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Testes

MVK Spyder: Estilo Easy Rider em 270 cc

17 de February de 2010

Aldo Tizzani

O filme Easy Rider (Sem Destino), estrelado por Peter Fonda, Dennis Hopper e Jack Nicholson, completou 40 anos em 2009. Ícone entre os motociclistas, a película transformou a motocicleta em símbolo de liberdade e ousadia sobre duas rodas. Para testar a exótica MVK Spyder é preciso “incorporar” a irreverência dos hippies dos anos 60. Construída no estilo chopper pela marca chinesa Regal-Raptor, o modelo conta com garfo bastante alongado e grande ângulo de cáster, muitos cromados, tanque decorado com labaredas (flames) prateadas, freio a disco em ambas as rodas e motor de dois cilindros paralelos de quase 21 cv de potência. O preço sugerido é de R$ 15.580.

À primeira vista, a MVK Spyder parece que foi feita de forma artesanal. A moto impressiona pelo comprimento - 2.580 mm - e pela grande distância entre-eixos – 1.880 mm. Só para comparar, a Harley-Davidson Rocker tem 1.760 mm e a Yamaha Midnight Star 950 conta com 1.685mm. Os números mostram dois lados de uma mesma moeda, já que com esta configuração a moto roda com mais desenvoltura em estradas retas e bem pavimentadas. Em trechos muitos sinuosos, manobras em baixa velocidade ou para o simples ato de estacionar, o motociclista sofre um pouco para realizar as operações.

Quando o piloto sobe na Spyder e liga o motor, o som grave que se propaga pelos dois escapamentos - um cano de cada lado - lembra as motos de maior cilindrada e potência. Com o modelo em movimento, braços e pernas ficam bem à frente. Isso em função da adoção de um guidão reto (T-Bar) e também pelas pedaleiras avançadas, que em curvas muito fechadas podem raspam no asfalto. Já no trânsito urbano – piso irregular e corredores apertados, a maneabilidade desta moto fica muito prejudicada.

Motor e ciclística

A MVK Spyder está equipada com motor de dois cilindros paralelos, quatro tempos, comando simples no cabeçote (OHC), que gera 20,8 cv a 8.000 rpm de potência máxima e torque máximo de 1,85 kgf.m a 6.500 rpm. Com 270 cm³, 180 kg a seco, falta um pouco mais vigor ao propulsor fabricado pela chinesa Regal-Raptor, que gosta de trabalhar em médias e altas rotações. A configuração do motor de dois cilindros gêmeos lembra a utilizada nas saudosas Honda CB 400/450, na década de 80. A alimentação anda é feita por dois carburadores. Outro ponto negativo, além do baixo desempenho, é a vibração.

No conjunto ciclístico, a moto traz na parte dianteira garfo telescópico de 120 mm de curso e dois discos de freio de 240 mm de diâmetro. Na traseira, balança com duplo amortecimento com 60 mm de curso, que ficam instalados sob a Spyder –similar ao utilizado em alguns modelos Harley-Davidson - e freio a disco também de 240 mm de duplo pistão.

A chopper da MVK apresenta suspensão mais macia que as tradicionais custom, isso em virtude de seu “exagerado” ângulo de cáster. No caso específico da Spyder, quanto mais rígida a suspensão dianteira, mais susceptível a torção nas bengalas. O conjunto traseiro se apresentou eficiente, de acordo com sua proposta.

Na avaliação, o acionamento do freio dianteiro se apresentou um pouco “duro” e os pequenos freios a disco apresentaram comportamento “borrachudo”, porém temos que levar em consideração que a moto testada tinha pouquíssimos quilômetros rodados. Já o freio traseiro teve o desempenho esperado para uma motocicleta da categoria. Apesar de sua origem chinesa, a MVK Motos optou em calçar o modelo com pneus Pirelli MT 66, nas medidas 80/90 - 21 (D) e 160/80 - 16 (T). Ou seja, pneus de qualidade refletem em um maior equilíbrio e melhor dirigibilidade, além de auxiliarem o conjunto de suspensão.

Desenho

O estilo desta chooper é do tipo “ame ou odeie”: garfo à frente, muitos cromados, pintura em flames, rodas em liga leve e baixa altura do assento (apenas 660 mm). Exótica, a moto conta com banco em dois níveis e sissy-bar (encosto para a garupa). Neste questio, piloto e passageiro rodam bem acomodados.

Os comandos são simples e bem posicionados. O painel de instrumentos, composto por velocímetro, hodômetros total e parcial, além das lâmpadas-espia – ficam sobre o tanque de combustível de 12,5 litros. Segundo a MVK, a Spyder faz 23 km/l e, consequentemente, oferece uma autonomia de cerca de 280 km. Segundo a MVK Motos, a Spyder modelo 2010 deverá ter motor com injeção eletrônica. Sua capacidade cúbica vai ser aumentada para 320 cm³ e a cavalaria, para 22,8 cv de potência máxima. A marca ainda revela planos de montar o modelo em sua futura planta em Manaus (AM). Porém isto só deve acontecer quando a fábrica for instalada, o que, segundo a marca, deve acontecer neste primeiro semestre.

FICHA TÉCNICA:
MOTOR: OHC (comando de válvulas no cabeçote), 4 tempos, 2 cilindros paralelos, 2 válvulas por cilindro, refrigeração líquida.
CAPACIDADE:   270 cm³
POTÊNCIA MÁXIMA:  20,8 cv a 8.000 rpm
TORQUE MÁXIMO:  1,85 kgf.m a 6.500 rpm
DIÂMETRO X CURSO:  57 mm x 53 mm
TAXA DE COMPRESSÃO:  10.2:1
CÂMBIO: Cinco velocidades
QUADRO:  Berço duplo em aço
TRANSMISSÃO FINAL:  Corrente
ALIMENTAÇÃO: Carburador
SUSPENSÃO:
DIANTEIRA:  Garfo telescópico de 37 mm, com 120 mm de curso
TRASEIRA:  Balança com duplo amortecimento do tipo softtail, com 60 mm de curso
FREIOS:
DIANTEIRO:  Disco duplo com 240 mm e duplo pistão
TRASEIRO:  Disco simples com 240 mm e duplo pistão
PNEUS:
DIANTEIRO: 80/90 – 21
TRASEIRO: 160/80 – 16
COMPRIMENTO:  2.580 mm
LARGURA:  840 mm
ALTURA DO ASSENTO:  660 mm
ALTURA TOTAL:  1.110 mm
DISTANCIA ENTRE-EIXOS:  1.820 mm
TANQUE DE COMBUSTÍVEL:   12,5 litros
PESO A SECO:  180 kg 
COR:  Preta 
PREÇO: R$ 15.580

Fotos: Mario Villaescusa

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