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Testes

Da maneira tradicional

26 de November de 2007

Arthur Caldeira

Em março deste ano, a Motor-Z, empresa do grupo Zeppini, anunciou seu ingresso no promissor mercado brasileiro de duas rodas de uma maneira pouco convencional: scooters elétricos para o lazer e tarefas profissionais leves. “Procuramos um nicho que ainda não fosse explorado”, explicou à época o diretor-executivo da empresa, Paulo Fernandez.

A empresa agora comemora os resultados da empreitada. Cerca de sete meses depois, já foram vendidas 1000 unidades de seus scooters elétricos. “A quantidade pode parecer pequena, mas se tratando de um veículo que simplesmente não existia, já é alguma coisa”, comemorou Fernandez.

Com as vendas satisfatórias e também com a rede de revendedores atingindo 39 em todo o país, a Motor-Z se motivou a lançar no último Salão das Duas Rodas três modelos a gasolina e entrar para valer na briga por uma fatia do mercado de motos.

No último 21 de novembro, a empresa organizou um test-drive para a imprensa com os veículos movidos com o tradicional combustível na sua sede, em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo.

No segmento de scooters, a Motor-Z apresentou a SCO 50, com motor quatro tempos de 50cc e visual vintage. Além da SCO 150, também com motor quatro tempos, mas de 150cc.

A grande novidade foi o lançamento de um modelo CUB com motor de 110cc. Bastante popular, a CUB 110 vem brigar com a Honda Biz 125 e a Sundown Web.

Mais dois scooters elétricos também foram mostrados: o SS500, que traz como novidade o conjunto de baterias removível para facilitar a recarga; e o SS 1000, que conta com dois motores de 500W, um na roda dianteira e outro na traseira, para melhorar o desempenho em ladeiras muito íngremes.

Feita para os pequenos

Fabricada na Ásia e montada no Brasil, a CUB 110 não traz nada de inovador para o segmento. Quadro underbone, garfo telescópico na dianteira e dois amortecedores na traseira, juntamente com câmbio rotativo semi-automático, com embreagem centrífuga.

A única novidade são as rodas de 17 polegadas fabricadas em liga-leve, maiores que nas concorrentes. Ponto positivo, já que rodas maiores significam mais estabilidade em vias irregulares, porém, não há nenhum espaço sob o banco, como na Honda Biz.

Ainda na parte ciclística, a CUB 110 da Motor-Z traz freio a disco na dianteira e a tambor na traseira. O painel é simples, mas completo: traz velocímetro, indicador de marcha engatada e marcador de combustível — o tanque conta com cinco litros de capacidade.

O motor é um monocilíndrico de 110cc arrefecido a ar. Os números de desempenho declarados não empolgam: 6,8 cv de potência máxima a 7.500 rpm e torque não declarado. Na prática, exige constantes reduções de marcha em subidas e não ultrapassa os 90 km/h no velocímetro. Entretanto, mostra-se de acordo com o uso urbano da motoneta.

Mas o que se nota logo ao subir na CUB 110 é sua ergonomia não muito favorável. Ela é “pequena” demais, mesmo no meu caso que meço 1,71m. As pedaleiras parecem estar fora de lugar. No lado direito, onde além do pedal de freio traseiro há ainda o pedal de partida, é difícil encontrar uma posição confortável para apoiar o pé com firmeza. Já do lado direito, o pedal do câmbio rotativo funciona bem nos engates para “baixo”, subindo as marchas. Porém não facilita as reduções, que devem ser feitas com o calcanhar.

Outro ponto negativo é o tecido utilizado na cobertura do banco, bastante liso, fazendo com que o piloto escorregue pra frente nas frenagens. Apesar disso, o visual da CUB 110 é moderno. Traz um conjunto óptico arredondado na dianteira e lente transparente na traseira. Destaque também para as pedaleiras da garupa fixadas ao quadro e não à balança, o que significa mais conforto.

Preço competitivo

Como outros veículos asiáticos, a Motor-Z CUB 110 chega com um preço bastante competitivo: R$ 4.200,00. Bem inferior à Honda Biz 125, que custa R$ 4.943,00 na versão com partida a pedal (KS) e R$ 5.624,00 na versão com partida elétrica (ES).

Apesar de seu motor maior (125cc) e de melhor desempenho, a Biz não traz freio a disco nestas versões. Já a Sundown Web com motor de 100cc custa R$ 4.549,73 sem freio a disco, mas ao menos no papel tem mais potência (7,5 cv).

A motoneta da Motor-Z pode ser adquirida por financiamento em uma das 39 revendas ou por consórcio da própria fábrica que deve entrar em funcionamento em breve, segundo a empresa.  

Ficha Técnica

Motor: Monocilíndrico, quatro tempos, arrefecido a ar
Capacidade cúbica: não declarada (110 cc aproximada)
Potência máxima (declarada): 6,8 cv a 7.500 rpm
Torque máximo (declarado): não disponível (n.d.)
Câmbio: Rotativo de quatro marchas
Transmissão final: Corrente
Alimentação: Carburador
Partida: Elétrica
Quadro: Underbone
Suspensão dianteira: Garfo telescópico, curso não disponível
Suspensão traseira: Sistema bichoque, curso não disponível
Freio dianteiro: Disco simples
Freio traseiro: A tambor
Pneu dianteiro: n.d.
Pneu traseiro: n.d.
Comprimento: n.d.
Largura: n.d.
Altura: n.d.
Distância entre-eixos: n.d.
Distância do solo: n.d.
Altura do assento: n.d.
Peso seco: n.d.
Tanque de combustível: 5 litros
Cores: Azul e prata
Preço: R$ 4.200,00

Fotos: Renato Durães.

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