhosas que vamos encontrando no caminho. Durante à noite o pessoal do barco foi montando umas espécies de "baias" de madeira na parte inferior do navio ao centro, local onde estavam alguns carros e a minha moto, "baias" que depois foram sendo enchidas por açaí que chegaram em barcos que se atracaram ao nosso dos dois lados, umas trinta pessoas passando com muita habilidade esse açaí em tipos de cestas "pandeiros" de um barco para outro, isso com os barcos em movimento.

Sem saber que tudo isso me atrasaria do outro lado no desembarque, fui apreciando aquele trabalho e acompanhando tudo até o fim. No barco a gente passa o tempo conversando com os novos amigos, contemplando a natureza das margens, olhando as águas calmas deitado em redes ou até tomando um sol na parte de superior do navio, constantemente outros barcos passam e nos chamam a atenção. Almoço ou janta no refeitório por R$ 15 o prato feito, tem também café da manhã mais barato.  Segui tranquilo pelo belo passeio até a chegada no outro dia ao porto em Santana junto a Macapá/AP.

10/12/2015 - Macapá/AP x Calçoene/AP

Atracamos ao porto já em atraso, o qual aumentou mais ainda quando tive que esperar todo aquele desembarque de açaí, para depois poder sair com a moto, foi uma total falta de consideração com a gente. O Sr. Anselmo, um senhor que é de Caxias do Sul/RS e que depois por coincidência no sábado retornaria no mesmo barco que eu à Belém, estava com um carro ao lado da minha moto e  foi mais prejudicado ainda, pois estava à trabalho e saiu muito mais tarde que eu. O Nildo, um dos amigos que fiz, foi até sua casa e retornou de carro para me levar em uma Lan House enquanto esperava todo aquele descarregamento que ainda era feito por poucas pessoas. Depois de umas três horas de atraso e alguns refrigerantes pagos por mim aos descarregadores para agilizarem o meu lado, consegui descer a moto por uma prancha improvisada colocada meio na diagonal do barco ao cais.

Sumi dali para seguir rumo ao monumento da linha do Equador, ainda com a ajuda do Nildo que seguia à frente de carro para facilitar, me levando ainda depois na saída para a BR156 sentido do Oiapoque, isso já lá pelas 17hs da tarde. Nossa, essa ajuda foi essencial, pois se fosse ficar procurando sozinho demoraria bem mais. Outra dica aqui para essa travessia com moto no barco, quando no embarque, conversar para deixar sua moto ou outro veículo em local de faço acesso para desembarque. Finalmente cheguei para conhecer a tão famosa linha do Equador, estava onde por anos tive vontade de ir, tirei várias fotos e já fui enviando para família e amigos junto com a mensagem “Muitos chegam ao topo do mundo, eu cheguei à metade”, que sensação gostosa de estar lá, realizando mais esse sonho. Saí dali para rodar uns 300km até Calçoene/AP e render um pouco ainda aquele dia, chegando bem mais próximo do destino final de ida.

Durante a ida para Calçoene/AP em um posto conheci o Edson e sua família, que é do Oiapoque e estava indo para lá de carro e que me convidou para seguir junto, dizendo que o trecho de terra estava bom e que passaria com a moto, por já estar de noite preferi não ir, mas peguei o número do celular dele para ligar no outro dia cedo e saber da estrada para poder seguir. Posei naquela noite em Calçoene/AP em uma Pousada bem simples que o próprio Edson indicou, pois conhece bem a região.

11/12/2015 - Calçoene/AP x Oiapoque/AP

Já por volta de 7:30hs liguei para o Edson no Oiapoque e ele me falou que passou os 120km de terra com facilidade e que poderia seguir com a moto porque estava passando tanto carro quanto moto. Saí de Calçoene/AP já na BR156 e após rodar uns 60km ainda em asfalto, e bom, comecei os 120km de terra, fui seguindo apreensivo a estrada que por sinal  estava de terra batida "piçarras" em perfeitas condições. Minha moto não é para terra, mas fui andando devagar e com máximo de cuidado, pois seria emocionante rodar todo o percurso.

Uma viagem inexplicável, e o que se vê é somente estrada em terra, mata fechada dos dois lados, muitas pontes de madeira e alguns índios que circulam por lá, raramente passava alguma condução. Tudo parecia tranquilo demais até que foi se formando uma chuva que não demorou muito a chegar, acabei parando a moto e analisando aquela situação em que me pus, coloquei uma roupa para chuva e continuei seguindo, agora com mais cautela ainda, indo até onde desse. Por muitas histórias ouvidas anteriormente sobre essa estrada de terra e seus atoleiros foi em toda minha viagem a mais preocupante situação. Mas ainda bem que só rodei por uns 15km em terra molhada e não passei nenhum trecho com atoleiro, depois disso a chuva acabou passando e logo voltei a encarar poeira e pegar novamente asfalto para chegar ao Oiapoque/AP.

Só nesse trecho de 120km em terra devo ter demorado aproximadamente umas 3hs para passar, cheguei por volta da hora do almoço com a moto toda suja mas com a felicidade escancarada  no rosto de ter conseguido alcançar o extremo norte e ainda sem nenhum problema. Procurei o Edson em sua loja de roupas o qual me recebeu com carinho e me ajudou a fretar por R$ 300 minha parte uma Hilux 4x4 para trazer a moto de volta, porque dali para frente voltou a chover e aí não parava mais, é claro seria impossível voltar rodando. Oiapoque/AP é uma cidadezinha pequena, mas com muito movimento de pessoas, pois do outro lado do rio fica a Guiana Francesa, muitos franceses circulam por ali.

Aproveitei meu tempo para almoçar, passar em alguns lugares para conhecer e dar uma passadinha rápida na Guiana de canoa chamada "voadeira" para trazer um vinho Francês para uma média com minha mulher, é claro. Fui ver também a linda ponte construída entre os dois Países e que ainda não está liberada para uso. Dentre várias pessoas que conversei por lá, destaco um outo amigo o Edson que é dono de uma loja de ouro, que ainda me mostrou várias pepitas que tinha no cofre, uma pessoa muito bacana, acabei ficando ali pela loja e conversando com ele até a minha saída de volta agora em uma Hilux 4x4 até ao porto, pois meu embarque já seria no outro dia cedo as 11hs.

11/12/2015 - Oiapoque/AP x Macapá/AP  

Ainda nesse mesmo dia as 19h30, saímos de Oiapoque/AP em uma Hilux 4x4 com cinco pessoas para o trajeto de 590km até o porto de Santana/AP junto à Macapá/AP, com previsão para chegarmos no madrugada as 4:30hs já no dia 12, a minha moto em cima amarrada por todos os lados para vencermos a parte de terra e lama que vinha a seguir. Anoiteceu e a chuva continuava caindo por toda a viagem, só veio melhorar quando já tínhamos passado Calçoene/AP. Nos trechos em terra que tem os atoleiros, já tinham caminhões, ônibus atolados e tratores puxando, toda aquela bagunça que a gente vê em noticiários na televisão, sorte nossa que estávamos de 4x4 e subimos regaçando a estrada deslizando e jogando barro para todo lado, inclusive para cima da minha moto também.

O motorista me falou que por lá eles são em uns sessenta "Hiluqueiros" que ficam fazendo esse trajeto Oiapoque/AP - Macapá/AP - Oiapoque/AP, dia e noite devido esse trecho em terra. O ganha pão deles fica sendo a nossa necessidade enquanto as pessoas que se dizem "autoridades" não terminam de asfaltarem esses últimos km de terra que restam ainda nessa "BR156". Informações que se tem é que no momento a BR156 foi devolvida ao controle do Governo Federal - o DNIT, e está com previsão para todo o asfaltamento até 2017, vamos torcer pois isso já se estende à 40 anos. 

12/12/2015 - Macapá/AP x Belém/AP - Travessia de barco  

Novamente as 5h da madrugada  estava dentro do barco no porto de embarque em Santana/AP junto à Macapá/AP, agora no navio Ana Beatriz IV, um pouco maior que o primeiro. Consegui rever meu amigo de Santana/AP, o Nildo, que foi com sua filhinha no porto para conversarmos, tornei novamente agradecer muito a ajuda que tinha me dado no dia do meu desembarque, e contei como foi minha aventura de ida e volta ao Oiapoque/AP. Deixei um convite de quando quiser será bem recebido aqui em Assis/SP por mim e minha família. Sempre aparecem pessoas maravilhosas nas minhas viagens, agradeço muito a Deus por isso, esse Nildo, o Edson, Sr. Anselmo outros que surgiriam depois são essas pessoas. Partimos por volta de 12h30 para fazer novamente aquele belo passeio, agora voltando à Belém/PA para continuar rodando pelo litoral até Salvador/BA.

13/12/2015 - Belém/PA x Pinheiro/MA  

Chegada ao meio dia no porto em Belém com pouquíssimo atraso. Foi uma viagem tranquila, mas bonita por demais como na ida. Saí do porto e fui procurar para conhecer o famoso Estádio do Mangueirão, antes porém, ao passar por uma feirinha de artesanato que tomava conta de uma praça quase que por inteira, não resisti e já fiquei um bom tempo por alí, comendo quitutes, conhecendo e apreciando as artes em geral e claro, fazendo algumas compras. Queria já ter chego em São Luis/MA naquele dia, mas pelo barco só chegar às 12h, eu passar na feirinha e no estádio, acabei me atrasando um pouco, mesmo assim ainda rodei uns 610km vindo a pernoitar em Pinheiro/MA, cidade pequena um pouco antes do Porto da Espera - Cujupe/MA por onde atravessaria de Ferry Boat no outro dia para São Luis/MA. 

14/12/2015 - Pinheiro/MA x São Luis/MA x São Matheus do Maranhão/MA

Saí de Pinheiro/MA e rodei uns 75km até o Porto no Cujupe/MA, onde tem travessias de Ferry Boat de ida e volta de hora em hora. Com essa travessia economizei uns 260km se fosse seguir de Belém/AP à São Luis/MA por rodovia, isso pelo simples preço de R$ 30, além de ser mais um belíssimo e diferente passeio. Conversei com muitas pessoas, assisti show de artistas que cantam, contam histórias e piadas durante toda a travessia. Desembarquei no Porto de Itaqui em São Luis/MA e segui direto à orla e conheci suas  lindas praias com areias fofas e brancas. Aproveitei essa paisagem e almocei com tranquilidade em um quiosque na Praia do Calhau. Passei pelas ruas estreitas e de calçamento de pedras na cidade velha e já bem de tarde segui novamente para estrada com sentido à Teresina/PI. Peguei trânsito pesado na saída de São Luis, e vindo anoitecer rapidamente me hospedei numa Pousada em São Mateus do Maranhão/MA, para no outro dia bem cedo sair para Teresina/PI e Jijoca de Jericoacoara/CE. 

15/12/2015 - São Mateus do Maranhão x Teresina/PI x Jericoacoara/CE  

Para esse dia me programei em rodar os 670km até Jijoca de Jericoacoara/CE para ficar o dia 16 inteiro em suas praias que diziam ser uma das mais bonitas do mundo. Saí de São Mateus do Maranhão cedinho e logo já estava pegando a BR316 até Teresina/PI. Entrei na cidade num dia de calor quase que insuportável para procurar uma Concessionária da Yamaha para troca de óleo, filtro, verificação de correia e uma pequena revisão geral na moto, pois até então já tinha passado uns 5.400km desde minha saída. Aproveitei esse tempo na loja e fui almoçar em um Hipermercado ali próximo. Após conversas com os mecânicos que a moto estava em perfeito estado, saí da Yamaha para conhecer a Ponte Estaiada que também tem naquela cidade e depois já seguir para Jijoca de Jericoacoara/CE. 

