Kawasaki Ninja ZX-6R une potência à facilidade na pilotagem

Na última terça-feira (19), o mercado de superesportivas médias no Brasil recebeu de volta a Kawasaki Ninja ZX-6R, que chega em nova geração. O modelo, que havia deixado o mercado brasileiro em 2017, ainda com a geração anterior, retorna para reinar sozinha no segmento, pelo menos por enquanto - a versão antiga concorria com Honda CBR 600RR e Triumph Daytona 675, que deixaram de ser produzidas.

Para retornar ao mercado, o modelo foi renovado. O design da Kawasaki Ninja ZX-6R, assim como o da Ninja 400, tem como inspiração a Ninja H2, especialmente no desenho dos faróis em LED e na porção frontal da carenagem. O motor, de quatro cilindros em linha e 636 cm³ de cilindrada, não sofreu alterações significativas e vem com 130 cv de potência máxima a 13.500 giros (136 cv com o sistema Ram Air) e torque de 7,2 kgf.m a 11.000 giros.

O câmbio de seis velocidades, no entanto, conta com uma novidade importante: quickshifter para aumento de marchas, dispensando o uso da embreagem. Para reduzir as marchas da Kawasaki Ninja ZX-6R, porém, ainda é necessário acionar o manete - que, no novo modelo, é ajustável, assim como o do freio dianteiro.

Em relação à transmissão, a relação nova recebeu um pinhão de 15 dentes, ante aos 16 da geração anteiror. O objetivo é proporcionar retomadas mais vigorosas.

Na eletrônica, os dois modos de potência (total e 65%, indicado para condução na chuva) e os três níveis de controle de tração permanecem, assim como o sistema de freios ABS, agora item de série - o conjunto é composto por discos duplos de 310 mm na dianteira e disco simples de 220 mm na traseira.

O conjunto de suspensão fica a cargo da Showa tanto na dianteira, de garfo invertido e ajustes de pré-carga de mola na bengala esquerda e os de retorno e compressão na bengala direita, quanto na traseira, monoamortecida e completamente ajustável. Os pneus são os Bridgestone Battlax Hypersport S22, com medidas 120/70 na dianteira e 180/55 na traseira.

Como anda a Kawasaki Ninja ZX-6R

Para apresentar a nova geração, a Kawasaki convidou a imprensa especializada, incluindo o MOTO.com.br, para ir até o circuito da Fazenda Capuava, no interior do estado de São Paulo, para pilotar a nova Ninja ZX-6R.

Ao subir na motocicleta, o primeiro detalhe que chama a atenção é o assento: são os mesmos 830 mm de altura da geração anteiror, mas com um perfil mais fino na parte mais próxima ao tanque de combustível. Isso facilita a vida de pilotos de menor estatura, permitindo colocar os pés no chão sem dificuldades.

Primeira marcha engatada, vamos para a pista. Ainda nas voltas de aquecimento, chama a atenção a facilidade com a qual as marchas entram com o auxílio do quickshifter - que só funciona quando a rotação está acima de 2.500 giros e com o acelerador aberto. Ainda que os pneus estivessem previamente aquecidos, as primeiras voltas foram completadas com cautela.

Ao apertar um pouco mais o ritmo, a diversão tomou conta do passeio. Com 196 quilos em ordem de marcha, a ZX-6R se mostrou ágil nas mudanças de direção, obedecendo aos comandos do piloto e permitindo bons ângulos de inclinação - que podem ser ainda maiores se o piloto assim quiser.

A entrega de potência é instantânea, mas sem trancos, o que auxilia pilotos menos experientes a domar os 130 cavalos que a nova geração da superesportiva média da Kawasaki possui. Nas reduções de marcha, a embreagem assistida e deslizante impede o travamento das rodas nas reduções mais bruscas, mantendo a moto sob controle.

Outro item que facilita a vida dos condutores é o sistema de freios, um dos pontos de destaque da moto. O ABS desenvolvido pela fabricante, chamado de KIBS (Kawasaki Intelligent Brake System), atua de forma a passar praticamente sem ser notado pelo piloto.

Na curta reta da Fazenda Capuava, chegávamos a praticamente 200 km/h em quinta marcha e então acionávamos os freios, que reduziam a velocidade da moto com margem de segurança antes da curva 1 do circuito.

Após o dia na pista com a nova Kawasaki Ninja ZX-6R, o que se notou foi uma moto que evoluiu em relação à geração anterior e que pode ser uma fonte de diversão para aqueles que gostam de se aventurar em um track day ou em cursos de pilotagem mas não querem lidar com superesportivas de 1.000 cm³ de cilindrada - ou os que não têm condições de comprar uma, já que tais modelos geralmente ultrapassam a casa de R$ 70 mil.

A Ninja ZX-6R, já como modelo 2020, chega às concessionárias da marca na segunda quinzena de abril e o preço sugerido é de R$ 49.990. O preço é inferior ao da geração anterior, que era vendida por R$ 53.000 na versão com ABS - o item era opcional anteriormente e agora é obrigatório por lei em motos com motor acima de 300 cm³.

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Confira a ficha técnica da Kawasaki Ninja ZX-6R 2020: