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Viagens

"Causos" da estrada: Uma pequena volta ao tempo

03 de July de 2008

Mário Sérgio Figueredo

Para a garotada que está de carteira de motociclista recém tirada, digo a vocês que há muito tempo atrás, num país chamado Brasil, por lei os postos fechavam no final de semana. Se não me engano fechavam na sexta-feira às 20h00 e só podiam abrir na segunda-feira às 06h00.

Putz, com o tanque pequeno das motos, como fazer pra uma viagem mais longa? Às vezes a gasolina do tanque não dava nem pra ida, e pra volta então, nem pensar. Imagine o que bebia uma RD-350 em 1976. Dependendo da tocada ela fazia até 12 km/l.

Nessa hora é que valiam os amigos. A gente ligava e pedia pra eles armazenarem gasolina em galões, pra gente abastecer em pontos estratégicos do trajeto.

Era muito legal porque todos os motoqueiros se ajudavam (naquele tempo não existiam motociclistas, só motoqueiros, e o uniforme padrão era calça de jeans, coturno igual ao do exército e jaqueta de couro preta com zíper transversal) e as motos custavam muito, mas muito caras, tanto para comprar como pra manter.

Num dia a gente precisava dos amigos e no outro os amigos precisavam da gente. Isso fortalecia as relações de amizade, num tempo em que a gente sempre cumprimentava com a mão quando encontrava outro companheiro de estrada.

Foi a forma que a gente encontrou pra poder viajar. Ficar sem estrada não dava, de jeito nenhum. Em tempo: As motos da época eram a CB-500 four, a Sete-Galo, as Suzuki GT-380 e GT-750. Mas só os milionários tinham grana pra comprar essas maravilhas, a gente ficava só babando. Ninguém era doido de comprar Yamaha 4 tempos naquela época - os motores eram muito ruins.

O “motonauta” Mário Sérgio Figueredo participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.


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