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Testes

Peso-pesado das custom

28 de July de 2008

Arthur Caldeira

Difícil não se sentir Arnold Schwarzenegger no papel do “Exterminador do Futuro”, quando se acelera a Harley-Davidson Fat-Boy. Pilotada pelo ator na eletrizante cena de perseguição do segundo filme da série (1991), a motocicleta foi lançada em 1990.

Mesmo modernizada, a Fat Boy 2008 mantém a mesma identidade visual que a transformou em um dos maiores sucessos de vendas da Harley. Tanto que em 2007 foi o modelo da marca preferido entre os brasileiros: 676 unidades, segundo dados da Abraciclo, associação dos fabricantes do setor.

No início da década de 1990, a HD Fat Boy foi lançada como uma resposta da marca à invasão de motos custom japonesas no mercado norte-americano. Em pouco tempo, a Fat Boy fez com que a Harley retomasse a liderança no segmento de motos acima de 750cc.

Essa “vitória” sobre as japonesas e o logo imitando o brasão da Força Aérea Americana contribuíram para o mito que a denominação do modelo vinha da união entre “Fat Man” e “Little Boy”, nome das bombas atômicas lançadas sobre o Japão em 1945. Origem negada pela Harley.

Inconfundível

Mesmo para quem não conhece as diferenças entre os modelos Harley-Davidson, a Fat Boy tem um visual inconfundível. Um enorme farol, montado sobre uma moldura metálica, o largo guidão, um grosso garfo telescópico e as rodas inteiriças de alumínio sempre foram marcas registradas da Fat Boy, apesar das recentes modernizações.

A última versão (testada) ganhou ainda uma nova rabeta, mais curta, e as rodas agora tem realmente “bullet holes” (buracos de bala). O nome “garoto gordo” agora fica ainda mais justificado pelo enorme pneu traseiro de 200 mm, outra novidade.
 
Integrante da família Softail, vem equipada atualmente com o motor Twin Cam 96B, de dois cilindros em “V” e 1584 cm³ de capacidade, refrigerado a ar, e alimentado por injeção eletrônica.

Em conjunto com o câmbio de seis marchas — com a sexta over-drive, indicada pelo numeral “6” aceso no simples painel sobre o tanque — oferece torque à vontade, atingindo mais de 12 kgf.m a apenas 3.300 rpm. Uma delícia para se rodar na estrada sem trocar de marcha.

Além disso, o motociclista ainda se aproveita do confortável banco em forma de sela e da posição de pilotagem bastante relaxada com os braços esticados e as pernas apoiadas sobre duas grandes plataformas. Nesse momento é que se percebe porque as HD, e mais especificamente a Fat Boy, são praticamente um mito entre os estradeiros. Sobra conforto, o motor esbanja “força”, e tem-se a sensação de poder rodar por muitos e muitos quilômetros.

Se a estrada for um pouco sinuosa, mas de asfalto bom, a Fat Boy também não enfrenta problemas. Mesmo pesando 324 kg (em ordem de marcha), o modelo parece bailar nas curvas de alta, graças ao bem acertado conjunto ciclístico — balança oscilante com dois amortecedores (escondidos) atrás e garfo telescópico na frente.

O único incômodo fica por conta das pedaleiras plataformas, que insistem em raspar no asfalto. Claro que a Fat Boy não tem a agilidade para os saltos e curvas protagonizados no filme “Exterminador do Futuro 2”, mas mostra mais agilidade que muitas outras motos Harley.

Ficha Técnica

Motor: Bicilíndrico em “V”, Twin Cam B 96, refrigerado a ar
Capacidade: 1584 cm³
Potência: não declarada
Torque: 12,24 KGF.m a 3300 rpm
Alimentação: Injeção eletrônica de combustível   
Transmissão: Correia dentada   
Câmbio: Seis velocidades
Partida: Elétrica
Pneus e rodas dianteiras: Liga-leve - D407F 140/75R17 67V       
Pneus e rodas traseiras: Liga-leve - D407 200/55R17 78V
Quadro: Tubular em aço   
Suspensão dianteira: Garfo telescópico com 41,3 mm de diâmetro – 130 mm de curso
Suspensão traseira: Bichoque, com regulagem na pré-carga – 109 mm de curso
Freio dianteiro: Disco com 292 mm e quatro pistões
Freio traseiro: Disco com 292 mm e quatro pistões       
Preço: R$ 58.900,00

Fotos: Mario Villaescusa.

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