Arame farpado, uma armadilha no sítio

Uma história séria de final feliz, mas com um leve toque de humor.

Por Leandro Alvares

Anderson Caneço

Arame farpado! Essa história aconteceu com meu primo e quando ele me contou eu não sabia se ficava com pena dele ou se dava risada.

Tudo começou assim. Ele estava no sítio em Urupês, cidade do interior perto de Catanduva (SP), onde havia uma plantação de laranja e uma XL 125 que ele sempre gostava de utilizar para passeios.

Numa bela manhã meu primo foi pegar a moto, mas infelizmente a bateria estava sem carga. Ele a levou para carregar e ficou quase o dia todo mexendo na motocicleta, fazendo alguns reparos no equipamento que há muito tempo não rodava.

À tarde, por volta das 16h, já estava tudo reparado. A bateria carregada, pneus cheios, corrente esticada, cabos lubrificados... a máquina prontinha para andar.

Meu primo então seguiu para o passeio, levando consigo uma máquina fotográfica que tinha acabado de comprar. Andou até começar a anoitecer, momento em que fez a pior besteira que poderia ter feito.

No mapa da cidade consta uma estrada que atravessa o sítio, mas que na verdade não existe! Então ao invés de voltar pelo caminho que fez na ida, resolveu seguir pela parte onde se atravessam os pés de laranja. Já eram umas 18h e ele lá com a XL a uns 30 km/h no meio do laranjal curtindo a aventura.

O farol não ajudava muito e foi quando de repente viu dois fios de arame farpado na frente. Não deu outra: um a moto quebrou e o outro foi em sua direção. O ignorante vizinho do sítio ao lado, para demarcar seu território, esticou dois fios de arame farpado, ligando a cerca e o pé de laranja.

Meu primo tomou um baita chão, saiu rolando. Quando parou e se deu conta do tombo, sentiu o sangue escorrer no corpo e começou a procurar de onde estava saindo. Foi quando ele colocou a mão no pescoço e lá estava um baita corte (agora que vem a parte que eu dei risada).

Rapidamente, ele levantou a moto, olhou no espelho e viu um corte no pescoço. Depois disso, sentou no chão e ficou falando: “Nossa, eu vou morrer, eu vou morrer, vou sentar aqui e esperar morrer. Não vou pegar a moto de novo porque posso cair...”.

Ficou lá parado por uns dez minutos, esperando morrer. Só depois que ele caiu na real de sair e buscar ajuda. Levantou e falou: “Nossa, acho que eu não vou morrer, eu vou embora que vai dar tempo...”.

Então pegou a moto toda torta, a máquina de foto cheia de terra e foi embora. Quando chegou na casa foi aquele susto. Todo mundo ficou horrorizado porque ele estava lavado de sangue e cheio de terra.

Minha prima pegou o carro e levou meu primo ao hospital, onde tomou sete pontos no pescoço. O médico disse que teve sorte porque foi longe de algum lugar vital. Voltou para casa e nunca mais pegou a moto.

Após uns dias ele foi à casa do vizinho (maldito) que esticou arame e disse o que tinha ocorrido. Depois que ele me contou essa história eu não sabia se dava risada ou ficava com pena dele, mas vale a dica: em estrada de sítio tome cuidados com as armadilhas. Vai que você não tenha a mesma sorte, não é mesmo?

O “motonauta” Anderson Caneço participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.


Fonte:
Moto Repórter

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