16/12/2015 - Jericoacoara

Fiquei esse dia todo na Praia de Jericoacoara distante uns 17km de Jijoca a qual eu fui em cima de uma carroceria de D20 por R$ 10, pois a estrada toda é em areia fofa o que se torna impossível ir com meu tipo  de moto. Conheci todos seus lugares paradisíacos que existem lá, fui andar de Buggy nas dunas, curti muita as praias, as lagoas que se formam entre as dunas com as águas de chuva, a duna do por do sol, a pedra furada, etc...Voltei a Jijoca já de noite para descansar desse belo dia e seguir no outro cedo para Canoa Quebrada/CE.  

17/12/2015 - Jericoacoara/CE x Fortaleza/CE x Canoa Quebrada/CE  

Saí umas 8h após um café de Jericoacoara/CE pela CE 085 para rodar os 450km até Canoa quebrada/CE, mas é claro que não poderia deixar de entrar antes em Fortaleza/CE. Já alguns km de viagem entre Acaraú/ Itarema/CE saí um pouco da rodovia por uma estrada de areia e dei uma boa parada para matar minha vontade de conhecer uma estação eólica, a Nova Eólica Garças, com suas imponentes torres de captação do vento, incrível mesmo ver ao vivo tantas torres juntas em funcionamento.

Cheguei em Fortaleza/CE pela CE040 após o almoço e tinha três lugares que queria conhecer, fui ao início da BR116, ao Estádio Arena Castelão, o qual consegui entrar para ver o campo e fui à praia do Futuro na Santa Praia e no Crocobeach, para mim já foi o suficiente, claro que se pudesse ficar alguns dias conheceria muito outros lugares. Continuei margeando pelo o litoral até chegar à noitinha em Canoa Quebrada/CE. Encontrei logo uma Pousada dentre as várias que existem lá e já me acomodei. Saí para conhecer o famoso calçadão da Broadway, fazer pequenas compras nas lojinhas e jantar. Não sei como foi cabendo tanta coisa na bagagem das coisas que fui comprando pela viagem, a essa altura minhas botas já estavam ficando amarradas pelo lado de fora das bagagens, estava rodando com um outro calçado e ainda teria muitos lugares à passar e mais compras à fazer.

18/12/2015 - Canoa Quebrada/CE x Touros/RN x Natal/RN  

Por orientação do Sr. Sérgio, um Suíço dono da Pousada, acordei muito cedo e mesmo antes do café desci à praia para ver o por do sol, maravilhoso aquele momento que passei, que bom ter acordado mais cedo. Voltei mais tarde tomei um bom café na Pousada, arrumei minhas coisas e parti para Touros/RN. Continuando pelo litoral fui passando por umas cidadezinhas pequenas até chegar em Touros/RN “A esquina do Brasil”. Lugar bonito e de pessoas onde parei em uma Lanchonete para um mergulho no mar, muito receptivas. Fiquei tempo conversando com aquelas pessoas, em viagens assim fazemos muitas amizades.

O dono da Lanchonete pediu uma foto de todos nós juntos para colocar em um mural onde já tinha muitas outras fotos de visitantes. Tomei meu banho de mar fiz um lanche ali e fui para conhecer outro lugar que estava em meu roteiro, o início da BR101, rodei poucos km ao norte saindo de Touros/RN até em frente da placa que marca esse lugar. Saí de Touros/RN para descer à Natal/RN dali mesmo do começo da BR101 km0, que gostoso estar rodando nesse início da BR, mais ainda por trazer em minhas lembranças que já tinha rodado na outra ponta no final de sua extensão em Chuí/RS em outra ocasião. Antes durante minha ida para Touros/RN, cruzei por duas vezes vi um motociclista de Honda Shadow preta, e que quando parei em um Posto para abastecimento, já perto de Natal/RN, ele chegou lá também, ficamos conversando sobre motos, viagens, enfim, acabou me ajudando à chegar em Natal até a orla e arrumar uma Pousada na Praia dos Artistas onde pernoitei. Cara bacana, ele se chama Sandro e é de lá de Natal, amigos assim que vamos fazendo pelas estradas.

