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Testes

Ducati 796: Supermotard não, Hyper!

13 de July de 2010

Arthur Caldeira

Além do visual diferenciado, as motocicletas do estilo supermotard se propõem a oferecer uma pilotagem ágil e divertida. Levando essa proposta ao extremo, a Ducati acertou em cheio ao nomear sua supermotard de Hypermotard, afinal ela oferece um design pra lá de agressivo, muita agilidade e diversão de sobra. Ainda mais nesse modelo “caçula”, que desembarca agora no Brasil, a Hypermotard 796. Equipada com o Desmodue, mais recente propulsor da fábrica de Borgo Panigale, a Hypermotard 796 tem torque suficiente para levantar a roda dianteira sem auxílio da embreagem e potência em altos giros para chegar aos 200 km/h.

O novo motor não é apenas uma versão anabolizada da Monster 696 de menor capacidade que sua irmã Hypermotard 1100. Pistão, virabrequim, cárter, tudo é novo, até mesmo a central eletrônica. Oferece comportamento suave e extremamente elástico, sem renunciar à tradicional arquitetura de dois cilindros em “L” da Ducati com refrigeração a ar. O motor de 803 cm³ produz 81 cv de potência máxima a 8.000 rpm e 7,7 kgf.m de torque a 6.250 rpm.

Outra bem vinda novidade no conjunto motriz dessa italiana é sua embreagem multidisco em banho de óleo com acionamento hidráulico. Bem mais silenciosa e de mais fácil manutenção que as embreagens a seco usadas em outras Ducati, o componente ainda conta com o sistema APTC (Adler Power Torque Clutch). Ou seja, a moto conta com embreagem deslizante que evita trancos e derrapagens em reduções de marchas. Sem falar que o sistema demanda bem menos esforço para ser acionado.  

“Brinquedão”

Entretanto, a principal qualidade da Ducati Hypermotard 796 não aparece nas fichas técnicas: essa moto italiana é muito gostosa e divertida de pilotar. Um verdadeiro “brinquedo”. Grande parte do prazer e da diversão vem exatamente do conjunto motriz: motor elástico, embreagem mais macia e câmbio de seis marchas bem escalonado.

Não importa se o motociclista é iniciante ou mais experiente. Vai curtir pilotar a dócil Hypermotard de 796. Quer brincar de empinar em primeira marcha sem “queimar” a embreagem? O motor tem força para isso. Prefere rodar em baixas rotações em uma marcha alta só para desfilar o brinquedo italiano? Com a Hypermotard também é possível.

Bastante versátil nesse quesito, a Hypermotard 796 é uma excelente moto para o uso urbano, mas que também adora se divertir nas curvas de uma estrada sinuosa.

Amigável

Além do novo motor, de menor capacidade, a 796 se juntou à família Hypermotard em 2009 como uma opção mais acessível que a versão de 1100 cc. Acessível no preço e também na pilotagem. Com um banco a apenas 825 mm do solo e pesando somente 167 kg (a seco), essa Hypermotard caçula é amigável para os menos experientes e mais baixos.

Com um guidão largo, posição de pilotagem ereta e banco confortável, a motard 796 esbanja agilidade e maneabilidade. Sem deixar de lado um pouco de esportividade para contornar curvas.

Com o também tradicional quadro em treliça da Ducati, a Hypermotard não traz as mesmas suspensões ajustáveis de sua irmã maior. O garfo telescópico dianteiro é invertido (upside-down), porém com tubos mais estreitos de 43 mm e sem ajustes. O único amortecedor Sachs instalado por meio de links no belo monobraço traseiro de alumínio oferece regulagem da précarga da mola e do retorno.

Em geral, o conjunto surpreende. Oferece um bom equilíbrio entre rigidez para uma tocada esportiva e longo curso para absorver os obstáculos. Tanto a suspensão dianteira como a traseira se mostraram eficientes e bem ajustadas para meu peso e altura (1,71 m e 69 kg).

Com rodas de 17 polegadas de alumínio calçadas com pneus radias esportivos (120/70-17, na frente; 180/55-17, atrás), a Hypermotard gosta bastante de fazer curvas. Não chega a ser assim, uma superesportiva, principalmente no trem dianteiro, mas levando-se em conta sua construção, ela proporciona diversão para os pilotos mais ousados.

Outro item da ciclística que merece elogios são os freios. Na dianteira, os dois discos de 305 mm de diâmetro com pinças de fixação radial com quatro pistões da Brembo garantem uma frenagem, digamos, instantânea que pode até assustar. E o disco simples de 245 mm com pinça de dois pistões na traseira dá conta do recado.

Design

Como se não bastasse ser divertida de pilotar, ter um motor elástico, a Ducati Hypermotard traz ainda um design pra lá de ousado e de bom gosto. Nas ruas de São Paulo, não havia quem não virasse o pescoço para admirar essa Hypermotard 796.

Do páralama integrado ao farol ao som compassado que sai pelas duas ponteiras de escape localizadas sob o banco, tudo é bastante harmônico e ao mesmo tempo inusitado nessa Ducati.

O guidão tem protetores de mão, que trazem as setas (em LEDs) integradas. Os espelhos retrovisores ficam instalados na extremidade do largo guidão e são retráteis. Apesar de a solução funcionar esteticamente, os espelhos são pouco práticos e com eles abertos torna-se impossível circular entre os carros. Para rodar no corredor tive de fechá-los.

O painel digital é bastante compacto, porém completo – traz velocímetro, tacômetro, relógio, hodômetros e até cronômetro. Os punhos são ergonômicos e muito bem construídos. Tudo, aliás, na Hypermotard menor conta com o mesmo refinamento de outros modelos da marca italiana.

Por tudo isso, esse modelo de Borgo Panigale merece o trocadilho do título. A Hypermotard 796 é mais que uma supermotard. Até mesmo no preço: R$ 42.900 sem frete.

Ficha técnica:
Motor: Dois cilindros em “L” (V a 90°), 2 válvulas por cilindro, comando desmodrômico e refrigeração a ar
Capacidade cúbica: 803 cm³
Potência máxima: 81 cv a 8.000 rpm
Torque máximo: 7,7 kgf.m a 6.250 rpm
Câmbio: Seis marchas
Transmissão final: Corrente
Alimentação: Injeção eletrônica
Partida: Elétrica
Quadro: Treliça de aço
Suspensão dianteira: Garfo telescópico invertido de 43 mm de diâmetro – 165 mm de curso
Suspensão traseira: Monobraço traseiro de alumínio com amortecedor Sachs regulável na précarga  e retorno com 141 mm de curso
Freio dianteiro: Disco duplo de 305 mm de diâmetro com pinça de quatro pistões fixada radialmente
Freio traseiro: Disco simples de 245 mm de diâmetro com pinça de dois pistões
Pneus: 120/70-ZR17 (diant.)/ 180/55-ZR17 (tras.)
Comprimento: 2.120 mm
Largura: Não disponível
Altura: 1.155 mm
Distância entre-eixos: 1.455 mm
Distância do solo: Não disponível
Altura do assento: 825 mm
Peso a seco: 167 kg
Tanque de combustível: 12,4 litros
Cores: Branca, Preta e Vermelha
Preço sugerido: R$ 42.900,00 (sem frete)
Informações: www.ducatibrasil.com.br

Fotos: Gustavo Epifanio

* Neste teste, INFOMOTO usou capacete LS2 FF350 Vegas, jaqueta e luvas Dainese.

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