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Testes

RC8 R: Superesportiva da KTM oferece conforto e potência

08 de September de 2011

Aldo Tizzani

De cara a KTM RC8 R causa certa estranheza. É uma superesportiva de ângulos retos, toda facetada, meio futurista, cujas carenagens foram desenvolvidas em túnel de vento. Outra característica pouco peculiar para as esportivas de alto desempenho é a utilização de motores de dois cilindros em “V”. Apesar de não usar o tradicional quatro cilindros em linha, o “V2” da RC8 R dá conta do recado e gera 170 cv de potência máxima.

Com preço sugerido de R$ 69.900, suas principais qualidades estão ligadas diretamente a facilidade de pilotagem e a ergonomia. É, com certeza, a superbike mais confortável do mercado. Para avaliar a moto mais potente da marca austríaca, a equipe da Agência Infomoto foi testá-la em seu habitat natural: a pista. Este primeiro contato com a KTM RC8 R aconteceu no autódromo do ECPA, em Piracicaba (SP).

A moto não oferece freios ABS, nem controle de tração, muito menos sistema que regula eletronicamente as suspensões. Mas, apesar da simplicidade, o modelo realça uma ciclística bem acertada, oferecendo extremo prazer na condução. Para ajudar neste melhor encaixe do motociclista com esta KTM, a superesportiva traz pedaleiras com o ajuste de altura. Já os pedais de freio e câmbio têm também três posições de acerto. Há ainda opção de regulagem de altura do assento (805 mm ou 825 mm). O guidão conta com ajuste de altura e de inclinação. Além disso traz um bom ângulo de esterço, bastante útil em manobras em baixa velocidade. Todos estes acertos se refletem em uma maior mobilidade do piloto sobre a moto.

O coração desta “laranja mecânica” é praticamente o mesmo usado nas motos big-trails da marca – linha 990 Adventure – só com uma maior potência declarada. O motor bicilíndrico em “V”, a 75°, de 1195 cm³ de capacidade, desenvolve 170 cv a 10.250 rpm de potência máxima. O torque máximo é de 12,3 kgfm a 8000 rpm. O propulsor oferece desempenho bastante vigoroso e transmite boa dose de torque e tração principalmente nas saídas de curva. Em função de sua configuração, o motor da RC8 R gosta de trabalhar “sempre cheio”, ou seja, em altos giros.

Além disso, a moto conta com engrenagens de comando ajustáveis, ampliando a possibilidade de acertos finos. A moto não tem sistema de embreagem antitravamento, mas o modelo compensa a falta do dispositivo com um limitador de torque eletrônico, que faz com que a segunda borboleta do corpo de injeção abra um pouco mais em condições extremas evitando, assim, o travamento da roda.

Ciclística
Pesando apenas 7,5 kg, o quadro da superesportiva da KTM é construído em treliça de aço cromo-molibdênio. Não apresenta travessas, favorecendo a fixação de vários componentes na parte central, inclusive o motor. Já o escapamento é feito em aço inox e foi instalado estrategicamente sob o propulsor para centralizar o peso e baixar o centro de gravidade. Em função da concentração de massas, a moto transmite rigidez, maior estabilidade e fácil condução.

Mesmo sem adotar freios ABS, a superbike austríaca usa um sistema bastante eficiente: na dianteira pinças de fixação radial de quatro pistões e com discos flutuantes de 320 mm. Já na traseira, disco simples de 220 mm com pinça de dois pistões, ambos da grife Brembo. Enfim, um conjunto bem dimensionado para parar uma moto de 182 kg (a seco).

Para absorver as imperfeições do piso, a RC8 R está equipada com conjunto de suspenções WP, marca que pertence à própria KTM. Na dianteira, suspensão upside-down (invertida) com tubos de 43 mm de diâmetro e 120 mm de curso, que possibilita ajustes de pré-carga, compressão e retorno. Os tubos internos são revestimento de nitrato de alumínio/titânio, material mais resistente e mais deslizante que o cromo. O resultado é um maior contato roda dianteira com o solo. Ou seja, maior segurança.