Nessa noite em Natal/RN conheci um pouco das praias e uma feirinha de artesanato ao lado da Pousada com tanta coisa que nessa hora agradeci em estar sozinho, senão não teria que deixar as bagagens da moto para trás. Após um lanche ali em frente à praia fui logo descansar para conhecer mais Natal durante o dia. Cedo após um ótimo café na Pousada, arrumei minhas coisas na moto passei conhecendo a cidade e fui para a praia de Genipabu nadar e conhecer as dunas em passeio de  Buggy. Voltei para a cidade de Natal/RN e fui no Estádio Arena das Dunas com intenção de também conhecer seu campo, mas não foi possível, estavam cobrando R$ 30,00 pela visita e ainda seria somente após 13:30hs. Não esperei e continuei pela BR101 para João Pessoa/PB, onde teria um amigo, o Wilson, à minha espera. Esse cara é filho do Sr. Zé Aragão um amigo meu aqui de perto em Palmital/SP com quem trabalhei por doze anos na antiga FEPASA, mantemos amizade até hoje e dessa vez deu certo de dar uma passadinha lá. 

19/12/2015 - Natal/RN x João Pessoa/PB  

Cheguei em João Pessoa/PB por volta de umas 16:00hs e de imediato já fui entrando em contato com meu amigo. Fiquei por lá até no outro dia à tarde. O Wilson tem uma moto pequena então ficou mais fácil de me levar para conhecer a cidade e as praias, que por sinal foram umas das mais bonitas que já tenha visto. Indescritível a Praia do Coqueirinho que fica aproximadamente uns 30km ao sul da cidade, paraíso deve ser palavra, DEUS deve ter demorado um pouco mais ali em sua construção. Maravilha de cidade, convite do Wilson  e do seu filho era para que ficasse mais alguns dias, gostaria muito, mas era necessário continuar. 

20/12/2015 - João Pessoa/PB x Recife/PE x Porto de Galinhas/PE  

Saí de João Pessoa/PB depois das 15h para continuar descendo pela BR101 os 120 km até Recife/PE. Entrei em Recife/PE já de tarde, mas ainda daria tempo antes de seguir para Porto de Galinhas/PE de conhecer o Estádio do Arruda e a famosa Praia de Boa Viagem, que por sinal para mim ficou só na “famosa”, não e me agradou em nada perto das outras que vim conhecendo anteriormente. Continuei meu caminho pela BR101 e me acomodei em uma boa Pousada no centro perto do calçadão em Porto de Galinhas/PE já à noite.

21/12/2015 - Porto de Galinhas/PE para Maceió/AL  

Amanhecer em Porto de Galinhas/PE num dia tão especial, dia do meu aniversário, que apesar de estar sozinho, foi um presente maravilhoso que acabei me dando. Fiquei toda a manhã nas praias, acabei até fazendo passeio de jangada às piscinas naturais, comprei muitos presentes nas lojinhas do calçadão e aproveitei para ir ao Banco dar uma verificada nas contas. Saí da pousada para seguir viagem já era bem por volta de 14h, não daria para rodar muito nesse dia, mas ainda assim daria para chegar e conhecer a cidade de Maceió/AL. 

22/12/15 - Maceió/AL x Maragogi/AL x Aracaju/SE x Salvador/BA x Feira de Santana/BA x Vitória da Conquista/BA

Desse dia em diante comecei á voltar para casa, estava ainda 2.600km de distância, fiz uma programação de três dias para rodar e chegar em casa na véspera de Natal. De Maceió/AL para frente fui mais somente passando pelos lugares, os quais também tive muita vontade de ir ficar, mas sabe como que é, o tempo não me permitia, além é claro de existir inúmeros lugares bacanas para conhecer, teria que ter muitos outros dias. Dei uma entrada em Maragogi/AL até sua orla para conhecer, tomei um café da tarde em uma padaria e fui seguindo a viagem. Entrei por Aracaju/SE para dar uma olhada na cidade e deu para perceber o tanto que estava perdendo por falta de tempo, quem sabe outro dia.

