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Testes

Teste: Indian Scout põe pimenta na receita americana

23 de March de 2016

A Indian Scout traz a receita clássica da custom americana: motor de dois cilindros em “V”, grande ângulo de cáster e muito estilo. Porém, a Scout coloca um pouco mais de tempero na receita com seu motor com refrigeração líquida que atinge 100 cavalos de potência – algo incomum na “clássica receita”. O preço de lançamento foi de R$ 49.990, porém o fabricante precisou fazer um reajuste no valor da moto para R$ 54.990 a partir de 1º de março. A Scout tem a missão de ser o carro-chefe da Indian no Brasil, com 50% das vendas totais entre os três modelos que hoje fazem parte do line-up.

Nesta avaliação rodamos pouco mais de 400 quilômetros com a Scout , entre os corredores apertados da capital paulista e estradas com boa pavimentação rumo ao interior de São Paulo. Em vias urbanas, o que chama a atenção é a capacidade da moto de mudar de direção com certa facilidade, ajudada, principalmente, pela força do motor. Dá para rodar no trânsito carregado só controlando aceleração e torque. Por exemplo, com a quarta marcha engatada, a Scout parece ter transmissão automática. Era só dosar o acelerador que, a partir dos 1.650 rpm, já tem torque para manter 40 km/h, e serpentear entre os carros com desenvoltura . Já a 3.100 rpm, a Indian chegava a 75 Km/h, acima do limite das ruas de São Paulo.

Mas enquanto a moto trafega entre os carros, o piloto sentirá o calor emanado pelo cilindro traseiro do motor . O propulsor da Scout usa refrigeração líquida e os puristas sentirão falta das aletas para a dissipação de calor. Outro incômodo é o difícil acionamento do manete de embreagem que exige pulso firme e braço forte.

Estrada é a sua casa
Mas é na rodovia que a Scout se sente em casa e o piloto não sente calor algum emanado do motor “V2” de 1.133 cc com duplo comando no cabeçote. O motor entrega potência de forma progressiva, mas quando o piloto gira o acelerador (eletrônico) com vontade, aparece uma pitada de esportividade . O comportamento do motor se torna bastante “elástico” e vigoroso. E, de quebra, com baixíssima vibração.

Com a sexta marcha engatada, a velocidade cresceu com o regime de rotação – 3.300 rpm, 100 km/h; 3.650 rpm, 110 km/h; 4.000 rpm, 120 km/h. O maior problema é conter o ímpeto, já que a moto quer mais, sempre mais. O torque máximo de 9,96 kgf.m chega a 5.900 rpm (torque), já a curva de potência não é divulgada pela marca.

O piloto não deve se empolgar muito nas curvas mais radicais, pois dependendo do ângulo de inclinação as pedaleiras da Scout irão raspar no asfalto. Nesse percurso misto (cidade-estrada), o consumo médio foi de 20 km/l. O câmbio de seis velocidades proporciona engates precisos, ao contrário do acionamento da embreagem que exige certa força.

Ciclística equilibrada
Seu sistema de freio se mostrou muito eficiente , principalmente após ter sofrido uma fechada em meio ao trânsito. Bastou acionar os freios com vontade que o ABS entrou em ação, a moto se manteve na trajetória sem oscilações e o resultado foi apenas um grande susto. O sistema bem dimensionado conta com discos de 298 mm, com pinça de duplo pistão na dianteira e pinça simples na traseira. Para completar, o modelo conta com flexíveis revestidos em malha de aço (Aeroquip), que conferem maior precisão à frenagem.

As suspensões são tradicionais com garfo telescópico na dianteira e dois amortecedores traseiros com regulagem de pré-carga de mola. Uma receita clássica que se mostrou adequada ao modelo e não atingiu o final de curso em nenhum momento. Os pneus Pirelli Nigth Dragon (radiais sem câmara) - 130/90 na frente e 150/90 na traseira - são instalados em rodas de liga de 16 polegadas.

Para “amarrar” toda a parte ciclística , a Indian adotou o mesmo tipo de chassi, de formato triangular, usado nas primeiras Scout dos anos 1920. A diferença hoje é que no novo o quadro é fabricado em alumínio forjado , que garante rigidez e agilidade.

Ergonomia e painel de instrumentos
Pedaleiras avançadas, banco no formato sela em couro e guidão largo. Assim, o piloto com estatura mediana – 1,70m – rodará confortavelmente na Scout. Pernas semiflexionadas e braços quase que retos no melhor estilo custom. Mas não há nenhuma proteção aerodinâmica, possibilidade de levar garupa ou bagagem na Scout standard.

Simples e funcional, o painel tem um velocímetro analógico (o fundo branco, com números e ponteiro em vermelho, oferece boa visualização noturna) e um mostrador digital com hodômetros total e parcial, conta-giros, temperatura do motor e relógio, além de um útil indicador de marchas. As informações podem ser acessadas por um botão que fica na parte superior do punho esquerdo.

Conclusão
A Scout é uma grata surpresa, surpreende pela potência de 100 cv de potência e o generoso torque , quase 10 kgf.m a 5.900 rpm. Oferece ainda ciclística acertada, ergonomia, conforto e a segurança dos freios ABS. O modelo de entrada da Indian mostrou-se divertido , fácil de pilotar, porém simples. Simples na concepção, mas refinada no design e no comportamento dinâmico. Pena que o fabricante anunciou um preço inicial no Salão Duas Rodas, que aconteceu em novembro passado, e agora já o reajustou. Um novo tempero que pode fazer essa boa receita desandar.

E a garupa?
Seguindo a receita de outras marcas custom, a Indian oferece uma completa linha de acessórios para a Scout. Para acomodar a garupa, pode-se investir em um banco (R$ 1.045), pedaleiras (R$ 895,28) e sissy-bar (encosto) de titânio (R$ 1.549). Para transportar pequenos objetos é possível investir ainda em uma bolsa de tanque em couro (R$ 690).

Assista ao vídeo:

Para ver os vídeos e mais detalhes, clique aqui.

Vídeo: Kiko Tokuda/MOTO.com.br
Fotos: Kiko Tokuda/MOTO.com.br e Divulgação/Indian Motorcycle

Ficha Técnica
Indian Scout
Motor Dois cilindros em “V”, 1.133 cc, duplo comando no cabeçote (DOHC) e refrigeração líquida
Diâmetro x Curso 99mm x 73.6mm
Taxa de compressão 10.7:1
Capacidade 1.133 cm³
Potência Máxima 100 cv (rotação não divulgada)
Torque Máximo 9,96 kgf.m a 5.900 rpm
Sistema de Alimentação Injeção Eletrônica
Partida Elétrica
Câmbio 6 velocidades
Embreagem Multidisco banhada a óleo
Transmissão final Correia dentada
Suspensão
Dianteira Garfo telescópico com tubos de 41 mm e 120 mm de curso
Traseira Duplo amortecedor com 76 mm de curso e ajuste na pré-carga na mola
Freios
Dianteiro Disco simples de 298mm, com pinça de dois pistões e ABS
Traseiro Disco simples de 298mm com pinça de um pistão e ABS
Rodas Liga leve - 15 raios - 16" x 3.5" (D) e 16" x 5" (T)
Pneus
Dianteiro 130/90-16 72H
Traseiro 150/80-16 71H
Quadro Triangular em alumínio
Comprimento 2.311 mm
Altura do Assento 635 mm
Distância Mínima do Solo 135 mm
Distância entre-eixos 1.562 mm
Tanque de Combustível 12,5 litros
Peso (em ordem de marcha) 257 Kg
Cores: Preta, prata e vermelha
Preço R$ 54.990

TEXTO: Aldo Tizzani / Agência INFOMOTO

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