Na traseira, sistema monoshock, com 125 mm de curso e maior gama de ajustes de pré-carga, compressão, retorno. O sistema apresenta acionamento por balancim, comprimindo o amortecedor nas duas extremidades. Além disso, a KTM oferece, como acessório, vários tipos de molas de se enquadram ao peso do piloto. Para melhorar o controle, a RC8 R conta ainda com amortecedor de direção, também da WP.

O modelo esportivo da KTM traz rodas forjadas da grife Marchesini e que são calçadas com pneus de perfil esportivo nas medidas120/70 ZR x 17 (D) e 190/55 ZR x 17 (T).

Painel de instrumentos
Para completar, o painel de instrumentos é multifuncional, com a opção de dois modos de visualização de dados. No Road são exibidas informações básicas como, por exemplo, hodômetro total, dois hodômetros parciais (Trip 1 e Trip 2), tempo referente ao trajeto percorrido e média de velocidade específicos para cada percurso gravado. Há ainda a informação sobre a quilometragem que falta ser percorrida para a próxima revisão, indicador de marcha engatada, consumo instantâneo de combustível, média de consumo, temperatura ambiente e seleção de mapa da injeção eletrônica.

Já no modo Race são apresentados ao piloto, além das informações do modo Road, um cronômetro para gravar o tempo de volta (até 99 voltas), velocidade e rotação máxima atingida, melhor volta, diferença de tempo entre as voltas, shift light ajustável em dois estágios, opção de ativação do Quick Shifter (acessório). O painel também tem a opção de indicar a pressão dos pneus quando o kit de sensores estiver instalado (acessório).

Concorrência
A KTM RC8 R sofre um forte concorrência das outras superbikes, principalmente pelo pelotão formado pela japonesas Honda CBR 1000RR (a partir de R$ 56 mil), Yamaha R1 (R$ 57 mil), Kawasaki ZX-10 (R$ 59.900) e Suzuki GSX-R 1000 (R$ 58.900), além da alemã BMW S 1000RR (a partir de R$ 61.400). Na comparação, a RC8 R perde no preço (R$ 69.900,00), no pacote tecnológico oferecido e também no número de pontos de vendas – apenas oito espalhados pelo Brasil. Mas a superbike austríaca também tem suas armas, ou seja, é uma moto sem frescuras, confortável, com design arrojado, motor potente e ciclística acertada.

Ficha Técnica

MOTOR
Bicilíndrico em V, dispostos a 75°, 4 tempos, 4 válvulas por cilindro com duplo comando no cabeçote
Cilindrada 1195 cm³
Potência 170 cv a 10.250 RPM
Torque 12,3 kgfm a 8000 RPM
Diâmetro x Curso 105 x 69 mm
Taxa de compressão 13.5:1
Refrigeração Líquida
Partida Elétrica
Alimentação Injeção eletrônica Keihin com corpo de 52 mm
Lubrificação Bomba de óleo tripla
Transmissão Seis marchas
Embreagem Multidisco banhado a óleo com acionamento hidráulico
CHASSI
Quadro Treliça tubular de aço cromo molibdênio com pintura eletrostática
SUSPENSÕES
Dianteira Invertida WP com 43 mm de diâmetro e 120 mm de curso
Traseira Monoshock com amortecedor WP e 125 mm de curso
FREIOS
Dianteiro Disco duplo flutuante de 320 mm com pinças radiais Brembo de quatro pistões
Traseiro Disco simples flutuante de 220 mm com pinça Brembo de dois pistões
RODAS E PNEUS
Dianteira Liga leve, 120/70 ZR x 17
Traseira Liga leve, 190/55 ZR x17
MEDIDAS
Altura do assento 805 mm
Distância livre do solo 110 mm
Distância entre-eixos 1430 mm
Tanque de combustível 16,5 litros (3,5 de reserva)
Peso a seco 182 kg
Preço R$ 69.900

Fotos: Mario Villaescusa

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