Todos os anúncios Catálogo Digital Revista Digital Chat

Viagens

''Causos'' da estrada: Pêras e mais pêras

02 de September de 2008

Mário Sérgio Figueredo

Lembro-me muito bem que na minha adolescência, aqui em Curitiba, na época das pêras, era uma festa. Todo quintal tinha pelo menos uma pereira e elas sempre estavam carregadas com belos e suculentos frutos.

Com a introdução do Pinus Eliotis pelas reflorestadoras paranaenses, descobriu-se tardiamente que o pólem do Pinus causa a esterilidade das pereiras. Por isso no decorrer dos anos, as pêras foram minguando até acabarem totalmente. Uma pena, já que gostava muito de comê-las colhidas diretamente do pé.

No Estado de Santa Catarina não havia essa invasão dos Pinus e era comum encontrar pomares de pereiras por lá. A frutificação era tão grande que os donos dos sítios da região costumavam usar os frutos como alimentação para a criação, ao invés de deixá-las apodrecer no chão.

Numa das minhas andanças por uma estradinha de terra entre os municípios de Papanduva e Itaiópolis, passando por uma colônia de imigrantes ucranianos, chegamos a um lugar onde a estrada parecia um túnel de mais ou menos 150 metros, formado por pereiras em ambos os lados, carregadíssimas, lindo de ver aquele trabalho maravilhoso da natureza.

O chão era totalmente coberto por pêras caídas. Não dava para vê-lo, só as pêras. Passar sobre as pêras, tudo bem, apesar de muito escorregadias dava para encarar. O que assustou é que olhávamos para dentro do "túnel" e caía uma pêra aqui, dali a momentos, outra lá... Imaginamos uma "perada" no tanque da moto ou no painel e ficamos com medo de danificar alguma peça cara.

Mas tínhamos que passar e qual foi a solução? Peguei a mochila, coloquei-a sobre o painel e quase deitei sobre o tanque, dando a proteção necessária. A moto ficou protegida mas eu não, levei uma "perada" no capacete que, apesar de não ter machucado, deu o maior susto, além de deixá-lo todo melado pelo suco da fruta.

Claro que após atravessarmos o “túnel”, paramos e comemos pêras frescas até a barriga doer, sem contar as que encheram nossos alforjes.

O “motonauta” Mário Sérgio Figueredo participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.

Compartilhe esse anúncio