Estava descendo pela BR101 e fui passando pelo lado de Salvador/BA, o qual já tinha estado por alguns dias, também de moto, na época uma Aero 150. Gostei muito quando nessa vez estive em Salvador/BA, uma cidade muito atraente com seus pontos turísticos famosos. Continuei rodando agora pela BR116 e como estava anoitecendo rápido e já tinha rodado por uns 800 km, acabei arrumando uma pousada na beira da estrada mesmo já bem próximo à Vitória da Conquista/BA. Liguei para o Jean, um amigo de trabalho na antiga FEPASA que mora em Governador Valadares/MG e cancelamos minha passagem pela sua casa, pois meu tempo estava ficando contado, pretendia no outro dia rodar um pouco mais para não ficar muitos km para o último dia, véspera de Natal.

23/12/2015 - Vitória da Conquista/BA x Montes Claros/MG x Patos de Minas/MG x Araxá/MG  

Já tinha outras vezes viajado algo em torno de 850 km, e rodado por um dia inteiro 950 km, isso quando estava voltando de Buenos Aires  para o Chuí/RS, dessa vez com uma moto CBX STRADA 200cc, e dessa vez queria estar com minha família na véspera de Natal, então resolvi sair 5h da manhã e parar somente à noitinha, após 1.200km rodados já estava na cidade de águas medicinais de  Araxá/MG, bem próximo a divisa do Estado de São Paulo.

24/12/2015 - Araxá/MG x Assis/SP  

Nesse último dia fiz tudo com mais calma, pois já estava próximo de casa. Tomei um delicioso café com aqueles queijos e manteigas que só tem em Minas, saí de Araxá/MG já pelas 8:00 para os últimos 600 km de uma viagem excepcional. Acabei chegando em Assis/SP  por volta dás 15h depois de rodar aproximadamente 11.000km fora as distâncias de barco, em 15 estados diferentes, trazendo na bagagem muitos presentes, nas máquinas muitas fotos, na memória recordações de lugares inesquecíveis e com mais certeza ainda de que nosso País é mesmo abençoado. 

Observações  

Fiz uma viagem perfeita dentro do que esperava, conheci muitos estados e suas capitais, belas praias e lugares incríveis e pessoas bacanas que apareceram em meu caminho. Talvez para alguns não ficar muito tempo em um só lugar não seja compensador, mas dessa vez preferi aproveitar mais a oportunidade de poder conhecer muitos lugares diferentes do que estar muitos dias em um só lugar. 

Em relação à moto, foi de um prazer imenso rodar com ela nessa viagem mais longa. Boa autonomia, confortável e potente, além ser de muito bonita chamando atenção em vários lugares que fui. Não tive problema por toda a viagem, só vim a ter algum inconveniente já no último dia da minha chegada que começou aparecer um “chiado” na correia dentada, o qual não consegui identificar ao certo o que era e agora estou vendo com a Yamaha o que se trata, acredito que não seja nada grave, pois mantenho em dia os cuidados necessários de manutenção, sempre cuido do alinhamento de roda, tensão de correia, não tem peças desgastadas, etc.

Agradecimentos primeiro sempre a DEUS, depois à minha esposa por ser participativa aos meus sonhos, e também em especial à um amigo meu, Luis Aurélio, um apaixonado em motos, que além de deixar comigo essa maravilha de moto, permitiu e ainda me incentivou esse passeio. Após essa viagem tão grandiosa, ficam restando agora somente seis Estados (MT / MS / RO / AC / AM / RR) para rodar e completar assim todo território brasileiro.

Quem sabe outra vez...

 

Texto e Fotos: Ronaldo José

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