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Testes

Teste: Nova Honda Africa Twin aposta em motor torcudo e chassi leve

16 de November de 2016

Um ano após seu lançamento mundial, a Honda Africa Twin finalmente chega ao Brasil. A bigtrail japonesa será montada em Manaus (AM) e vendida em duas versões: a standard tem preço sugerido de R$ 64.900, e a versão “Travel Edition” , com suportes, malas laterais, top case e outros acessórios, por R$ 74.900. Ambas serão comercializadas nas cores vermelha e branca. 

A nova Honda Africa Twin ganhou o sobrenome CRF 1000L , indicando que aposta em um inovador motor de dois cilindros paralelos e 999 cm³ acondicionado em um compacto chassi pronto para encarar qualquer aventura, seja na estrada ou fora dela. Com rodas raiadas e aro 21 polegadas na dianteira, a Africa Twin quer se destacar das concorrentes justamente por oferecer conforto de uma moto touring combinado com a agilidade e o desempenho off-road de uma trail.

Já tivemos o primeiro contato com o modelo no Campo de provas da Pirelli , em Sumaré, interior do Estado de São Paulo. Foram apenas algumas voltas, mas já foi possível notar que se trata de uma moto mais ágil e leve que outras bigtrails. Empurrada por um bicilíndrico que vibra pouco, oferece bastante força em baixos giros, porém potência comedida em altos regimes.

Motor 
O bicilíndrico paralelo de 999,1 cm³ com arrefecimento líquido tem o mesmo sistema de comando de válvulas SOHC Unicam , já utilizado na família CRF 250/450R, as máquinas de motocross da Honda. Seu design e a bomba d’água acomodada dentro da caixa de embreagem contribuem para as dimensões compactas do motor, que ainda traz cárter seco com tanque de óleo embutido para garantir a excelente distância livre do solo: 250 mm. Eixos balanceiros primários foram adotados para diminuir as vibrações características dos bicilíndricos. 

Com intervalos de ignição de 270° (o tal virabrequim crossplane), a Honda almejou uma entrega linear do torque em uma ampla faixa de rotações até atingir seu pico de 9,3 kgf.m a 6.000 rpm. Dotado de quatro válvulas por cilindro e alimentado por injeção eletrônica, o motor produz 90,2 cv de potência máxima a 7.500 rpm. Para completar o conjunto motriz, embreagem “deslizante” e câmbio de seis marchas , com transmissão final por corrente. 

Em arrancadas, basta girar o acelerador para que o bom torque do motor e a baixa vibração chamem a atenção . O ronco, em função das leis antiruído, é bem comedido. A embreagem é bastante macia e o engate de marchas segue o padrão de outros modelos da marca: suaves e precisos.

Até atingir 160 km/h – na pista – com a sexta marcha engatada quase não se nota a potência inferior a 100 cv da Africa Twin – o motor tem respostas vigorosas e boa sobra para ultrapassagens. A partir daí os giros crescem com morosidade e o bicilíndrico não tem o mesmo vigor das concorrentes. Foi possível chegar a 200 km/h, porém com a impressão de que não haveria muito mais fôlego.

Ágil
O quadro tipo berço semiduplo feito em aço, utilizado em praticamente todas as motos trail, foi escolhido por proporcionar equilíbrio perfeito entre estabilidade em altas velocidades e agilidade no fora-de-estrada . O que deixa claro a intenção da Honda em fazer da nova Africa Twin uma moto que realmente possa andar na terra.

O corpo esguio e o baixo peso a seco (212 kg com ABS) reforçam o objetivo da Honda. O banco oferece duas posições de ajuste: 870 e 850 mm de altura – praticamente a mesma altura da trail Yamaha XT 660R. Ao montar na Africa Twin , até mesmo, eu com 1,71 m, consegui apoiar as pontas do pé no chão. 

Após algumas voltas e com mais confiança, o que mais surpreende na bigtrail japonesa é mesmo sua agilidade , ainda mais se comparado a bigtrails mais pesadas. Em curvas de alta velocidade , a Africa Twin mantém a trajetória graças ao bom conjunto de suspensões formado por garfos telescópicos invertidos Showa com tubos ajustáveis de 45 mm, na dianteira, um amortecedor hidráulico da mesma Showa é fixado por links à balança traseira e oferece ajuste na pré-carga da mola.



