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Testes

Teste: Traxx Fly 250 vem brigar no segmento trail

17 de April de 2015

Aldo Tizzani

Hoje, o mercado de motocicletas trail (on/off-road) é dominado pelas tradicionais marcas japoneses, que oferecem ao consumidor sete opções entre 125 e 300cc: NXR 150 Bros, NXR 160 Bros e XRE 300 (Honda); XTZ 125, XTZ Crosser 150, Lander 250 e Ténéré 250 (Yamaha). Agora a Traxx quer uma fatia deste bolo e para isso apresentou em janeiro a Fly 250. Como diferenciais, a moto de origem chinesa e fabricada em Manaus (AM) traz suspensão invertida na dianteira, freios a disco em ambas as rodas, lanterna e piscas de LED e o lampejador do farol alto. Com motor quatro tempos injetado, 223cc de capacidade cúbica e que gera 16 cv de potência máxima, a Fly 250 tem praticamente o mesmo preço praticado da Yamaha XTZ Crosser 150 ED (R$ 9.800). Apesar do valor de venda sugerido pela fabricante ser de R$ 8.990,00, na revenda Marello Motos, de Santo André (SP), a trail sai por R$ 9.990.

De cara, o design da Fly 250 lembra muito o da Honda NXR 150 Bros. Principalmente pela forma e fixação das aletas laterais, desenho do assento, bocal do tanque de combustível e também a adoção do pneu dianteiro de 19 polegadas, que confere maior agilidade no trânsito urbano. Além disso, o dispositivo de segurança do miolo da chave, chamado shuttle key, adotado pela Traxx é igual ao da marca da asa. Detalhe incômodo: para ligar a moto é preciso recolher o pezinho. Toda vez que o motociclista vai estacionar e aciona o pezinho, a moto “apaga”!

Motor sem vibração
Ponto-chave em qualquer projeto de sucesso, o motor da Traxx tem números de desempenho abaixo do esperado, mas na prática seu rendimento é satisfatório. Surpreende positivamente, principalmente, pela baixíssima vibração. Com um som médio-grave, este propulsor monocilíndrico, quatro tempos de 223cc, alimentado por injeção eletrônica e com comando único no cabeçote (OHC), gera potência máxima de 16 cv a 7.000 rpm, um número baixo para a capacidade cúbica do motor e que o deixa no mesmo patamar das motos de 150/160cc das concorrentes. Seu torque máximo de 1,7 kgfm chega a 6.000 giros.

Mas na prática, o motor parece estar “cheio” desde os baixos giros. Claro que para ter um maior rendimento é preciso esticar as marchas, girar o cabo e elevar os níveis de rotação – embora haja uma faixa vermelha a partir dos 105 km/h no velocímetro analógico. Única crítica vai para o câmbio de seis velocidades que, no trânsito carregado dos grandes centros, exige muitas trocas de marchas. Mas nada que prejudique a vocação urbana da trail da Traxx.

Com relação ao consumo, a Traxx Fly teve médias entre 28 e 30 km/l. O tanque tem capacidade de 10 litros de gasolina, conferindo uma autonomia de cerca de 300 Km.

Suspensão acertada
Apesar da grande maioria das estradas brasileiras serem de terra batida, a Fly 250 foi idealizada para encarar as trilhas urbanas. Em São Paulo, como em outras metrópoles, a buraqueira e o asfalto irregular judiam das motos streets e também de seus pilotos. Para “aguentar o tranco”, a Traxx equipou sua trail com suspensão invertida, muito utilizada nas motos de alto desempenho. Robusta e eficiente, o conjunto dianteiro conta com bengalas douradas com 160 mm de curso para absorver bem as irregularidades do piso, além de oferecer conforto e boa estabilidade. A traseira monoamortecida tem ajuste na pré-carga da mola.

O bom desempenho do conjunto se deve em função de dois outros elementos que ajudam na absorção dos impactos: assento em dois níveis e com espuma firme, de excelente densidade; e os pneus de uso misto nas medidas 90/90 – 19 (D) e 110/90 – 17 (T), fabricados pela gaúcha Rinaldi.

Para completar a parte ciclística, a moto usa freio a disco estilo wave (em forma de margarida) nas duas rodas: diâmetro de 240 mm e pinça de dois pistões, na frente, e de 220 mm com pinça de um pistão, na traseira. O dianteiro é “borrachudo”, demora para entrar em ação. Já o acionamento do freio traseiro é melhor. “Pisando” com mais vontade, a roda chega a travar.

Ergonomia e equipamentos
Em função da altura do assento e do posicionamento das pedaleiras, Traxx Fly 250 oferece conforto e boa dose de ergonomia. A única ressalva é a posição do guidão, muito baixa. Se fosse mais alto, ofereceria melhor postura, controle e dirigibilidade, apesar da moto ter um bom ângulo de esterço, principalmente para as manobras em baixa velocidade. O banco também poderia ser mais estreito. Facilitaria e muito a vida dos pilotos com menos de 1,70m. Outro fator que pesa contra, literalmente, são seus 131 kg a seco (10 kg a mais que a Honda NXR 160 Bros).

Para finalizar, a trail da marca chinesa traz lanterna e pisca de LED, lampejador do farol alto e painel de instrumentos (análogo e digital), com iluminação azul, que traz o básico: velocidade, hodômetro parcial e total, além do marcador de combustível e do útil indicador de marcha, ideal para pilotos menos experientes. O design do painel poderia ser revisto, já que está um pouco ultrapassado.
Resumindo: a Traxx Fly não tem o mesmo requinte, nível de acabamento e carisma dos produtos das líderes nipônicas, porém demostra que a marca chinesa está investindo na modernização de seus produtos, com diferenciais ciclísticos e um bom custo-benefício.

FICHA TÉCNICA
Traxx Fly 250
Motor Um cilindro, OHC, quatro tempos e arrefecimento misto com radiador de óleo
Capacidade cúbica 223 cm³
Potência máxima 16 cv a 7.000 rpm
Torque máximo 1,7 kgfm a 6.000 rpm
Câmbio Seis marchas
Transmissão final corrente
Alimentação Injeção eletrônica
Partida Elétrica
Suspensão dianteira Garfo invertido e 160 mm de curso
Suspensão traseira Monoamortecedor fixado diretamente à balança
Freio dianteiro Disco simples de 240 mm e pinça de dois pistões Freio traseiro Disco simples de 220 mm e pinça de pistão simples
Pneus 90/90 R19 (dianteira) / 110/90 - 17 (traseira)
Comprimento 2050 mm
Largura 830 mm
Altura 1120 mm
Altura do assento 800 mm
Distância entre-eixos 1365 mm
Distância do solo 255 mm
Pesoa seco 131 kg
Tanque de combustível 10 litros
Cores Vermelha e Preta
Preço sugerido R$ 8.990

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