Em mudanças bruscas de direção, as rodas raiadas com aros de alumínio nas medidas 21’’ x 2.15, na frente ; e 18’’ x 4.00, atrás, contribuem para a agilidade típica das trails . Ambas vêm calçadas com pneus de uso misto nas medidas 90/90-21 e 150/70-18, mas aceitam diversos pneus fora-de-estrada à venda no mercado, caso você queira realmente se aventurar no off-road.

Para isso, a aventureira foi projetada com pouca roupagem plástica . O mínimo para reduzir o peso e ainda assim proporcionar proteção aerodinâmica ao piloto. O tanque de 18,8 litros tem formato diferenciado, para reduzir o centro de gravidade e auxiliar a pilotagem na terra. 

As versões standard e Travel Edition ainda contam com freios ABS e o Honda Selectable Torque Control (HSTC) , que permite selecionar o torque transferido à roda traseira em três níveis – mas que pode ser traduzido simplesmente como controle de tração para evitar que a roda traseira derrape. O ABS pode ser desligado na traseira para ajudar a controlar a trajetória no off-road.

Arrisquei algumas voltas na pequena pista de terra do campo de provas. O controle de tração tem níveis bem distintos e vai da segurança máxima no nível três a boa liberdade no nível 1. Com a roda dianteira aro 21, que ajuda a enfrentar obstáculos e buracos, e também direciona a moto nas saídas de curva, a Africa Twin aparenta cumprir sua vocação mais off-road – pelo menos nesse primeiro contato.

Mercado
A Honda entra no mercado de bigtrails com uma abordagem mais off-road que as concorrentes , como o modelo referência, a BMW R 1200GS. A Africa Twin é mais leve, tem motor menor e menos eletrônica embarcada, o que pode agradar aos motociclistas mais aventureiros e puristas. Porém, atualmente, o preço está bem próximo: R$ 64.900 contra os R$ 63.900 cobrados pela R 1200 GS Sport +, que tem manoplas aquecidas, piloto automático, e modos de pilotagem.

A fábrica japonesa , porém, aposta em sua presença mais forte em todas as regiões do País e ainda em outros benefícios para conseguir vender 1.200 unidades por ano. A nova CRF 1000L Africa Twin conta com 3 anos de garantia e o exclusivo “ Honda Assistance 24h ”, que garante assistência durante todo o período de vigência da garantia em território brasileiro, assim como na Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai. Uma tranquilidade para quem for fazer uma longa viagem nesses países.

Veja o modelo no Salão do Automóvel:
Para ver os vídeos e mais detalhes, clique aqui.

Ficha Técnica 
Honda CRF 1000L Africa Twin ABS
Motor
Tipo 4 tempos, com dois cilindros paralelos e refrigerado por líquido
Distribuição 4 válvulas por cilindro, virabrequim a 270° e sistema Unicam
Capacidade do Motor 999,1 cm³ 
Diâmetro x Curso 92,0 x 75,1mm 
Potência Máxima 90,2 cv a 7.500 rpm 
Torque Máximo 9,3 kgf.m a 6.000 rpm
Embreagem Úmida, multi-discos
Câmbio Seis marchas
Transmissão Final Corrente selada por O-rings 
Ciclística
Quadro: Semi-duplo berço em aço, com sub-quadro traseiro integrado, também em aço 
Suspensão dianteira: Garfo Showa invertido de 45 mm, tipo cartucho, com ajuste de pré-carga em extensão e compressão. 230mm de curso
Suspensão traseira: Balança em alumínio fundido com amortecedor traseiro e reservatório de gás separado com ajuste em extensão e compressão. 220 mm de curso 
Roda Dianteira Aro de alumínio com raios 21x 2,15 
Roda Traseira Aro de alumínio com raios 18 x 4,00
Pneu Dianteiro 90/90-21 com câmara 
Pneu Traseiro 150/70-18 com câmara 
Freio dianteiro Dois discos flutuantes de 310 mm, pinças radiais de 4 pistões + ABS
Freio traseiro Disco flutuante de 256 mm com pinça de 1 pistão + ABS 
Distância Entre Eixos 1.574mm 
Altura do assento 870/850mm 
Altura livre ao Solo 250mm 
Peso a Seco 212 kg (ABS) 
Garantia Três anos sem limite de quilometragem com Honda Assistance 24 horas
Preço R$ 64.900 (standard) e R$ 74.900 (Travel Edition) 

TEXTO: Arthur Caldeira / Agência INFOMOTO
FOTOS: Mario Villaescusa / Agência INFOMOTO e Divulgação

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